Conf. Imprensa sobre o agravamento da situação nacional, a acção do Governo e a intervenção do PCP
Jerónimo de Sousa anuncia grande marcha para 23 de Maio
23 de Março de 2009

ImageJerónimo de Sousa anunciou «a realização de uma grande manifestação política, uma Marcha de protesto, ruptura e confiança, uma grande acção de luta por uma vida melhor, que irá decorrer no próximo dia 23 de Maio, precisamente daqui a dois meses, na cidade de Lisboa. Uma marcha para levar mais longe a denúncia e o combate às injustiças, ao desemprego, à miséria e à corrupção».

Quanto mais ouvimos e falamos com os trabalhadores e as populações, quanto mais escutamos as suas preocupações e dificuldades, quanto mais conhecemos o país real, o país do desemprego, dos baixos salários, do trabalho precário, o país das pensões de miséria, dos preços altos, das dívidas aos bancos que sufocam as famílias, o país das milhares de pequenas empresas arruinadas, o país dos milhões e milhões de euros de lucros dos grandes grupos económicos, dos ricos cada vez mais ricos, dos benefícios e paraísos fiscais, mais sólida se torna a convicção da necessidade de uma ruptura com a política de direita que há 33 anos tem sido imposta ao país.

Temo-lo dito e afirmamo-lo novamente, a crise do capitalismo que atinge hoje o país, apenas veio evidenciar a fragilidade económica e a degradação social provocada por anos a fio de alternância entre PS e PSD, com ou sem CDS, sempre no mesmo rumo de injustiça e declínio nacional.

Os últimos quatro anos confirmam isso mesmo. Um país mais desigual, mais injusto, mais dependente e menos democrático. Um país com menos produção, com aumento da dívida externa, com o agravamento dos défices estruturais na energia, na agricultura, na ciência e tecnologia e que no plano social enfrenta hoje uma das mais dramáticas situações desde o 25 de Abril.

Uma realidade que confirma o falhanço de todas as promessas do PS e a sua opção de classe no favorecimento dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros. Grupos económicos que, num quadro de agravamento brutal da situação económica, alcançaram lucros fabulosos que são um insulto para quem vive com baixos salários e pensões, para quem tem empréstimos à habitação para pagar, para quem tenta fazer sobreviver as suas pequenas empresas.

Anos de sacrifícios para os que menos têm e menos podem. Anos que ficaram marcados pela destruição de serviços públicos, pelo ataque sem precedentes aos direitos dos trabalhadores, pela alteração para pior da legislação laboral. Anos de ataque à Escola Pública, de destruição do Serviço Nacional de Saúde, de ataque à segurança social com a redução do valor das pensões. Anos de arrogância e prepotência na acção governativa, de inquietante regressão do regime democrático expressa em inúmeras tentativas de limitação de liberdades e direitos democráticos.

À boleia do rasto de destruição social que a crise do capitalismo está a impor aos povos de todo o mundo, o Governo e o grande patronato encontram  agora, novamente, espaço para pedir mais sacrifícios. Antes sacrifícios em nome do défice das contas públicas, agora sacrifícios em nome da crise e talvez no futuro, novamente sacrifícios com uma qualquer justificação, para que continue a injustiça e o favorecimento ao grande capital.

Mas o que fica por explicar é a razão pela qual aqueles que durante anos acumularam milhões de euros de lucros, frequentemente à margem da lei, como pode ser comprovado pelos sucessivos escândalos no sector financeiro, estendem agora a mão ao Estado, não para resolver os problemas da economia nacional ou do Povo português, mas para garantir, que é para eles e em função dos seus interesses que as chamadas medidas de combate à crise são tomadas.

Para os trabalhadores, para os agricultores, para os pequenos empresários sobram quanto muito umas migalhas que o Governo PS não se cansa de agitar como bandeiras de uma política com «preocupações sociais». Anúncios sem consequência, a mera continuação das promessas do Governo PS, para passar ao lado das grandes exigências de fundo que a preocupante situação económica e social reclama.

2.

É legítimo e justo o descontentamento e o protesto que varre o país e atinge largos sectores da sociedade. Protesto que tem levado para a rua milhares e milhares de trabalhadores e que deu corpo às mais impressionantes acções de massas realizadas nos últimos anos, como testemunha a grande manifestação nacional de 13 de Março, convocada pela CGTP-IN.

Luta e protesto que levou as populações a levantarem-se contra o encerramento de serviços públicos, que mobilizou e mobiliza os agricultores em defesa da produção e do mundo rural, que levantou os professores atingidos na sua dignidade, que leva a uma crescente presença dos trabalhadores desempregados em acções próprias, que desperta a juventude, seja a que no dia-a-dia das escolas sente a degradação e elitização do sistema de ensino, seja aquela que se vê empurrada para a precariedade e o desemprego como uma nova geração sem direitos.

Perante as desigualdades e injustiças, perante a arrogância e a prepotência, perante a ilusão de soluções que não põem causa a política de direita, é cada vez mais larga a compreensão de que não há saída para o actual quadro político, económico e social sem uma ruptura com a política de direita e uma mudança de rumo na vida nacional.

Uma ruptura e uma mudança que, neste ano em que se comemora o 35º aniversário do 25 de Abril, não se fica por meros paliativos despejados sobre a crise do país, mas que coloca  no centro da intervenção política a elevação das condições de vida, o emprego com direitos, o aumento dos salários e pensões, o reforço das prestações sociais e dos serviços públicos, a defesa da produção e da soberania nacional, um outro papel do Estado na economia, nomeadamente nos sectores estratégicos colocando-os ao serviço do Povo e do país.

Uma ruptura e uma mudança, que retome os objectivos libertadores e as conquistas da revolução de Abril vertidos na Constituição da República, que rompa com a subordinação do poder político ao poder económico e construa um tempo novo, de progresso social, de justiça, democracia e liberdade.

A situação actual não comporta mais que se continue a mesma política. Quando aquilo que o Governo PS e outros têm para propor ao país é mais do mesmo, é o mesmo rumo de sacrifícios e exploração, é o empobrecimento e mutilação do regime democrático, é a abdicação dos interesses nacionais, é o agravamento das injustiças, são as mesmas políticas que estão na origem dos actuais problemas, então, é hora de dizer BASTA!

3.

É perante esta situação de um país sem saída no quadro da actual política, é perante esta exigência de ruptura e mudança na vida política nacional, que anunciamos hoje a realização de uma grande manifestação política, uma Marcha de protesto, ruptura e confiança, uma grande acção de luta por uma vida melhor, que irá decorrer no próximo dia 23 de Maio, precisamente daqui a dois meses, na cidade de Lisboa.

Uma marcha para levar mais longe a denúncia e o combate às injustiças, ao desemprego, à miséria e à corrupção e inscrever no horizonte mais próximo do Povo português a necessária ruptura com a política de direita, a construção de uma nova política e de um novo governo para Portugal.

Uma marcha que tem como objectivo expressar de forma clara e inequívoca o descontentamento e a indignação que percorre o país e que vem no seguimento das grandes acções de massas realizadas nos últimos anos e para onde convirjam muitos dos que se sentem atingidos, indignados e ofendidos com a actual situação do país.

Uma Marcha que considere a importância das batalhas eleitorais que se seguem, mas cujos objectivos estão para além das eleições, projectando uma nova fase do processo de construção da ruptura com a política de direita.

Uma Marcha de oposição às opções políticas do Governo, de exigência de uma mudança clara na vida política nacional que vá ao encontro dos valores de Abril e dos direitos inscritos na Constituição da República.

Uma marcha promovida no quadro da CDU aberta à participação de todos os que se sentem atingidos nas suas condições de vida, na sua dignidade e que reclamam justamente uma vida melhor.

Uma marcha que é um sinal de esperança, de confiança num futuro melhor, construída por aqueles que querem ser homens, mulheres e jovens do seu próprio tempo, construtores do presente e do futuro.

À intervenção quotidiana junto dos trabalhadores e das populações na mobilização contra a política de direita, à intensa iniciativa política no Parlamento Europeu e na Assembleia da República, à acção concreta na resolução dos problemas das populações no plano do poder local, à presença de milhares de militantes e activistas nas organizações e movimentos de massas onde realizam um trabalho sem paralelo para unidade e reforço da intervenção dessas estruturas, o PCP e a CDU juntam esta grande iniciativa, impulsionando o grande movimento de ruptura e mudança que a actual situação exige.

Em 23 de Maio, contra a crise, a exploração, o desemprego, a corrupção e as injustiças, afirmar-se-á nas ruas de Lisboa a indignação e o protesto, a exigência de ruptura e mudança, de uma nova política e de um novo Governo, a força da construção, esperança e alternativa, a confiança que sim é possível uma vida melhor, um Portugal com futuro.

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