Comíco no Palácio de Cristal, Porto
Intervenção de João Corregedor da Fonseca, Presidente da Comissão Directiva da ID
20 de Setembro de 2009

Companheiros e companheiras

Saúdo os patrióticos partidos Comunista Português e Ecologista “Os Verdes”, verdadeiros suportes da Coligação Democrática Unitária que a Intervenção Democrática se orgulha de integrar. E saúdo particularmente os meus conterrâneos, sim, porque eu sou natural desta bela e trabalhadora cidade que, a exemplo de tantas outras localidades do País, luta contra a prepotência governativa, contra a política de direita do PS que originou no Porto e em toda a região nortenha, enfim, em todo o País, o aumento exponencial do desemprego, do encerramento de fábricas, do abandono de sectores produtivos nacionais, a exclusão social.

 

Nesta fase crucial da campanha em que estamos envolvidos podemos afirmar com tristeza, com profunda tristeza, que no decurso dos contactos intensos com as populações temos deparado com situações dramáticas, situações incompatíveis com os valores humanos e democráticos que propugnamos e que norteiam a CDU.

São muitos, mas mesmo muitos, os nossos concidadãos que sofrem duramente os efeitos das políticas neoliberais promovidas pelos defensores e seguidores do capitalismo.

Nós encontramos tantos e tantos idosos, tantas e tantas crianças, tantas famílias, a viverem em lamentáveis condições, muitas vezes mal alimentadas, mal cuidadas. Encontramos pobreza em muitos lares, essa pobreza reconhecida mesmo internacionalmente.

Um pouco por todo o País, quando conversamos com cidadãos que durante anos labutaram e se sacrificaram para ganhar uma côdea, e uma côdea continuam a auferir de pensão ou de reforma, sentimos, não raras vezes, um verdadeiro frémito de emoção. Nós, na CDU, que somos tão solidários, não ficamos indiferentes, nunca somos indiferentes perante o dramatismo dessas situações porque sentimos nos olhares tristes com que nos miram aquele abandono próprio de quem já não tem esperança no futuro.

E são muitos, mas mesmo muitos, mais de dois milhões de portugueses que estão pobres, que são pobres e que temem nunca mais sair da pobreza. Quando vemos o desespero de mães e pais sem emprego, pensamos como são desrespeitados os direitos humanos, os valores democráticos, a Democracia de Abril. Há portugueses sem defesas tratados com indignidade por aqueles que, estando no poder, se intitulam socialistas. Isto é verdadeiramente intolerável.

E ao falarmos com os jovens, sentimos a sua enorme frustração, a sua profunda preocupação quanto ao futuro. Desde muito cedo os nossos jovens são confrontados com injustiças que os surpreendem e não merecem.

Nós incutimos sempre às sacrificadas populações uma palavra de esperança: novos rumos serão traçados, novas políticas sociais, justas e democráticas serão possíveis e vão ser possíveis.

Companheiros

As eleições legislativas, bem como as autárquicas, vão decorrer num quadro político muito preocupante criado por continuadas políticas de direita promovidas por sucessivos governos com particular responsabilidade para o do Partido Socialista, chefiado por José Sócrates, que imprimiu uma governação francamente submissa ao grande patronato, aos dominantes grupos económicos e financeiros, nacionais e estrangeiros, sempre pressionantes e exigentes para que o governo favoreça  apenas os seus interesses – o que efectivamente tem acontecido.

Sócrates e o PS submeteram o País a uma prática política fundamentada numa ideologia e princípios neoliberais com muito graves consequências para a generalidade dos portugueses, principalmente para as classes trabalhadoras, para a juventude, para os reformados e pensionistas, para as centenas de milhar de cidadãos que perderam os seus empregos.

O governo originou distorções e injustiças sociais de enorme amplitude. A instabilidade instalou-se no seio das famílias que temem o futuro, pois Sócrates, os seus ministros e o grupo parlamentar socialista sempre se recusaram a mudar de rumo político não obstante as constantes manifestações de repúdio de largos sectores laborais. Sócrates recusou sempre, com notória arrogância, o diálogo democrático.

Os portugueses sentem que existe um claro irracionalismo governamental. A incerteza quanto ao futuro domina os espíritos da maioria da população. Desde há anos, subsiste uma muito séria crise política, social, económica e cultural, facto este agravado pelo governo não ter sido capaz de apresentar soluções adequadas para se enfrentar os problemas da crise global fomentada pelo sistema capitalista internacional e as que aprovou foram no sentido de apoiar principalmente a banca descurando a necessidade de avançar com medidas destinadas ao sector produtivo português. Os resultados estão à vista: mais de meio milhão de portugueses desempregados. E destes mais de 45% localizam-se no norte do país e na região do Porto.

Já não há possibilidade de se tolerar por mais tempo as violências do Código do Trabalho, tão do agrado do patronato, os “lay- off”, as falsas falências, a diminuição dos salários, o aumento acentuado de impostos, enquanto se concedem benefícios fiscais obscenos aos grandes grupos financeiros. Os cidadãos não estão dispostos a aceitar mais as dificuldades em aceder à justiça, à saúde, ao emprego, ao ensino a continuar a enfrentar injustiças e desigualdades sociais.

O País está, sem dúvida, muito fragilizado. O nosso Povo, os nossos pobres, as nossas famílias, as nossas crianças, não merecem mais tanta provação, tanta infelicidade.

Há que alterar a situação. Por isso, nas eleições legislativas devem criar-se condições susceptíveis para se impedir que o Povo português venha a sofrer novamente com a aplicação das mesmas receitas políticas.

Nesse sentido, em 27 de Setembro, é preciso infligir uma pesada derrota à direita e derrotar as políticas de direita. Impõe-se, assim, o reforço assinalável da CDU que se tem empenhado numa extraordinária campanha eleitoral deparando em todo o território com milhares e milhares de cidadãos cada vez mais sensíveis ao programa político da CDU, às propostas realistas e patrióticas apresentadas pela Coligação Democrática Unitária que, a serem adoptadas, possibilitarão finalmente uma vida digna para todos os portugueses.

A CDU, e dizêmo-lo com toda a convicção, é a alternativa política de esquerda mais credível, mais séria, que o País necessita porque carrega consigo uma forte e viva esperança para a mudança que o Povo tanto anseia. É tempo de dizer basta, é tempo de travar definitivamente as aventuras políticas que tantos problemas criaram a Portugal. Vamos, todos, tornar possível a viragem à esquerda, a consolidação da democracia, das liberdades e direitos constitucionais.

Viva a CDU

 

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«(A Qimonda) É um assunto extremamente complexo e temos de ter paciência, temos de ter fé e temos de esperar.» -- Manuel Pinho, ministro da Economia, 12 de Fevereiro de 2009

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