Depois de o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira ter-se reunido com o Ministério da Economia, de onde trouxe um «saco cheio de nada», Jerónimo de Sousa, a sete dias das eleições autárquicas, visitou o concelho de Aljustrel, onde lembrou que José Sócrates, antes das eleições legislativas, prometeu que a actividade da mina seria retomada no inicio do ano. Mais uma promessa que continua por cumprir.

Em vez de respostas, os sindicalistas foram identificados pela PSP por se estarem a manifestar à porta do ministério. Perante esta situação, em nota de imprensa, a CDU manifestou a sua solidariedade aos mineiros e à sua luta, ressalvando que o negócio das Pirites Alentejanas, entre a multinacional Lundin Mining e o Estado Português, «é uma história mal contada». Em declarações à comunicação social, José Soeiro, deputado na Assembleia Municipal pelo PCP, chegou mesmo a dizer que o «preço total acordado para a compra e venda as acções» da empresa Pirites Alentejanas foi «o montante em dinheiro de um euro a pagar pelo comprador» livre de qualquer encargo para a Lundin Mining.

No documento, a CDU repudiou ainda o facto de «as forças da autoridade do Estado (o mesmo que até agora nada fez pelos mineiros) tenha desatado a pedir identificações aos membros da legação e fazer cenas “tristes” tipo «isto é uma manifestação porque são mais de cinco” e perguntas sobre quem era o organizador, que em nada dignificam as actividades normais em democracia».

Ao lado dos mineiros

Em Rio de Moinhos, no concelho de Aljustrel, na primeira iniciativa do dia, onde estiveram centenas de pessoas, Jerónimo de Sousa voltou a falar do problema dos mineiros. «Nós, CDU, fomos a única força que estivemos ao lado dos mineiros, das suas organizações sindicais, lutando pela reabertura da mina. Foi essa luta que obrigou o governo a declarar que a mina iria ser aberta e que os postos de trabalho iriam, novamente, ser recuperados e criados», afirmou, acusando o Executivo PS de «prometer» o que não vai realizar.

Na sua intervenção, interrogou ainda o executivo PS acerca do contrato de concessão que foi estabelecido com a multinacional Lundin Mining. «Fizemos um requerimento na Assembleia da República sobre as condições dos meios financeiros, sobre quanto custou a venda da mina e quanto é que o Estado português ganhou?», interrogou, lembrando que essa pergunta nunca foi respondida.«O povo tem que dar força à CDU para que a luta continue, para que a esperança não morra. Estas minas hão-de um dia ser abertas, para que os postos de trabalho aumentem no concelho Aljustrel», acrescentou, manifestando grande confiança no resultado eleitoral da CDU nas próximas eleições.

PS governa contra o povo

O Secretário-geral do PCP acusou ainda o PS de «governar» contra o povo e, assim como aconteceu nas eleições anteriores, com o reforço da CDU, «eles [PS] terão menos força para prosseguir a ofensiva» contra os serviços de saúde, da segurança social e, entre outros, dos direitos dos trabalhadores . «Estas eleições, elemento de esperança e de confiança, têm a ver com a vossa vida, com os vossos sonhos, com as vossas aspirações. A juventude quer ficar aqui na sua terra, onde nasceu e cresceu, quer organizar a sua vida, quer ser feliz, autónomo, mas para isso precisa de um pilar fundamental: o direito ao emprego com direitos», frisou, destacando que a «luta» pode derrotar a política de direita. «Com a CDU mais forte, a vossa luta será mais forte», acrescentou.