A partir de 1976 começou em Portugal a tarefa de desmantelamento das estruturas económicas resultantes da Revolução de 25 de Abril. Tarefa que teve como objectivo não só a privatização das várias empresas, com a sua entrega aos antigos donos ou a novos grupos privados, mas também, no caso de muitas empresas industriais a entrega aos grandes grupos internacionais Dado o manifesto desinteresse desses grupos em continuar a manter em actividade as empresas nacionais, apesar de algumas delas puderem ser consideradas como das melhores a nível internacional, logo se começou a verificar que as actividades dessas empresas se foi reduzindo, passando muitas das encomendas recebidas a serem transferida para outras empresas do mesmo grupos.
Foi típico o que sucedeu com a siderurgia nacional, em que foram feitas importantes encomendas de novas maquinarias que lhe permitiam modernizar o processo produtivo. Essas máquinas foram importadas, mas como, entretanto, se deu a privatização, as máquinas não chegaram a ser desencaixotadas e rapidamente se caminhou para o fecho da empresa.
Resultou daqui que não só importantes sectores económicos deixaram de pertencer ao sector público como, muitos deles, fundamentais para o desenvolvimento económico nacional, deixaram de existir fragilizando cada vez mais a débil economia nacional. Tudo isto simultaneamente com uma avaliação do valor das empresas feitas muito abaixo do valor real do que resultou que as verbas recebidas pelo Estado ficaram muito abaixo daquelas que deveriam ser recebidas. Chegou-se ao ponto de muitas das avaliações serem feitas por pessoas que depois foram trabalhar para as empresas que avaliaram.
Desaparecidos sectores fundamentais da nossa economia, passou esta a basear-se quase exclusivamente nos sectores tradicionais, com especial relevo para o sector têxtil, baseado fundamentalmente nos baixos salários. Mas quando surgiram concorrentes que praticavam ainda mais baixos salários,  por imposição dos países que mandam na União Europeia fomos obrigados a importar esses produtos  sem que se pudessem tomar quaisquer medidas de protecção que limitassem a sua importação, assistimos a um fecho de muitas das fábricas nacionais, com o crescente aumento do desemprego.
Nos últimos 30 anos assistimos a um crescente domínio da vida económica do nosso país   pelos grandes grupos internacionais e a uma actuação dos vários Governos tendente a satisfazer a sua crescente necessidade de  aumentar os lucros. Resultou deste conjunto de actuações, a que se juntou ainda a obsessão de diminuir o deficit público, que nos últimos anos Portugal se foi afastando da média dos países pertencentes à União Europeia, com um crescimento significativamente inferior ao que registaram,

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tornando cada vez maior o atraso da nossa economia. E na medida em que o Governo tomava as medidas necessárias para que os lucros dos grandes grupos nacionais e estrangeiros fossem aumentando a ritmos crescentes, resultou daqui que a parte do rendimento nacional distribuída ao sector do trabalho em comparação ao que se destina ao capital fosse diminuindo, atingindo percentagens inferiores aos que se registaram no tempo do fascismo.
Como o que sucedeu às leis que regulamentam o trabalho foi o de sucessivamente irem retirando muitos dos direitos conquistados pelos trabalhadores com a Revolução do 25 de Abril, embora a um ritmo bastante mais lento do que o desejado, dada a forma como os trabalhadores foram reagindo, resulta daqui que, tirando os aspectos exclusivamente repressivos, a situação dos trabalhadores se aproxima cada vez mais daquela que era a sua no fim do fascismo.   
 E mesmo nos aspectos repressivos temos visto o Governo e as entidades que lhe  estão subordinadas avançarem lenta e cuidadosamente com iniciativas várias que, fundamentalmente, procuram medir a capacidade de resistência da população trabalhadora. A forma como esta tem reagido obriga a que o Governo seja muito cauteloso de forma a evitar grandes conflitos em que surgiria enfraquecido perante o seu evidente desrespeito dos princípios democráticos.
Mas estas tentativas mostram bem que o Governo está na disposição de esquecer os princípios democráticos quando isso se tornar necessário para proceder mais eficazmente à defesa dos interesses dos grandes grupos nacionais e internacionais.
A defesa dos trabalhadores e dos grupos mais frágeis da população torna necessário que  para afastar definitivamente a actual política, substituindo-a por outra diametralmente oposta que tenha em conta os interesses da grande maioria da população, se torna necessário afastar os actuais partidos que exercem o poder a nível nacional, o que será possível quando a maioria do nosso povo decidir tomar as medidas  convenientes.

Seria risível, não fosse revoltante, a campanha de falsidades que os responsáveis pela situação da juventude portuguesa levam agora a cabo para as eleições europeias. Pelas ruas, os grandes cartazes de PS e PSD tudo fazem para ocultar o que de facto está em jogo nestas eleições, como aliás em qualquer passo no que ao processo de construção europeia diz respeito.  
Não é de agora e certamente não se ficará por aqui o jogo de ilusões que PS e PSD tentam fazer com o conceito e a amplitude deste projecto europeu que o directório federalista e neo-liberal nos vai impondo sem que sequer nos permita, aos jovens e a todos os portugueses, abordar ou participar nas decisões centrais desse processo. Bem tentam eles agora reduzir as políticas europeias à mobilidade de cidadãos, ao programa erasmus, e a fundos europeus. De uma assentada, limpam-se e branqueiam-se as verdadeiras implicações deste projecto de união europeia e traz-se o estafado argumento da “modernidade”. PS e PSD, cada um mais “europeu” que o outro, todos alinham pela mesma orientação – e prova disso é o comportamento indistinto que praticam, quer em Portugal, quer no Parlamento Europeu – e querem agora vender à juventude portuguesa as ilusões que já no passado nos venderam. Para eles, importa esconder a política de precariedade laboral, de baixos salários, de privatização de serviços, de elitização do conhecimento, de mercantilização da cultura e do desporto; importa esconder e branquear a política comum de pescas, a política agrícola comum, a directiva-quadro da água (que aponta a sua privatização), a criação de um mercado especulativo de licenças de emissão de gases com efeito estufa, e acima de tudo, esconder e branquear a natureza neo-liberal desta união Europeia que coloca acima de tudo, os interesses dos grandes grupos económicos e das grandes potências europeias.  

Importa reduzir a Europa àquilo que nem sequer é. Falar-se de coisas bonitas, de balofos investimentos de super-estrutura, como se Europa fosse TGV, Erasmus ou mobilidade transfonteiriça. Chega o Vital Moreira ao ridículo de afirmar que a União Europeia é o garante da água potável nas nossas torneiras (!!!), tal é a disparatada vontade de esconder o que é esta Europa  que quase acreditei que antes da União Europeia em Portugal se bebia água imprópria. 

É caso para perguntar se seria necessária tanta coisa (um parlamento, uma comissão, um conselho, e tantos outros organismos e instituições) apenas para organizar programas de mobilidade estudantil, que por acaso até existem desde a Idade Média em Universidades Europeias, para assegurar mobilidade transfonteiriça. Obviamente que PS e PSD tudo fazem para esconder as grandes questões europeias, as que à juventude dizem directamente respeito e todas no geral, pois elas são as políticas centrais, os eixos e a raíz de uma política estafada, falhada, de uma política que redunda no retrocesso civilizacional, na retirada dos direitos dos jovens, na crise económica e no seu agravamento. Mas é também uma política que provoca diariamente mais e mais barreiras À participação juvenil, que degrada as condições e a qualidade de vida da juventude, que substitui a verdadeira participação dos jovens pela participação de fachada, sem efeitos, sem consequências, que aposta forte da desvalorização do trabalho e da educação superior dos jovens e que concebe os jovens como a mais vulnerável das camadas da população e, como tal, a mais maleável e explorável do ponto de vista dos grandes interesses económicos. A juventude, nesta europa, pesem as bonitas frases dos cartazes, as ilusões criadas e as atoardas de campanha, não representa mais do que aquilo que representa para as elites governantes em Portugal: carne para canhão.  
É, por isso mesmo, que urge uma ruptura democrática de esquerda, que centre as políticas nacionais e europeias na valorização do trabalho e da educação, que apoie os jovens nessa fase crucial e particularmente instável das suas vidas que é o início da sua autonomia, a criação da sua própria família. É preciso uma política que assegure a gratuitidade da educação para todos, que garanta a todos os mais elevados graus do conhecimento em função das suas capacidades e não da sua condição económica. Uma política estratégica de desenvolvimento que atenda às reais necessidades dos jovens e do país, que não sacrifiquem tudo ao sagrado mercado que nos enfiou neste beco estreito. Uma política de verdadeira participação juvenil, de progresso e de consolidação e conquista de direitos, partindo do avançado conteúdo da Constituição da República Portuguesa e da sua absoluta superioridade e insubmissão a qualquer projecto supranacional como o que se plasma no famigerado Tratado de Lisboa. Essa política, essa europa, não brotará espontaneamente, antes será construída com a luta dos jovens e trabalhadores por toda a Europa. E a luta em Portugal, e neste preciso momento, faz-se com o voto na CDU.

Regina Marques

Regina Marques
Há quem propague a ideia de que são todos iguais e esse discurso fez caminho…Há quem repita que a CDU faz parte do passado e que há outras alternativas à esquerda mais modernas e atraentes. Felizmente, que somos, de vez em quando, surpreendidos com dados na imprensa que provam o contrário. Creio que nos servem para legitimar mais alto a nossa bandeira.  
No domingo passado, um trabalho da jornalista Isabel Arriaga e Cunha, no Público, levou-nos a olhar para o produto do trabalho desenvolvido no PE pelos deputados portugueses. Não foi surpresa constatar que no panorama nacional os dois deputados da CDU foram quem mais relatórios apresentou, mais perguntas parlamentares fez, e mais intervenções produziu nos debates parlamentares, revelando uma extraordinária competência, capacidade e brilho, aliás por todos reconhecidos, naquele quadro de funcionamento complexo, como confere a própria jornalista. Surpresa foi a tão fraca participação de outros. Referimo-nos concretamente ao deputado do BE. A tal "vivacidade" e "modernidade" que alguns lhe atribuem, não se revelaram lá no PE. O deputado do BE não só não procurou respostas aos múltiplos problemas que esta política europeia provocou, como não demonstrou essa tão apregoada maturidade para fazer da política uma actividade em prol do País. Não há que hesitar, as provas aí estão! Não são nada todos iguais… 
Assim como nem todas as mulheres, só porque o são, são iguais. Assumem políticas e objectivos bem diferentes. O voto na CDU serve para as mulheres reafirmarem a sua confiança num projecto que resulta da luta por uma política de respeito por Abril e da denúncia das políticas do PS que, entre outras malfeitorias, vulnerabilizaram a condição das mulheres, agravando mesmo as discriminações salariais e as segregações profissionais.

O voto das mulheres na CDU é o voto na combatividade pela igualdade de direitos e oportunidades, pela emancipação das mulheres no plano social, económico, cultural e político, o nosso sonho de sempre. Como se sabe é uma luta que vai durar e que exige mulheres e homens corajosos e ligados à vida, combativos e persistentes. Votar na CDU é também o voto do reconhecimento na força dos seus deputados que têm sabido energicamente e criativamente fazer do parlamento europeu uma tribuna de acção pela efectivação dos direitos das mulheres portuguesas e pela dignificação do seu estatuto de igualdade na vida familiar e social, na vida económica e política.  
Assegurar que os votos da CDU não faltem é reconhecer a actualidade e a necessidade da CDU, como um projecto contínuo de intervenção e acção, com um programa alternativo, com as pessoas capazes de provocar a alteração que o País precisa.

Com a experiência que temos, não poderá ser o desalento a desmobilizar-nos. Votar na CDU é mostrar, de novo, que este projecto, que é popular e não populista, vale a pena. Há que dizer, mais alto, que a CDU constrói e inova porque radica a sua política numa incessante experiência de um colectivo inserido nos mundos a que cada um está ligado, que cada uma e cada uma vive e sente, com a maior intensidade e entusiasmo.

Heloísa Apolónia

Heloísa Apolónia
A União Europeia vive sobre o rótulo de exigência de altos padrões ambientais. Mas valerá a pena analisarmos se é mesmo assim ou se o rótulo, afinal, é enganador quanto ao produto que nos é vendido.

Com efeito, a União Europeia tem prosseguido rumos, tomado opções políticas e aceitado certas decisões extraordinariamente negativas à boa e desejável valorização ambiental. Seguem alguns meros exemplos.

A produção agrícola localizada, garantia de muito maior qualidade dos produtos, muito mais benéfica em termos ambientais pela diminuição da quantidade de transporte de bens alimentares, maioritariamente rodoviário, e, ainda por cima, com a vantagem de dinamização das economias locais e da criação de emprego, foi esvaziada pelas políticas europeias. A política agrícola comum beneficiou grandes países e grandes agricultores, gerando o empobrecimento dos agricultores portugueses, lançando muitos para o desemprego ou para o abandono do mundo rural e, consequentemente, contribuindo também para gerar consequências de ordem ambiental muito graves, como os famigerados fogos florestais de que somos vítimas anualmente.

A imposição de transgénicos na agricultura foi um dos outros erros crassos da política europeia, que, já para não falar dos prejuízos que daí de correm para os agricultores, foi uma manifesta cedência às multinacionais do sector agro-alimentar, como a Monsanto, que resulta em perda de biodiversidade, como vários estudos de campo já demonstraram, com impactos ambientais muito significativos.

A integração do nuclear no mix-energético da União Europeia, com o seu consequente financiamento, abriu de imediato a gula a apetites vorazes de grandes grupos económicos que continuam a fazer pressão em Portugal para que cá se instale uma ou mais centrais nucleares, com toda a falta de resposta que existe, ainda hoje, para os resíduos radioactivos.

Até quanto à matéria das alterações climáticas, a União Europeia, que sempre se tem apresentado com o rótulo de vanguardista nesse combate, descura agora, a pretexto da crise finaceira, os objectivos de cumprimento do protocolo de Quioto, sem esclarecer que os países que não prosseguirem os seus objectivos o que estão, de facto, a fazer é a preparar uma nova crise para os anos imediatamente a seguir ao primeiro período de cumprimento de Quioto (ou seja, depois de 2012), o que em muito pode vir a afectar empresas e consequentemente empregos.

Da forma como a União Europeia impôs um pacto de estabilidade e crescimento, sem olhar às suas consequências, incentivando os governos nacionais a menorizar as políticas sociais e ambientais para atingir um défice de 3%, até ao silêncio da Comissão Europeia em relação à instalação da co-incineração em pleno Parque Natural da Arrábida, num sítio classificado como de interesse comunitário (sic), tudo valeu para que os grandes interesses económicos valessem sobre direitos ambientais.

O PEV defende uma Europa estruturalmente defensora e geradora da valorização ambiental, conscientes de que, quando o exigimos, é de maior qualidade de vida, de maior saúde pública, de melhor economia e de maior garantia de direitos que falamos – queremos políticas com conteúdo ambiental e não sustentadas em rótulos enganadores!

Valter Lóios

Valter Lóios
CDU - A única força com proposta de ruptura e construção de um Portugal com Futuro!

A política de direita praticada por sucessivos governos e acentuada agora pelo governo PS, quer no Parlamento Europeu quer no plano Nacional, tem tornado cada vez mais difícil a vida dos trabalhadores e de forma particular daqueles que são jovens.

Políticas ao serviço do capitalismo, tendo como objectivo a retirada de direitos duramente conquistados por gerações de trabalhadores, assentes no aumento da exploração, na generalização da precariedade, empurrando os jovens trabalhadores para o desemprego.

É imposto aos jovens, na sua entrada para o mercado de trabalho, um contrato precário, precariedade essa que atinge 1,264,346 trabalhadores.

Precariedade que traz consigo a redução de direitos laborais, com horários de trabalho desregulados e baixos salários, sendo a precariedade a antecâmara do desemprego e assim obrigando muitos jovens a abandonar o nosso País à procura de melhores condições de vida e de trabalho.

Em Portugal o desemprego atinge os números mais altos dos últimos 30 anos com mais de 550 mil desempregados, onde mais de 250 mil são jovens trabalhadores até aos 35 anos.

Estes dados trabalhados pelo Governo PS não contabilizam os milhares de jovens trabalhadores que não estão inscritos no centro de emprego ou até estão em P.O.C.’s a desempenhar funções de trabalho permanente.

No momento em que o desemprego aumenta, o governo PS decidiu alterar as regras de atribuição do subsídio de desemprego e mais de metade dos jovens (57%) não tem acesso a qualquer prestação de desemprego.

Nós, jovens trabalhadores, não temos que estar condenados à política de direita e temos dito com toda a confiança que não aceitamos esta politica e o que ela comporta, tendo demonstrado isso através da luta de massas como se verificou a 13 de Março, ou no DIA NACIONAL JUVENTUDE (28 de Março) e muitas outras podíamos referir que bem visíveis têm sido.

A luta que travamos, tem obrigado o PS a recuar quer no país quer na União Europeia, sendo exemplo disso mesmo a derrota da directiva do tempo de trabalho cujo o objectivo era alargar a jornada de trabalho para as 65h semanais reduzido assim os já magros salários que recebemos.

A nossa luta abre espaço a outro caminho para Portugal, por isso é preciso que no dia 7 de Junho a juventude também leve a luta até ao voto.

Voto CDU, porque é a única força política que está ao lado dos trabalhadores.

Vamos votar CDU dia 7 de Junho para garantir o presente e o futuro do País, com uma política de Juventude que assegure o Emprego Com Direitos, o aumento real dos salários e ponha fim à precariedade. Com o VOTO na CDU sim é possível uma vida melhor!

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