Intervenção de Jerónimo de Sousa, no Comicio em Braga
04 de Junho de 2009

 

À medida que a nossa campanha avança no esclarecimento e no debate e se aproxima o dia das eleições para o Parlamento Europeu, mais portugueses tomam consciência da importância destas eleições e do seu impacto no contexto em que se realizam.

Esta é já uma conquista da grande e dinâmica campanha da CDU que não subestima a importância da eleição de deputados firmes e determinados na defesa dos interesses dos portugueses e do país, mas que não deixa que a sua importância se esgote nesse único objectivo num momento em que se aprofunda a grave crise económica e social que varre dramaticamente o país.

Precisamos, sem dúvida, de eleger deputados que claramente confrontem as actuais orientações da União Europeia, cada vez mais ao serviço das grandes potências e dos grandes monopólios e que, de forma decidida e empenhada, defendam uma mudança de rumo nessas orientações para servir os povos e o desenvolvimento geral de todos os países.

Mas precisamos também, ou melhor, o país precisa com urgência de encontrar outros caminhos para combater e vencer a crise e os nossos atrasos e superar os graves bloqueios que se colocam ao desenvolvimento do país.

Caminho diferente e distinto daquele que tem sido concretizado quer pelo PS quer pelo PSD e seus governos.

É, por isso, que temos afirmado no decorrer da nossa campanha que as eleições de Domingo são também a grande oportunidade para iniciar um processo de viragem na situação política portuguesa.

Elas são a primeira oportunidade no ciclo eleitoral que agora encetamos para os portugueses manifestarem o seu protesto em relação a uma política e a uma governação que tem sido de desastre nacional.

Uma política e uma acção governativa que não é só de hoje, mas que o actual governo do PS de José Sócrates tem prosseguido acentuando todos os traços mais negativos dessa política com a  ofensiva sem precedentes que desencadeou contra os direitos e as condições de vida dos trabalhadores e das populações.

Estas eleições são, assim, a imediata oportunidade que não se pode perder para penalizar os responsáveis pela grave situação que o país enfrenta e para acertar contas com uma política que apenas tem servido o grande capital e os grandes interesses.

As eleições do próximo dia 7 de Junho são, por isso, de uma grande e particular importância para abrir caminho para a necessária e inadiável ruptura com as políticas de direita que estão na origem do dramático e sistemático agravamento da situação do país para abrir o caminho à construção de uma alternativa política e de uma política alternativa verdadeiramente de esquerda em Portugal.

Alternativa que terá mais condições para se afirmar, quanto mais força e mais votos tiver a CDU.

É também, por isso, que dizemos que a única e significativa novidade com peso no rumo da vida política nacional é o reforço da CDU e não tanto saber se os partidos do mais do mesmo – PS e PSD – têm mais ou menos percentagem de votos na competição entre si.

Destes partidos e do facto de entre si se alterar a relação dos seus respectivos votos, nada de novo e diferente surgirá. Portugal continuará o caminho do aprofundamento das desigualdades, do definhamento dos seus sectores produtivos e da desindustrialização do país, da acentuação da sua dependência e atraso.

O que pode mudar o rumo dos acontecimentos em Portugal e dar força ao movimento de ruptura e de alternativa à esquerda para um Portugal de justiça, de progresso e uma vida melhor para os portugueses, é uma forte votação na CDU.

É o reforço eleitoral da CDU já nas próximas eleições que pode criar a dinâmica que conduza à retirada da maioria absoluta ao PS que tanto prejudicou o país e os portugueses e abrir as portas a uma real e efectiva mudança na política e na governação do país.  

Porque, quanto mais isolados no plano eleitoral e no plano político estiverem os responsáveis pela concretização da política de direita em Portugal, por um lado, e quantos mais votos, mais apoio e mais força tiver a CDU, por outro,  mais perto estará o momento da viragem, mais próxima a possibilidade da mudança necessária.

É por tudo isto que o voto na CDU tem um triplo valor. Vale para eleger deputados; vale para afirmar a única força que conta para derrotar a política de direita e o governo do PS; vale para dar mais força e eficácia às lutas futuras em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo, aqui e na Europa.

É por tudo isto que no Domingo, o voto é na CDU sem falta! 

Que ninguém Falte, no próximo Domingo!

Não faltem aqueles que sofreram as consequências da política de direita e que têm agora a oportunidade de apresentar um cartão vermelho a este governo do PS e à sua política de destruição dos direitos e conquistas e dizer basta de política de direita, votando CDU!.

Não faltem aqueles que lutaram nas fábricas, nas escolas, nas ruas, nos campos - os trabalhadores, os jovens, os estudantes, os reformados em defesa dos seus direitos e contra a ofensiva do governo e que votando, votando na CDU, afirmem basta, basta de retrocesso, basta de injustiça social!

A todos dizemos: mantenham a confiança. Não há inevitabilidades, nenhum direito está definitivamente perdido. Com a vossa determinação. Com a luta e com o voto é possível derrotar a vergonhosa política do governo do PS e repor justiça, os direitos retirados e usurpados e anular as suas malfeitorias.

É possível com a luta e com o voto anular as medidas gravosas do seu Código de Trabalho e melhorá-lo.

É possível repor a pacificação da Escola no respeito pela dignidade da profissão docente e pela gestão democrática.

É possível com a luta e com o voto certo derrotar o PS e a sua maioria absoluta e repor os direitos e condições de trabalho dignos aos trabalhadores da administração pública.

É possível com a luta e o voto certo repor justiça e equidade nos critérios do cálculo e na actualização das reformas.

É possível com a luta e com o voto certo na CDU retomar os apoios retirados à juventude no direito ao subsídio de desemprego, ao arrendamento na habitação e garantir emprego com direitos e apoios aos jovens casais com filhos e o direito de todos ao ensino.

Mas não faltem também aqueles  que estiveram na primeira linha do combate em defesa do Serviço Nacional de Saúde e contra os encerramentos de serviços e de escolas e que têm agora a oportunidade de afirmar com o seu voto na CDU, basta, basta de destruição dos serviços públicos da população!

Não faltem os nossos agricultores que tanto têm lutado pelo direito a produzir e pelo direito a um rendimento justo do seu trabalho.

Não faltem os que estão sufocados nas suas actividades pela agiotagem da banca e especulação dos preços dos serviços e factores de produção dos grandes grupos económicos, os micro, pequenos e médios empresários, que têm também no próximo Domingo, a grande oportunidade de dizer basta, basta, esta política está gasta!

É a todos os que lutaram, aos muitos milhares de eleitores, incluindo aqueles que votaram no PS a pensar na mudança e que hoje estão justamente desiludidos e desencantados, que nos dirigimos para lhes dizer que é tempo de em conjunto trabalharmos para construir uma verdadeira alternativa à esquerda, votando na CDU. Não se arrependerão!

Aos muitos que cansados da governação do vira o disco e toca o mesmo do PS e do PSD, lhes apelamos: - não se deixam tomar pelo desânimo e não deixem que o vosso descontentamento fique em casa!

A todos dizemos: - não se abstenham, votem e votem bem, deixem de lado os preconceitos, porque os partidos não são todos iguais, nem todos estão dispostos a trocar princípios por poder ou lugares ou as condições de vida do nosso povo, por benesses e por cargos.

Temos um projecto de mudança e uma política para servir o povo e o país. Uma política que faz a diferença aqui e na Europa!

Somos de facto diferentes e por isso realizámos uma campanha diferente das de todos os outros. Uma campanha que não pairou acima da vida dos trabalhadores e do povo, que, pelo contrário, se ligou à sua vida e à sua luta.

Uma campanha com raízes na realidade dos portugueses e do país que bem conhecemos!

Uma realidade que alguns tentam agora negar ou esconder. Veja-se o PS. Veio agora fazer a única coisa que faltava na sua campanha marcada pelo vazio de ideias, pelas contradições, pela arrogância e agora pela provocação gratuita.

O PS - o tal que defende no seu manifesto eleitoral “um novo rumo progressista para a União Europeia” – afirmou, pela voz do seu cabeça de lista numa entrevista, que concorda com os apoios milionários à Banca.

Até aqui nada de novo. Já todos conhecemos a política do PS que canaliza milhares de milhões para a Banca ao mesmo tempo que põe os trabalhadores e as famílias a pagar a crise.

A novidade desta declaração, e é por isso que a referimos, é que o cabeça de lista do PS, defende os tais milhares de milhões de Euros para a Banca porque – e passo a citar – “isso foi essencial para podermos pensar que, neste momento, a crise está em vias de ser ultrapassada”.

Só cá faltava esta! O PS, sentindo que os votos lhe fogem da mão, não olha a meios para continuar a iludir a realidade do país.

Mesmo que para isso decrete, de uma penada só, o fim da crise!

É caso para dizer, camaradas e amigos, que quanto mais a campanha aquece mais desorientado fica o PS!

Mas, reconheçamos que o PS tem tido azar nesta campanha. Primeiro foi a história do imposto do Vital que é bom para a Europa mas não é para Portugal.

Agora é a crise. É que é exactamente no mesmo dia em que o seu cabeça de lista tenta convencer os portugueses de que a bonança está ali ao virar da esquina, que  o Eurostat vem desmentir o candidato com novos dados a anunciar a continuação da recessão económica na União Europeia e em Portugal.

Com valores  que demonstram que infelizmente a crise está para durar e que as tais medidas que o PS defende e que acha que são fundamentais, não estão a surtir qualquer efeito. Bem pelo contrário!

Mas nós compreendemos o PS. É que do seu ponto de vista de classe a crise até pode nem ser tão profunda. É que o ponto de vista do PS é o dos senhores do dinheiro! E esses continuam a registar lucros que insultam todos os dias os milhares de trabalhadores que são atirados para o desemprego, insultam as famílias que estão com a corda na garganta e os portugueses em dificuldades.

Querem esconder a crise porque fogem com medo à discussão das suas causas. Não querem discutir as causas porque elas desvendam as suas responsabilidades e põem em causa as suas políticas.

Querem fugir ao debate de ideias porque não têm propostas para resolver os problemas dos portugueses, do país e muito menos da Europa.

É por isso camaradas, por não terem propostas, que se lançam agora em várias linhas de fuga para a frente.

Uma delas faz-nos lembrar aquela conhecida palavra de ordem “todos diferentes, todos iguais”.

Eles bem se esforçam PS e PSD - com o CDS a tentar dar umas bicadas - para arranjar assunto para aparecerem nos telejornais como os mais ferozes inimigos. Mas a realidade é outra camaradas!

A realidade é que estão de acordo em quase tudo, como o demonstram as votações no Parlamento Europeu!

Eles choram lágrimas de crocodilo contra a abstenção, mas alimentam-na quando se lançam na politiquice do pequeno confronto em torno do acessório.

Apelam à participação, mas tudo é concebido para esconder o seu namoro pegado, lá em Bruxelas e cá em Portugal.

Falam, aparentemente preocupados, do afastamento da política mas tudo é inventado e fabricado para transformar a política num triste e pobre espectáculo.
E também por esta razão devem ser penalizados no Domingo! E a forma de o fazer não é não votar!

É votar! Votar com alegria e confiança naqueles que nesta campanha se dedicaram à política e não ao espectáculo e à trica partidária! Na CDU!

A segunda linha de fuga para a frente, inaugurou-a o PS num cartaz eleitoral que afirma “uma Europa mais forte para vencer a crise”.



Impõe-se então a pergunta: União Europeia mais forte? Que querem dizer com isso? Mais Pacto de Estabilidade e Crescimento para justificar a política de baixos salários e de cortes nas despesas sociais e menos investimento público nos sectores produtivos em regiões que dele necessitam como de pão para a boca? – e esta região é seguramente uma delas. 

Mais Política Agrícola Comum para destruir o que resta da nossa agricultura? Mais Política Comum de Pescas para acabar com a nossa frota pesqueira e lançar comunidades inteiras no desemprego e na pobreza?

Mais Federalismo com o Tratado de Lisboa para que Portugal tenha ainda menos peso nas decisões da União Europeia?

Mais militarização da União Europeia para aumentar os gastos militares em Portugal e para se enviarem mais soldados para guerras injustas e criminosas?

Mais liberalização e menos salvaguarda de sectores estratégicos como o têxtil, vestuário e calçado e mais dificuldades à produção nacional?

Mais deslocalizações e desemprego nos têxteis que a liberalização do comércio mundial por si apoiada tem provocado?

Mais União Europeia para pôr fim ao sistema de quotas leiteiras e avançar na  liberalização do mercado do leite e impor preços baixos na produção que os produtores de leite desta região já sentem?

Mais desmantelamento das OCM do vinho e hortícolas e menos apoios à produção nestes sectores?

É que é isso que significa União Europeia mais forte!

É que é isto que o PS, e também o PSD e CDS, defendem quando apoiam o actual rumo da União Europeia e as políticas da Comissão Europeia de Durão Barroso! Por mais flores que possam vir agora fazer no final de campanha!

A este rumo da União Europeia a CDU diz Basta, porque reforçar esta União Europeia é aprofundar a crise e porque são estas as políticas que são também as causas da crise!

Reforçar esta União Europeia é enfraquecer a Europa. A verdadeira Europa, pela qual a CDU e muitos outros por essa Europa lutam, é a da justiça social, dos direitos, da cooperação, do respeito pela soberania, da liberdade, da democracia e da paz.

O PS sabe que os trabalhadores e o nosso povo tomam consciência de que está nas suas mãos dar a volta a isto.

O PS anda nervoso camaradas, e já perdeu o Norte. Parece que até já fizeram um cartaz a fazer “queixinhas” de que os outros combatem o PS enquanto que o PS anda a combater a crise.

Estão nervosos e nós sabemos porquê, e dizemos o que sabemos. Sabemos que há uma onda de confiança que cresce neste país! Confiança de que a CDU pode marcar a diferença a construir a mudança neste país! Estão nervosos e lançam-se agora, revelando desespero, em ataques provocatórios contra a CDU e a sua cabeça de lista. Mas daqui queremos dizer ao PS quatro coisas.

A primeira é que não daremos para o peditório da trica, do ataque pessoal, da intriga e da suspeição!

O PS sabe que essa tem sido sempre e sempre a nossa postura. Em todos os momentos, seja em campanha eleitoral, seja fora dela! Sabe-o o PS e sabe-o o seu Secretário-geral!


A segunda é que o PS escolhe mal os caminhos por onde parece querer mover-se agora. O PS sabe, os nossos adversários políticos reconhecem, e os Portugueses sabem, que se há questões de que nos orgulhamos, e muito, elas são a seriedade, a coerência e a honestidade com que nos entregamos à política.

O PS sabe, os nossos adversários reconhecem e os portugueses sabem que na CDU não enriquecemos à custa do exercício de cargos públicos, não misturamos cargos públicos com lugares em administrações de empresas! Nem andamos a disputar as pastas e as postas na banca portuguesa.

Portanto não vão por aí!

A terceira é que estamos disponíveis para discutir ideias, políticas e assuntos que interessem verdadeiramente aos portugueses, venham elas em qualquer momento ou lugar as discutiremos!

A quarta e última, camaradas e amigos, é que compreendemos que o PS tenha eleito nesta recta final de campanha como principal adversário a CDU.

Não sabemos que dados têm eles na mão, mas que estão preocupados com a nossa força lá isso estão! E têm razões para isso camaradas! Têm razões porque o voto na CDU é o que mais preocupa o PS porque é o voto mais certo e seguro para derrotar a sua política! Estão nervosos porque é evidente que o apoio à CDU está a crescer de dia para dia e isso dói-lhes a sério!

Está cada vez mais provado que um Portugal com futuro para todos, nunca será construído  pelos mesmos que conduziram o país ao atraso, ao declínio e à crise.

Portugal e os portugueses precisam de outro governo e de uma nova política e de outra orientação na União Europeia!

Só com a CDU  que tem uma clara proposta de ruptura com a política de direita aqui e na Europa, é possível a mudança necessária para promover o desenvolvimento do país e a elevação das condições gerais de vida dos portugueses.

Por isso dizemos aos trabalhadores, ao povo português: -  apoiem a CDU, votem CDU e verão que é possível retomar os caminhos da justiça social, da solidariedade e da esperança para todos os portugueses.

Vamos com convicção mobilizar vontades, levando a todo o lado a nossa mensagem, a nossa palavra, as nossas propostas  a todas as pessoas para que seja possível uma CDU mais forte, por uma política ao serviço dos portugueses e de Portugal.

Todos no próximo Domingo, sem Falta, para podermos continuar a dizer: A CDU avança, com toda a confiança!

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