A Juventude CDU apresentou e discutiu as suas 15 propostas para os jovens ontem, em Braga. A iniciativa teve lugar num bar perto da Sé de Braga, à noite, com a presença do cabeça de lista às Eleições Legislativas por Braga e deputado da AR, Agostinho Lopes e a candidata jovem Catarina Mendo. Ainda que num espaço não muito grande, não foram pequenas as preocupações levantadas pelos presentes em relação a problemas concretos dos jovens, como a educação, o desemprego, a cultura e o desporto.

Entre as diversas intervenções feitas ao longo do debate, realçaram-se as experiências e as dúvidas em relação às políticas para o Ensino Superior. O Processo de Bolonha, o novo RJIES e os casos das universidades que passaram a fundações foram assuntos que levaram a profundas críticas e reflexões acerca da Educação como formação em contraste com a ideia mercantilista do Ensino com que hoje nos deparamos.
 
Também os estudantes trabalhadores mereceram destaque na discussão, tendo sido proposta uma análise mais atenta ao seu estatuto e ao cumprimento deste por parte das Universidades, assim como colocada a dificuldade acrescida que estes estudantes não ordinários têm enfrentado desde a entrada em vigor do Processo de Bolonha.
O deputado Agostinho Lopes lembrou o relatório de contas recentemente apresentado pela Universidade do Minho, onde se dá conta de cerca de cinco milhões de euros de propinas em dívida, o que os presentes concordaram ser um número representativo da realidade de quem não consegue pagar o valor das propinas. Afiançou, ainda, que seria curioso calcular o valor nacional de propinas em dívida que, a ver pelo caso deste distrito, estaria “na casa das dezenas de milhares”. 

Quanto às questões do emprego, o Código do Trabalho foi duramente criticado pelos presentes por aumentar a precariedade e não fazer jus aos direitos dos trabalhadores. O número de desempregados jovens foi outro alarmante número discutido e analisado. Também a chamada “fuga de cérebros” foi levantada, tendo sido discutida de forma mais aprofundada como reflexo do desajuste entre as necessidades do país e os cursos mais frequentados.