Redobrado empenho, redobrada confiança.

Miguel Tiago
 

Miguel Tiago

Por força da conjuntura e porque assim convém a quem a sustenta e dela sobrevive, verifica-se uma tendência para a mistificação do que está em causa nas batalhas eleitorais que se avizinham, particularmente quando falamos de eleições legislativas. No conjunto das iniciativas de campanha que a CDU leva a cabo, por todo o país e assentes especial e preferencialmente no contacto directo com aqueles que sofrem as consequências das políticas de direita que têm vindo a entregar o país a um neo-liberalismo absoluto e a uma crise profunda, surgem porém notas de grande esperança e confiança.

Bem sabemos, e disso temos consciência, que o descontentamento com as políticas dos sucessivos governos PS ou PSD não se traduz directamente em votos conscientes e comprometidos, mas dele podemos de facto partir para avançar nesse trabalho de consciencialização. E a CDU não tem abdicado desse trabalho directo e empenhado no contacto directo, confiando na inteligência do povo português e desafiando a sua coragem para assumir a necessidade de ruptura com estas políticas.

Mesmo neste contexto de profundas dificuldades, de alastramento do trabalho temporário, de mistificação das batalhas eleitorais e de ampla manipulação da consciência colectiva, os candidatos da CDU, os militantes e activistas que levam a cabo esta campanha por todo o país encontram a maior simpatia e receptividade de praticamente todos com quem falam ou se cruzam. E, nesses contactos, nesses milhares de conversas com trabalhadores, jovens, comerciantes, pequenos empresários, agricultores ou reformados, há sempre uma enorme demonstração de respeito e confiança na CDU. E verificamos que há bastante mais disponibilidade para o voto na CDU e para o apoio a esta força de mudança do que aquele que muitos querem fazer-nos crer. A forma como se têm abatido as consequências da crise do capitalismo, as políticas de destruição dos serviços públicos, o desemprego galopante, a instabilidade laboral e a desvalorização de salários e pensões sobre os trabalhadores e camadas anti-monopolistas da população é, em muitos casos em si mesma, um elemento de estímulo à ruptura política com a alternância do costume. Esta simpatia em torno da CDU e receptividade e disponibilidade para com a CDU discutir e até convergir é reflexo do trabalho coerente e persistente das forças que compõem a coligação e da sua forma distinta de fazer política, ao serviço do povo e do país, sem subordinar os interesses colectivos aos interesses individuais ou às negociatas do lucro e do grande capital. Existe hoje uma genuína vontade para construir a alternativa junto do povo português, que exige à CDU, seus candidatos e activistas, que se afirme como a única força capaz de a construir, com redobrado esforço e empenho, com confiança e motivação.

É exactamente por ter noção perfeita do significado do crescimento da CDU e dessa disponibilidade popular que cada vez mais gravita em torno da coligação, que o PS de Sócrates orienta todos os seus esforços contra a esquerda, o PCP e a CDU, dirigindo uma verdadeira chantagem ao povo português, agigantando a verdadeira dimensão da direita actual e dos partidos que a representam. Se há, de facto, quem neste momento promove a direita é o próprio PS, atacando a CDU de forma sistemática e preferencial. É curioso verificar que Sócrates, homem de esquerda moderna, dessa tão moderna que se torna tão igual à direita mais liberal, prefere atacar a CDU para supostamente combater a direita do que atacar a direita directamente. Essa estratégia poderá arregimentar os mais distraídos militantes ou simpatizantes do PS, mas não poderá ecoar junto dos socialistas ou cidadãos de esquerda sem partido que avaliem criticamente a situação actual. Pois que dois segundos de pensamento desapaixonado e lúcido rapidamente demonstram que, por todas as razões e talvez mais alguma, o único voto que pode de facto combater a política de direita é voto na CDU.

E nenhum voto na CDU é um voto na direita. E é por saber disso que o PS difunde essa doutrina anti-comunista, pois que sabe que é o voto na CDU que pode alterar o rumo político nacional, virando à esquerda. Para Sócrates e, principalmente para aqueles interesses que ele, cada vez com mais desfaçatez, representa, antes ganhe a direita!

Estando em causa, não apenas o Governo ou as suas figuras, mas sim a composição da Assembleia da República, sentimos a possibilidade objectiva de atingir e ultrapassar os nossos objectivos quando sentimos a afabilidade das pessoas com quem falamos. É possível uma vida melhor porque é mesmo possível reforçar a CDU e crescer em votos e mandatos. Redobremos pois a confiança nos resultados da CDU e no seu profundo significado. Redobremos também o empenho e a alegria de lutar, motivados pela confiança que cresce, mas acima de tudo pela certeza da justeza das propostas da CDU e da luta que trava diariamente, antes, durante e depois das eleições.