O PS não compreendeu... nem vai compreender!

Heloísa Apolónia
 

Heloísa Apolónia

Quem via os debates com o 1º Ministro na Assembleia da República e via a sua certeza absoluta sobre tudo e o seu mar de anúncios de apoios sociais, assistia à esquematização de um país virtual que não correspondia ao país real.

Nós, na CDU, que andámos sempre no “terreno”, junto das populações e a conhecer os problemas concretos do país, para os traduzir com conhecimento no Parlamento, sabíamos (e como o denunciámos!!) que o país estava noutro estado, que as dificuldades aumentavam e que a justiça social se definhava.

Eis senão quando surge a campanha eleitoral para as legislativas e membros do PS, com responsabilidade em muitas matérias graves que se aprovaram na Assembleia da República, começam a pôr um ar de “cordeirinhos” e uma capa de humildade, nunca antes vista, e começam a reconhecer erros que cometeram sobre coisas que há uns meses afirmavam peremptoriamente que estavam mais que certas:
O 1º Ministro reconhece que o sistema de avaliação de professores não correu bem. Então, quando 120.000 professores de uma vez, e noutra 100.000 professores, se manifestaram nas ruas contra as medidas do Governo, não percebeu logo que as coisas não estavam a correr nada bem?
Deputados do PS reconhecem que o sistema de financiamento do ensino superior não correu bem. Então, quando as universidades estranguladas financeiramente pelo Governo, aumentaram as propinas, dificultando a frequência deste ensino por muitos estudantes, não repararam que as coisas estavam a correr bem mal?
Membros do Governo vêm agora reconhecer que a integração de trabalhadores na mobilidade especial não correu muito bem, que houve precipitações. Então, não repararam que quando o PS definiu que 107.000 postos de trabalho na função pública eram para liquidar, as coisas correriam mal, designadamente ao nível do desemprego?

Pois é… a campanha eleitoral fá-los reconhecer muitas coisas, porque eles sabem o quanto prejudicaram as pessoas com políticas que valorizaram o sistema financeiro e delapidaram as condições de vida das populações. Não há forma de o negar!  Reconhecimentos de campanha… a seguir, se lhes derem força, farão tudo igual e voltaremos a ouvir Sócrates no seu fantástico país virtual, com as suas certezas absolutas e a sua arrogância inata.

É por isso que digo, cada vez com mais convicção: este país precisa tanto de mais CDU!