Comicio de Encerramento em Braga
Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP
25 de Setembro de 2009
Agostinho Lopes

Francisco Madeira Lopes

Jerónimo de Sousa

Encerramos aqui, nesta laboriosa cidade de Braga, a campanha eleitoral para a Assembleia da República.

Permitam-me, em primeiro lugar, que daqui dirija um agradecimento a todos os homens, mulheres e jovens que por todo o país se envolveram com dedicação e trabalho para assegurar o êxito da grande campanha de mobilização e participação popular que foi a campanha eleitoral da CDU.

Agradecer o contributo inestimável que deram com o seu entusiasmo e participação para levar até ao nosso povo o trabalho realizado e as propostas desta grande força da esquerda – a CDU – a mais genuína força da esquerda portuguesa.

Uma campanha que trouxe para o debate político os problemas dos trabalhadores, as injustiças e desigualdades, os salários, os apoios do Estado aos grupos económicos, a destruição do aparelho produtivo e a necessidade de aumentar produção nacional e o emprego.

Uma campanha que deu expressão à exigência de melhores serviços públicos, na saúde, na educação, na segurança social; que falou daquilo que interessa, dos problemas, das políticas, da situação do país e das propostas para uma vida melhor e que, por isso, recusou ficar prisioneira dos “casos”, das “notícias do dia”.

Uma campanha dirigida em primeiro lugar aos trabalhadores, vítimas do agravamento da exploração, dos desmandos da política de direita, mas também, aos reformados, à juventude, aos pequenos empresários, aos agricultores, ao Povo português.

Uma campanha que é inseparável das muitas jornadas de luta que fomos travando contra a política de direita e que permitiu introduzir ânimo e confiança na possibilidade de uma mudança a sério na vida política nacional.

Uma campanha que mostrou uma força a crescer, como aqui se vê, e como ontem se viu naquele grandioso comício no Campo Pequeno em Lisboa, e que a crescer continuará com a vossa ajuda, a vossa determinação, o vosso empenho até ao último minuto do dia das eleições.

Uma campanha de uma força para onde confluiu um imenso mar de vontades e de esperança numa vida melhor para o nosso povo.

Sim, esta CDU é a força que transporta essa real vontade da ruptura e da mudança e dá sentido à possibilidade de construir com a força do povo e a sua vontade um outro rumo e um outro caminho de justiça e de progresso para Portugal.

Nestes últimos dias, o PS e José Sócrates, convencidos que é já dinheiro em caixa o resultado das eleições do próximo Domingo, decidiu despir a “pele de cordeiro” que a derrota das europeias obrigou a vestir, para alardear de novo uma arrogância desmedida.

Aí os temos a mostrar novamente a sua verdadeira face e a abandonar aquela falsa postura de humildade, insinuando o soberbo triunfalismo de quem pensa que nada nem ninguém o impedirá de retomar o caminho do ajuste de contas  com  os que lutaram e se opuseram às suas injustas e desastrosas políticas.

Nós não temos dúvidas e ninguém se iluda, o verdadeiro PS de José Sócrates não é o das palavras doces é este que agora vemos cego de sobranceria e que não deixará de pôr em marcha, se o povo o permitir, o rolo compressor da sua política e da sua governação para esmagar os interesses populares.

Pedem aos que foram vítimas da sua governação que lhes dêem o voto útil, em nome do perigo da direita. Dessa direita que  eles próprios esvaziaram e deixaram à deriva ao assumirem o essencial do seu projecto e da sua política.

Vêm com a cantilena do voto na esquerda possível, como se fosse impossível fazer uma verdadeira política de esquerda.

Como se fosse uma utopia realizar uma verdadeira política de esquerda alternativa à política de direita em Portugal.

Como se a afirmação de uma genuína esquerda estivesse dependente de forças estranhas e não da própria vontade dos homens.

Como se os trabalhadores e o povo estivessem condenados a optar toda a vida pela esquerda do “faz de conta” com medo da direita.

Como se fosse uma impossibilidade tomar o partido do povo, o partido dos trabalhadores, o partido dos pequenos agricultores, o partido dos micro e pequenos empresários e defender os seus interesses.

A direita não se derrota votando naqueles que tomaram da direita as suas principais ideias e objectivos. A direita não se derrota com o voto no  PS.

Que ninguém duvide, o verdadeiro José Sócrates não é aquele que logo a seguir às eleições europeias passou a prometer a terra do leite e do mel, mas aquele que nestes quatro anos e meio de governo tantas dificuldades e tantos sacrifícios impôs aos trabalhadores e ao povo.

A dois dias da decisão eleitoral, quando é certo que PSD e a direita serão derrotados, o grande perigo – o perigo maior que se apresenta – é o do PS obter uma nova maioria absoluta.

Uma maioria absoluta que nas mãos do PS significaria o retomar da ofensiva sem precedentes e o continuar do caminho de ruína, recessão e desemprego.

Travar o passo a tal pretensão exige o reforço da CDU.

O voto que não só permite derrotar a direita e os seus partidos, mas também a política de direita do PS e pôr um ponto final na soberba arrogância da sua maioria absoluta e de mais quatro anos de penosos sacrifícios e de inaceitáveis injustiças. 

A direita derrota-se reforçando a força verdadeiramente de esquerda – a CDU. 

A direita derrota-se dando o voto à CDU!

Porque a verdadeira esquerda não ataca quem trabalha. A verdadeira esquerda defende e assume como seu objectivo inquestionável os interesses dos trabalhadores e do povo.

A verdadeira esquerda não se esconde atrás de uma pretensa defesa do “interesse geral” para destruir o património de conquistas do mundo do trabalho, como o fez José Sócrates.  

A verdadeira esquerda luta para os reforçar e ampliar e com isso criar melhores condições de vida de quem só vive do seu trabalho.

A verdadeira esquerda não abandona à sua sorte a pequena agricultura, o pequeno comércio e os pequenos e médios empresários, toma como seus , os seus interesses e não os dos banqueiros e dos grandes grupos que os sufocam.  

Nós temos confiança que, na hora do voto, o povo não vai esquecer que este governo é o responsável pelo mais brutal aumento do desemprego.

Nós estamos convictos que os trabalhadores, na hora do voto, não esquecerão quem os penalizou nos salários e nas suas condições de vida.

Que não esquecerão o significado das mutilações aos seus direitos com as alterações ao Código de Trabalho.

Não esquecerão os desempregados sem subsídio que no momento pior das suas vidas os marginalizaram!

Não esquecerão os professores atingidos na sua dignidade profissional!

Não o esquecerão os trabalhadores da Administração Pública transformados em bodes expiatórios da negra política de obsessão do défice!

Não o esquecerão os reformados e pensionistas que viram prolongar-se as suas reformas de miséria! 

O povo, na hora de votar, no domingo, 27, não vai esquecer que este governo aumentou os impostos que afectam as camadas populares e isentou os grandes senhores do dinheiro.

Nós estamos convictos que os jovens, na hora de votar,  não esquecerão que a única saída que este governo lhes deixou foi a precariedade, os baixos salários, um vazio de direitos e uma educação cada vez mais cara e para as elites!

Que o povo não vai esquecer a ofensiva contra os seus direitos  à saúde com a brutal ofensiva que desencadeou contra o SNS.

Nós temos confiança que o povo vai pesar a negra herança de quatro anos e meio de governo que continuou a desindustrialização do país, a ruína da agricultura e empobreceu o país e os portugueses. 

Não o esquecerão os micro, pequenos e médios empresários, vitimas igualmente da estagnação e da recessão, mas também discriminados no acesso ao crédito e subjugados pelo apertado colete de forças dos grandes grupos económicos.

Não esquecerão que entregaram ao centros de decisão no estrangeiro e às organizações do comercio mundial o destino das nossas industrias, nomeadamente da têxtil.

Dia 27, os trabalhadores e o povo português têm uma oportunidade única para mostrar que o país não está condenado ao retrocesso, às injustiças e à desigualdade.

Uma oportunidade para, com o seu voto na CDU, fazer ruir o falso dilema das soluções construídas em mais do mesmo que PS e PSD há mais de trinta anos vêm impondo a país.

No próximo domingo aquilo que verdadeiramente novo e decisivo pode resultar das eleições é uma expressiva votação na CDU e o reforço do número de votos e de deputados.

Um voto decisivo para todos aqueles que hesitando ainda sobre o voto certo para derrotar PSD e a política de direita do PS, encontrarão na CDU a opção mais segura para assegurar uma alternativa verdadeiramente de esquerda.

Um voto decisivo para aqueles muitos e muitos milhares de eleitores do PS, desencantados com o engano de há quatro anos, podem ter agora na CDU a opção certa para ver realizada a sua profunda aspiração a uma política de esquerda que lhes assegure uma vida digna e com direitos.  

Aos que connosco convergiram na luta social, converjam connosco na opção eleitoral, votando na força amiga, combativa e solidária.

O voto de quem não troca o certo pelo incerto, de quem confia em quem conhece das pequenas e grandes lutas, da presença solidária na hora em que foi preciso defender os direitos.

Não trocar o certo pelo incerto também aqui em Braga, dando força e reforçando a confiança no trabalho do deputado da CDU – Agostinho Lopes -  que desenvolveu um trabalho sem paralelo em defesa deste distrito e de toda a Região Norte. 

Somos uma força que não está prisioneira de compromissos escuros, mas livre para promover e assegurar os interesses dos trabalhadores e do povo em todas as circunstâncias.

Que não se rende, nem se entrega a acordos que trocam tudo, por um prato de lentilhas de poder. 
Que será sempre o interesse dos trabalhadores, do povo e o interesse nacional que determinarão todas as suas decisões no futuro.
Que nunca deixarão os interesses dos trabalhadores e do povo por mãos alheias.
Que os votos da CDU são votos para decidir à esquerda. São votos para unir no combate à política de direita e jamais para pactuar com a direita e a sua política. 
O voto numa força pronta e preparada para assumir todas as responsabilidades que os portugueses lhe quiserem dar com o seu voto no próximo domingo.

Há quem já tenha subido ao pódio com ar triunfal e declarado a vitória antes de terminar a corrida eleitoral.

Há até quem por aí ande aos empurrões por lugar secundário no trampolim do poder.

A esse queremos dizer-lhes: nós estamos ainda a correr e somos muitos e muitos milhares, os muitos que aqui estão e que por todo o país vão dar nesta ponta final o seu máximo para que esta força reforçada com mais votos e mais deputados pese nas soluções que decidirão do destino do pais.

Vamos, nestas horas que  faltam, acabar de construir aquele resultado que desmentindo presságios e ilusórias alternativas, está em condições de decidir uma nova política.

Vamos nestes horas que ainda faltam assegurar que esta corrente imensa de confiança na CDU se transforme num substancial reforço em mais votos e mais deputados indispensáveis a um outro governo e a uma outra política, de ruptura, patriótica e de esquerda.


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