Vamos a isso!

José Casanova
 

José Casanova

«Fracasso da CDU»; «Morte do PCP»; «Derrota histórica»: estas são algumas das frases utilizadas pelos «analistas» de serviço nas televisões em todas as noites de contagem de votos - frases que eles começam a gritar antes, mesmo, de os votos estarem contados e que, no dia seguinte, serão repetidas pelos seus gémeos da imprensa escrita, na ideia, por todos eles tomada como certa, de que uma mentira muitas vezes repetida se transforma em verdade. Foi assim na noite de 27 de Setembro, assim tinha sido na noite de 7 de Junho e o mesmo aconteceu em todas as noites eleitorais das últimas décadas.

De tal forma que, com tantas vezes a morte anunciada e dada como certa, bem pode dizer-se que o PCP e a CDU são a prova provada da existência de milagres – neste caso, podendo apresentar-se como exemplo concreto daquele que é muito justamente considerado o pai de todos os milagres: o da ressurreição…

O esquema é simples, é sempre o mesmo e desenvolve-se em dois tempos concretos: primeiro, ao som da campainha que anuncia «resultados eleitorais», os ditos analistas, por efeito de um reflexo condicionado, entram, tal como os cães do Pavlov, em estado de salivação incontida e babam-se e babam sobre os telespectadores as tradicionais declarações de óbito do PCP e da CDU; no dia seguinte, concretizada a transferência bancária, limpam a baba com as costas das mãos e lambem as mãos do dono. Satisfeitos, todos.

Sublinhe-se que, no que diz respeito à condenação à morte do PCP, trata-se de uma sentença velha, de longas barbas brancas, decidida há muitos, muitos anos, no tempo em que… os animais falavam e o fascismo decretava. Não têm conto as vezes que o PCP foi dado como morto e enterrado, as vezes que a sua extinção definitiva foi anunciada desde então. Curiosamente, há nestas repetidas e sucessivas sentenças de morte uma particularidade assinalável: é que as formulações a que recorriam os «analistas» desse tempo são as mesmas a que recorrem os seus sucessores de hoje – a confirmar que, como escreveu o poeta, «isto anda tudo ligado»…

Mas deixemo-los entregues à sua tarefa de eternos cangalheiros de um morto que não morre, e vamos ao que interessa: a campanha da CDU para as autárquicas do próximo domingo.

Trata-se de uma campanha em que participam dezenas de milhares de candidatos e activistas, homens, mulheres e jovens que, por todo o País, fazem chegar às populações provas inequívocas do trabalho, da honestidade e da competência de que é feita a intervenção dos eleitos da CDU ao longo de mais de trinta anos; e que transportam consigo o compromisso de prosseguir esse trabalho, essa honestidade e essa competência no próximo mandato.

Trata-se de uma campanha de massas e que se distingue das campanhas de todas as restantes forças políticas pela seriedade singular da sua mensagem e pelo respeito que manifesta pela inteligência e pela sensibilidade dos eleitores.

Temos uma semana à nossa frente, uma semana que nos permitirá – a cada um de nós, individualmente, e a todos nós, colectivamente - contactar, ainda, muitos milhares de pessoas e conquistar muitas delas para o voto na CDU – com a consciência de que a campanha só termina depois de contados todos os votos.

Vamos a isso, então.