Quatro centenas e meia de pessoas participaram, em Estremoz, num jantar de apoio à CDU. Depois de, há quatro anos, a CDU ter perdido a maioria para o PS por 70 votos, a coligação dá mostras de estar mobilizada e preparada para enfrentar esta batalha e, quem sabe, para recuperar a maioria em Estremoz.

Fácil não será, aliás, nenhuma batalha o é. Mas esta tem dificuldades acrescidas: o PS promoveu um clima de medo em muita gente que depende da Câmara e o antigo presidente da Câmara, então eleito pela CDU, apresenta-se às eleições numa lista independente reivindicando para si os louros do trabalho feito durante a sua presidência.

Mas na opinião de Jorge Pinto, primeiro candidato da CDU à Câmara Municipal, o que de bom foi feito durante o que chamou o «segundo ciclo da CDU em Estremoz», resultou do trabalho colectivo dos eleitos e activistas da coligação. Os erros, que, reconheceu, existiram, foram sobretudo fruto do não cumprimento das decisões colectivas por parte.

O candidato valorizou ainda aqueles que, por outro lado, ficaram do lado da CDU – a imensa maioria – resistindo, muitos deles, a enormes pressões por parte da Câmara Municipal. Muitos destes são novamente candidatos.

Lembrando os ataques que sofreu aquando da apresentação da candidatura, voltada sobretudo para a «acusação» de que não é natural de Estremoz, Jorge Pinto lembrou que as opiniões, hoje, já lhe são mais favoráveis pelo trabalho que todos os activistas da coligação têm desempenhado. Ou não fosse o trabalho colectivo a força da CDU..

Jorge Pinto acusou ainda a maioria PS de estar a preparar a privatização da água, tendo mesmo chegado a apresentar, a quinze dias das eleições autárquicas, um plano neste sentido, com o argumento da necessidade de resolver os problemas existentes no abastecimento de água. Sucede que, como os próprios serviços municipais comprovaram, 65 por cento da água captada perde-se...

Também Jerónimo de Sousa se referiu a esta questão, lembrando as pressões existentes para a privatização da água – o verdadeiro negócio do século XXI. «A água pode ser um negócio espantoso, mais do que a saúde e a segurança social, já que ninguém pode viver sem ela.» Aliás, lembrou, a primeira coisa que o PS fez quando venceu a Câmara foi iniciar o processo de privatização da água, seguindo, aliás, a política do seu governo. Para a CDU, garantiu, a manutenção da água pública é uma questão de princípio essencial!

Apesar de todas as dificuldades, as hostes estão mobilizadas para esta difícil mas necessária batalha autárquica em Estremoz, como o comprova a forte participação no jantar.