Manuel Rodrigues
Intervenção do 1º candidato pelo distrito de Viseu
11 de Julho de 2009

Na sua intervenção de apresentação de candidatura, Manuel Rodrigues relembrou que a CDU «nunca teve um único deputado eleito por este círculo eleitoral, mas foi a força política que mais vezes levantou na AR problemas deste distrito ou apresentou propostas de solução para os mesmos», realçando assim a importância em reforçar a votação na CDU e contribuir para a derrota das políticas de direita e para uma ruptura de esquerda na vida política nacional.

Caras amigas, caros amigos,
Camaradas,

Aceito, com honra, a tarefa que me é confiada de encabeçar a lista de candidatos da CDU, pelo Círculo Eleitoral de Viseu, às eleições legislativas de 27 de Setembro de 2009. Aceito e comprometo-me a dedicar-lhe o mais empenhado esforço para, no quadro do trabalho colectivo, convosco, com as organizações do PCP, com os amigos do PEV, com os milhares de independentes que nos acompanham, fazermos uma grande campanha de esclarecimento e mobilização para o voto na CDU, o voto que melhor simboliza o protesto e a luta contra as políticas de direita, o voto que melhor traduz a ideia de mudança, a necessidade de ruptura com essas políticas, a confiança num novo rumo para Portugal, a opção por uma verdadeira alternativa de esquerda.

A CDU apresenta-se a estas eleições, no distrito de Viseu como nos outros distritos e regiões autónomas, com a consciência de quem é portador de um projecto de mudança. A mudança por que lutaram todos aqueles que se bateram, ao longo da legislatura, contra estas políticas e os seus efeitos negativos para os trabalhadores, para as populações e para o País.

- Um projecto com a marca distintiva de quem está na política não para se servir a si próprio e às suas clientelas, mas para servir o povo e o País. De quem não retira benefícios pessoais no exercício dos cargos políticos, de quem se dedica de alma e coração à grande causa de transformar a realidade, por uma vida melhor para os trabalhadores, para os jovens, para os emigrantes, para as mulheres, para as pessoas com deficiência, para os pequenos e médios empresários, para os agricultores, para os estudantes.
- de quem não se deixa envolver nas teias obscuras da corrupção e do compadrio, mas faz da transparência, da regular prestação de contas aos eleitores e às populações o toque de classe que dá aos eleitos da CDU um invejável património de honestidade e competência.
- de quem promove a participação das populações na discussão dos seus problemas, com quem discute as propostas e as soluções para esses mesmos problemas, consciente de que as soluções para os problemas serão tanto melhores quanto mais resultarem da participação colectiva dos trabalhadores e das populações.
- Não, camaradas e amigos, não é justo, quando dirigido à CDU, o comentário: “são todos iguais”, como que a querer dizer: são políticos, logo, são desonestos ou mentirosos. Fazem promessas que não cumprem.

Lançam-se à caça ao voto, com lindas palavras, jurando servir o povo e o bem colectivo, mas, uma vez eleitos, dão o dito por não dito e cuidam é da sua vidinha. Governam-se à grande e à francesa, enquanto o povo, os trabalhadores vivem em dificuldade. Esse, amigos e camaradas, é o argumento que melhor serve às políticas e aos políticos de direita. Mas, não aos comunistas, aos ecologistas e a tantos outros milhares de democratas independentes que se revêem no projecto e no espaço da CDU. Ao tentarem confundir-nos com os partidos de direita, fazem-no com a intenção de nos atingir, de nos limitar e desmoralizar, de nos isolar, para fazer passar a ideia de que nenhum partido é credor da confiança do povo, de que não vale a pena ousar apostar na mudança e lutar por ela porque sejam quem forem os vencedores, nada de fundamental mudará para além dos figurantes desta espécie de opereta, melhor dizendo, desta ópera bufa, em que, para os olhos de muitos, se transformou a vida política nacional.

Não, amigos e camaradas, nós somos portadores de um real projecto de mudança. Para nós, a política é indissociável da dignidade e da verdade, é uma actividade nobre ao serviço do bem comum, apostada em resolver os problemas das populações e garantir condições de justiça social, que a todos garanta direitos fundamentais (o direito à educação, à cultura, ao desporto e lazer, o direito à segurança social e à saúde, o direito ao trabalho, o direito à habitação, entre tantos outros), que a todos garanta condições de liberdade (de organização, de opinião, de expressão), de acesso à justiça, de participação democrática. O direito ao progresso e ao desenvolvimento, mesmo quando se habita, como é o nosso caso, no interior abandonado e desertificado do país.

Amigos e camaradas,
Mais do que as palavras, nós precisamos de dizer às pessoas: olhem prá CDU, observem os nossos eleitos (na AR, PE e tantas Autarquias), procurem conhecer a gestão autárquica da CDU em tantos municípios e freguesias onde somos poder, ouçam a opinião das populações que nos confiaram o seu voto e vejam como é apropriada a consigna TRABALHO, HONESTIDADE E COMPETÊNCIA, marca distintiva com que, mais uma vez nos vamos apresentar ao eleitorado, apelando ao voto na CDU, para que este projecto de mudança se cumpra, obrigando à ruptura com trinta e três anos de políticas de direita, servidas ora pelo PSD, pelo PS e pelo CDS-PP.
Camaradas e amigos,

É deste património que emerge esta grande honra que é servir esta causa, servindo a CDU e, servindo a CDU, servir sempre e só as populações, os trabalhadores e o país.

E, hoje, neste acto público de apresentação do 1º candidato da lista de candidatos da CDU às eleições legislativas de 27 de Setembro, pelo círculo eleitoral de Viseu (a lista completa será apresentada em outra iniciativa, também pública, a realizar em breve) é também justo que se diga e se valorize as muitas mulheres, jovens, trabalhadores, pequenos e médios empresários, gente de todo o amplo espaço geográfico deste distrito, que integram este projecto colectivo e, de uma forma ou de outra, em menor ou maior grau, estão já envolvidos ou se virão a envolver neste aliciante desafio de construirmos uma alternativa que ponha, de novo, a política ao serviço de quem trabalha, das populações e do país.

Uma política que discrimine positivamente os que mais precisam e olhe com outros olhos as regiões mais desfavorecidas, investindo num desenvolvimento harmonioso de todo o País.

Amigos e camaradas,
Devemos partir para estas eleições com uma grande preocupação e responsabilidade que é: como pôr os viseenses, populações que as políticas de direita tão mal têm tratado, a votar na CDU?... Como fazer compreender aos agricultores, sempre enganados por estas políticas (e políticos) de direita, que foram elas que ditaram a sua ruína e não a CDU, que, pelo contrário, se bateu em sua defesa com inúmeras propostas, projectos de lei, requerimentos e intervenções?... Como fazer ver a um pequeno comerciante ou a um agricultor que aqueles que, ainda há pouco tempo, lhes punham medo com o espantalho de um comunismo que lhes viria tirar as lojas e as terras, são afinal, os responsáveis por os obrigar a fechar as lojas e a abandonar as terras, enquanto só os partidos da CDU se empenham em defendê-los?... Como explicar a uma mulher que são essas políticas as responsáveis pela sua discriminação negativa no trabalho, na maternidade e nos salários?...

Como explicar a um jovem que, se não tem emprego, é porque estas políticas se preocupam sobretudo com a lógica do lucro máximo para os grandes banqueiros?... Como explicar a um estudante que são estas políticas que, ao atacarem a escola pública, vão degradando as suas condições de ensino-aprendizagem e obrigando ao pagamento de propinas cada vez mais insuportáveis?... Como explicar a uma grávida da região de Lamego que foram estas políticas de direita que lhe encerraram um equipamento social de grande importância, a maternidade de Lamego?... Como explicar a um produtor agro-pecuário que o matadouro de Viseu só foi encerrado porque estas políticas permitiram que a sofreguidão pela especulação imobiliária sacrificasse o interesse de uma actividade que envolvia mais de 20.000 famílias na região?... Como explicar a um idoso que as suas baixas pensões de reforma são propositadamente baixas para que possam ser escandalosamente altas as reformas e os rendimentos dos membros dos Conselhos de Administração de grandes empresas?...

Como explicar a um viseense qualquer que a CDU nunca (em 35 anos que já levamos de exercício da democracia) nunca teve um único deputado eleito por este círculo eleitoral, mas foi a força política que mais vezes levantou na AR problemas deste distrito ou apresentou propostas de solução para os mesmos?... como explicar a um viseense que o PCP, há várias legislaturas consecutivas apresenta projectos de lei para a criação da UPV, para a ligação da Ferrovia a Viseu, para a inclusão em PIDDAC de obras de relevante interesse para o desenvolvimento regional, obras e projectos que têm contado com o voto contra ou com a indisponibilidade para o seu agendamento exactamente por parte dos partidos que detêm na AR os 9 deputados deste círculo eleitoral?... Como explicar aos viseenses que o atraso, a crescente interioridade, o abandono, o desinvestimento nesta região se deve exactamente ao tipo de políticos (do PS, PSD e CDS-PP) que têm eleito, ao longo de dez legislaturas?... Como ganhar as populações deste distrito para a ideia de que se a CDU tivesse um deputado que fosse, eleito por este Círculo Eleitoral, nada mais seria como dantes, neste distrito?... Como explicar a uma pessoa com deficiência os projectos que o PCP e o PEV apresentaram na AR para melhorar a sua vida?... Como explicar aos ex-mineiros da ENU ou aos trabalhadores da Citroen que foi o PCP quem mais vezes ergueu a voz em defesa de soluções justas para os seus problemas?...

E, no nosso distrito, quem mais, com a mesma força e determinação esteve com os professores, com os enfermeiros, com os polícias, com os trabalhadores da indústria têxtil, com os metalúrgicos, com os trabalhadores dos serviços, com os trabalhadores da ex-ARS de Viseu e dos serviços do Ministério da Agricultura, em luta contra injustiças, deslocalização, mobilidade especial?... Quem mais esteve na frente das lutas contra portagens na A24 e A25, na luta contra o encerramento de escolas e de serviços de saúde?... Quem mais deu a cara em defesa da liberdade de expressão política na cidade de Viseu?...

Amigos e camaradas,
A CDU tem compromissos claros com as populações:
- Lutar por mais emprego (com direitos) no nosso distrito, pelo desenvolvimento de políticas de apoio à fixação e desenvolvimento do tecido de pequenas e médias empresas nesta região;
-Lutar por melhores pensões e um serviço de segurança social e de saúde, solidário, universal e gratuito, com serviços próximos das populações e a reabertura de muitos dos serviços encerrados ou deslocalizados, designadamente a Maternidade de Lamego e diversos SAP encerrados;
- Lutar por uma rede escolar pública que responda às necessidades de todos os viseenses, com cursos adequados e voltados para o desenvolvimento das populações e da região e pela criação da Universidade Pública de Viseu e pela reabertura de muitas escolas do 1º CEB encerradas;
- Apoiar a agricultura, a floresta e os baldios, garantindo o escoamento dos produtos a preços justos e a construção do Matadouro Público de Viseu;
- Desenvolver a rede de comunicações, nomeadamente a ligação da rede ferroviária à cidade de Viseu, a construção de auto-estrada entre Viseu e Coimbra, sem portagens, a adaptação do traçado das linhas do Vouga e do Dão, no concelho de Viseu, a metro de superfície e o desenvolvimento de uma rede de acessibilidades às populações;
- Apoiar as instituições de cultura, desporto, solidariedade social e recreio e as associações de bombeiros;
- Lutar em defesa dos postos de trabalho existentes, por políticas de efectivo apoio aos trabalhadores por alterações profundas ao Código do trabalho;
- Propor soluções para problemas específicos, nomeadamente, dos ex-trabalhadores da ENU;
- Apoiar o comércio tradicional e os feirantes e a dinamização desta actividade no Centro Histórico de Viseu, nomeadamente através da deslocalização das Loja do Cidadão para o interior histórico da cidade;

Amigos e camaradas,
Esta é a tarefa que temos pela frente. Tarefa hercúlea, de facto, quando todos sabemos que milhares de viseenses só ainda não votam em nós pela incalculável força dos preconceitos, que os obscurantismo(s)  de muitas épocas e soprados por muitos ventos,  foram semeando…

Vencer este desafio, todos sabemos, é muito difícil. Mas, também sabemos que os tempos mudam. E mudam tanto mais depressa e tanto mais continuamente, quanto maior for a confiança das mulheres, dos homens, dos jovens nos projectos de mudança.

Nas recentes eleições para o Parlamento Europeu, a CDU quase duplicou o número de votantes.

Quem, pois, ousará dizer que não vamos conseguir?...

E, que fique claro, para nós conseguir é ter mais votos de que há quatro anos, é contribuir para a derrota das políticas de direita, é dar o nosso contributo para uma ruptura de esquerda na vida política nacional.

Mas é também confiar no povo, nos trabalhadores, nas populações e aceitar, de peito aberto, o seu veredicto. E tudo fazer para que desse veredicto possa resultar a eleição de um deputado da CDU, por este círculo eleitoral.

VIVA A CDU!

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«Ainda está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor no défice do que eu.» - José Sócrates, Fórum Novas Fronteiras, 8 de Julho de 2009

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