Ainda se estava longe do Palácio de Cristal e já se sentia que o comício da CDU seria grandioso. Pelas ruas da cidade do Porto, dezenas de carros que se dirigiam para o local formaram uma autêntica caravana à qual ninguém ficou indiferente, tantas foram as buzinadelas, as bandeiras agitadas e os vivas à CDU.

Chegados ao imponente pavilhão, o sentimento confirmou-se: milhares de pessoas ocupavam já os seus lugares e muitos mais havia ainda para entrar. Já o Palácio de Cristal estava totalmente cheio e mais e mais activistas e apoiantes continuavam a entrar, muitos dos quais não encontraram lugar sentado e permaneceram todo o tempo em pé. Nos rostos de todos estava estampada a alegria, o entusiasmo e a confiança – num bom resultado da CDU a 27 de Setembro e num futuro melhor, dos quais serão empenhados obreiros.

À medida que o comício avançava, estes sentimentos reforçavam-se. Era cada vez mais gente que entrava; era a presença forte e determinada da juventude; era tanta gente que há pouco chegara à luta e que sentia que é ela que mudará o mundo; era, uma vez mais, toda aquela gente que continuava a chegar...

Samuel e Luísa Basto, acompanhadas por milhares de vozes, ajudaram à festa. Cada nota, cada acorde, cada verso cavou fundo nas milhares de pessoas presentes que reagiram às cantigas como se de um comício se tratasse.Canta canta, amigo canta; vem cantar esta canção; tu sozinho não és nada; juntos temos o mundo na mão, Se Abril ficar distante; desta terra e deste povo; a nossa força é bastante; para fazer um Abril novo ou Cravo Vermelho ao peito; a todos fica bem; sobretudo faz jeito; a certos filhos da mãe foram algumas das preferidas da assistência.

Os ânimos que há muito estavam acesos explodiram novamente quando do palco se anunciou a presença no comício de 5 mil pessoas. As mesmas que continuarão até ao último dia a ganhar apoios e votos para a CDU e que continuarão, para lá das eleições, a lutar, a mobilizar e a construir um País mais justo.