Acto Público CDU - Divulgação do conjunto de candidatos às Eleições Legislativas
Intervenção de João Corregedor da Fonseca, Presidente da Associação Intervenção Democrática
19 de Agosto de 2009

Senhores Jornalistas

Amigos e Companheiros
 

Saudações solidárias da Associação de Intervenção Democrática - ID que aqui represento e que integra solidariamente a Coligação Democrática Unitária.

Encontramo-nos hoje para uma livre troca de impressões sobre a situação política e sobre o que pensa a CDU no sentido de se concorrer para a melhoria das condições de vida das populações, para o bem-estar social dos portugueses principalmente dos mais desfavorecidos e marginalizados.

A CDU apresenta-se ao eleitorado num momento em que se sente que o povo está cada vez mais descrente com o caminho que a nossa Democracia está a ser forçada a trilhar, por força de práticas governamentais que, ao longo de dezenas de anos, defraudaram as esperanças criadas pela Revolução de Abril. O País tem sido conduzido para uma situação insustentável sob o ponto de vista social, cultural e político.

Milhões de concidadãos vivem momentos de grande aflição fruto das políticas de sucessivos governos, com particular relevância para o governo do Partido Socialista, de José Sócrates, submisso aos ditames implacáveis dos senhores do poder económico e financeiro, insaciáveis na feroz busca do lucro fácil, criando cada vez mais desigualdades sociais e fomentando elevados níveis de pobreza.

Trinta e cinco anos depois do 25 de Abril é com profunda tristeza, com grande mágoa, que a generalidade dos portugueses é obrigada a encarar a actual situação. Como foi possível chegar-se a tal ponto? Como foi possível governantes que se dizem representar um Partido Socialista não pararem, um minuto que seja, para reflectirem sobre os terríveis efeitos que a política por si conduzida provoca no seio da sociedade portuguesa?

A notória mediocridade do poder não pode justificar tudo. É certo que em Portugal há um grave problema de carácter cultural. Basta ouvir alguns membros do governo, a começar pelo Primeiro-Ministro, e outros dirigentes do PS, do PSD e do CDS. Mas o que tem subsistido, para além disso, é a determinação doentia de se prosseguir com a política que tão nefastos resultados tem originado e a que urge por termo.

Degrada-se o sector público, degrada-se o Serviço Nacional de Saúde, degrada-se o Sistema Educativo, a Segurança Social. Agrava-se o desemprego, mais de meio milhão de cidadãos lutam por encontrar um posto de trabalho, a centenas de milhar recusa-se o direito a receber um parco subsídio. A precariedade laboral instalou-se.

Apesar das poderosas manifestações de protesto, dos nossos constantes avisos, avisos de anos, das propostas credíveis, responsáveis, patrióticas, apresentadas na Assembleia da República pelos partidos da CDU, propostas que o PS e a restante direita invariavelmente recusam, o País foi levado para uma crise social e política sem precedentes desde que a Democracia foi implantada. Sócrates, principal obreiro desta problemática, tenta agora escudar-se com a crise internacional. Esquece-se que esta foi provocada exactamente por um capitalismo selvagem que este governo apoiou e continua a apoiar.

Ao Partido Socialista, aos seus dirigentes, todos sem excepção, cabe a responsabilidade, terrível responsabilidade, de assistirmos a um esvaziamento da nossa Democracia o que acaba por ir ao encontro dos desejos da outra direita e dos senhores do dinheiro. A política governamental tem ajudado, ainda, à criação de poderosas fortunas em muitos casos de origem obscura e corrupta.

O que dizemos não é novidade. Mas ao recordarmos os efeitos, bem preocupantes, da actuação dos insensíveis promotores das políticas neoliberais sentimos uma profunda indignação.

O Povo português, este mesmo Povo que, na sua esmagadora maioria, tanto sofreu com o fascismo, que tanto lutou contra o fascismo, num anseio legítimo de termos um País verdadeiramente livre e democrático, o Povo português, dizia, não merece as agruras a que o obrigam. É tempo de se travar com este panorama. É tempo de dizer basta a tanta indignidade.

Por isso, amigos, a CDU apresenta-se ao eleitorado com um alto sentido de responsabilidade, de patriotismo. Temos um Programa de grande alcance político. Temos propostas viáveis e necessárias que, a serem aprovadas, demonstrarão a sua eficácia. Não nos ficamos por meras intenções, por declarações vagas, como é comum em todas, mas mesmo em todas, as outras forças políticas concorrentes. Não procuramos a demagogia, a frase bombástica, o espectáculo fácil para agradar a certa comunicação social. Apresentamos, isso sim, medidas capazes de melhorarem significativa e positivamente a actual e lamentável situação política e social.

Sabemos que, perante a descrença de muitos portugueses, muitos eleitores, numa manifestação de protesto contra as políticas prosseguidas, elevam o nível da abstenção como ocorreu nas eleições para o Parlamento Europeu, onde o PS teve uma estrondosa derrota. A CDU, por seu turno, não concorreu para a subida da abstenção. A CDU aumentou o número dos seus votos em mais de setenta mil, porque o eleitorado compreendeu que nos afirmamos ideologicamente com total clareza. Consolidamos a nossa força eleitoral.

As eleições legislativas que se aproximam constituirão, por certo, uma oportunidade para se acentuar o descontentamento popular face à falta de solidariedade do governo que despreza valores democráticos e humanos, que esvazia as funções sociais do Estado.

Trata-se de uma ocasião muito importante, muito séria, para expressarmos, também, firme recusa quanto às posições assumidas pelas restantes forças da direita. Os portugueses estão fartos da alternância de partidos que, apesar de algumas ligeiras diferenças, têm os mesmo objectivos. Os portugueses querem uma ruptura definitiva com as políticas neoliberais, com a submissão às orientações eurocratas das instituições europeias, os portugueses não querem o agravamento das suas já muito difíceis condições de vida.

Sabemos que as eleições poderão travar de certa maneira a degradação provocada na sociedade. E vão servir para fazer com que as forças da CDU cresçam eleitoralmente e que esse previsível resultado trará consigo a esperança de que será possível mudar finalmente de rumo político. Para isso, contamos com o magnifico empenhamento dos nossos candidatos e de todos quantos voluntariamente se disponibilizam com o seu esforço para as grandes tarefas políticas com vista ao reforço da Coligação Democrática Unitária.

 

 

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«A Qimonda tem todas as condições para continuar visto que é uma fábrica de enormíssima qualidade.» -- Manuel Pinho, ministro da Economia, 23 de Janeiro de 2009

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