Apresentação de Candidatos à Assembleia da República pelo Círculo Eleitoral de Bragança
Intervenção Manuela Cunha
30 de Julho de 2009

Caros Companheiros e Companheiras
Caros Amigos e Amigas, 

É uma honra para “Os Verdes” e para mim encabeçar a lista da CDU às Legislativas pelo Distrito de Bragança.

Uma lista composta por homens, mulheres e jovens, dispostos e decididos a lutar por melhores condições de vida para as populações e empenhados a defender com firmeza o desenvolvimento deste Distrito.

O país e muito especialmente este Distrito precisam que os próximos actos eleitorais vejam abrir novos trilhos para o seu futuro.

O Distrito de Bragança, Trás-os-Montes no seu todo, precisam de ter futuro… Esse futuro passa pelo desenvolvimento.

Um desenvolvimento que se quer sustentado e sustentável. Estamos a falar de um desenvolvimento alicerçado nos imensos recursos naturais deste Distrito, nomeadamente:

  • O seu potencial agrícola e florestal, a vinha, o olival, a castanha, a cereja, a maçã, a cortiça, etc.;
  • O seu potencial paisagístico;
  • O potencial que decorre da sua localização geográfica. O facto desta região ser uma região fronteiriça, deve ser avaliado como uma riqueza e como uma oportunidade e não o contrário.

Mas este modelo de desenvolvimento que falamos não pretende recopiar o exemplo “betão-concentração/campo de golfe/áreas abandonadas” tipo Algarve, onde o desequilíbrio é óbvio entre o Litoral e a Serra do Caldeirão. Sendo que a versão do Governo para Trás-os-Montes substitui a zona Litoral pela zona envolvente às barragens, com uma proposta de modelo de turismo concentrado que deixa ao abandono o resto do território.

O desenvolvimento de que nós falamos e queremos, pretende sim criar condições de vida de forma harmoniosa já, em todo o território do Distrito, mas sem comprometer o amanhã, sem comprometer os próprios recursos naturais e paisagísticos que devem ser os seus pilares.

Mas para que esse desenvolvimento aconteça, mas para que o futuro seja garantido, são precisas outras políticas.

  • Políticas públicas que venham contrariar com urgência o despovoamento:
  • Criando emprego, sendo que o próprio ambiente e a defesa deste é uma área potencial de empregos fundamental. Por exemplo, no Parque Natural do Douro Internacional só existe um guarda da natureza e no Parque de Montesinho só existem dois, o que fica muito aquém das necessidades que a protecção e a conservação da natureza numa área classificada exigem;
  • Criando incentivos à instalação (de quadros técnicos, como professores, médicos, etc.), mas pelo contrário, acabámos de receber hoje a notícia que no Distrito de Bragança ficaram por colocar 400 professores;
  • Pondo fim ao encerramento de serviços públicos; potenciando a mobilidade de pessoas e mercadorias com uma boa política de transportes públicos, o que não tem acontecido nas últimas décadas. Em Trás-os-Montes encerraram-se mais de 300 kms de ferrovia (mais uma vez nesta área o Governo de Sócrates deu continuidade ao que o Governo de Cavaco tinha começado), e ainda a semana passada ficámos a conhecer o encerramento de mais uma carreira rodoviária (da empresa Santos) que fazia a ligação entre a estação ferroviária do Pocinho e Miranda do Douro, deixando as populações à mercê de uma viagem de táxi que custa mais de 100 euros;
  • É preciso políticas de combate à pobreza. Na semana passada um estudo realizado pelas Pequenas e Médias Empresas, em colaboração com uma Universidade, para a União Europeia, revelou que Trás-os-Montes é a sub-região mais pobre da UE dos 27 países;
  • É preciso valorizar o Homem: dando formação adequada aos desafios do presente e do futuro; valorizando a sua cultura. Trás-os-Montes tem uma riqueza e uma especificidade cultural única no nosso país. A não valorização desta riqueza cultural é uma perda para a região e para todo o país. Este património cultural tem de ser divulgado e ensinado nas nossas escolas;
  • É preciso valorizar os produtos regionais, promovendo a sua produção e consumo à escala local e a sua distribuição à escala nacional, tal como “Os Verdes”, através da apresentação de um Projecto de Lei, têm vindo a defender. Esta região tem produtos de grande qualidade, como o azeite e a batata que não podem continuar a ser produzidos só para consumo próprio. Este Distrito tem enormes potencialidades agro-industriais que precisam de ser apoiadas e desenvolvidas;
  • É preciso que os dinheiros públicos e os fundos comunitários sejam canalizados para o desenvolvimento equilibrado e socialmente justo. Um desenvolvimento que promova de forma justa a riqueza da região no seu todo e não somente a riqueza de algumas empresas que, na grande maioria das vezes, não deixam um único tostão à região;
  • É preciso que Trás-os-Montes e o Distrito de Bragança sejam compensados pelo abandono no qual foram deixados durante décadas pelos Governos do PS/PSD e é preciso que sejam também compensados pelo serviço que prestam ao país sem daí tirar qualquer benefício para o seu desenvolvimento. Por exemplo, o serviço que prestam já hoje a nível da produção hidroeléctrica nacional (55% da energia hidroeléctrica é produzida no Douro). O contributo que o Distrito e a região dão com as suas áreas serranas e os seus parques naturais para a fixação de carbono e para a relação ambiental, nomeadamente a nível do círculo hidrológico e da preservação da biodiversidade.

O Distrito só terá futuro se invertermos estas políticas de direita, injustas para os homens, injustas para a região, criminosas para a cultura, para o património e para o ambiente.

Estas políticas têm responsáveis nacionais e locais, estes são ora do PS, ora do PSD.

Companheiros e companheiras, amigos e amigas, estes próximos actos eleitorais são a oportunidade para dar um sinal a estes responsáveis, são a oportunidade de abrir portas ao futuro para Trás-os-Montes e para Bragança.

E hoje que estamos aqui em Mirandela, não podia deixar de falar da oportunidade que estes actos eleitorais representam também para o Vale do Tua e para o seu desenvolvimento e para a defesa da Linha do Tua.

Ainda há pouco um canal televisivo apresentou uma excelente reportagem, que tornou claro quanto a população do Vale do Tua precisa da sua linha de caminho de ferro, e quanto esta representa do ponto de vista patrimonial para elas.

Só  o deputado Luís Vaz do Partido Socialista é que ainda não descobriu o potencial de desenvolvimento e o que esta linha representa para as suas populações. No debate da Petição apresentada pelo Movimento de Defesa da Linha do Tua, o deputado eleito por este Distrito, demonstrou claramente que nunca andou no comboio da linha do Tua, que desconhece as suas potencialidades turísticas, que desconhece o serviço que presta à população.

Por isso caros amigos e companheiros, as oportunidades para o Vale do Tua, as oportunidades para Bragança passam pelo reforço da CDU nos próximos actos eleitorais.

Foram os deputados eleitos pelos dois grupos parlamentares que têm origem na CDU, o Grupo Parlamentar de “Os Verdes” e o Grupo Parlamentar do PCP que deram ao longo deste mandato voz às populações de Bragança e aos seus problemas. Por isso, caros amigos, cabe à equipa hoje aqui apresentada de candidatos da CDU, cabe a todos vós aqui presentes nesta sala, fazer chegar a seguinte mensagem às populações de Trás-os-Montes e de Bragança e em particular aos jovens: a oportunidade de futuro passa pelo voto na CDU. O que têm a perder ao votar na CDU? O emprego que não tem? As escolas e a maternidade que foram encerradas? Não! Agora, só têm uma coisa a perder, o MEDO… e votar com confiança na CDU! 

Viva o Distrito de Bragança, Viva a CDU! 

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