Jerónimo de Sousa na Abertura da campanha em Beja
24 de Maio de 2009

ImageOntem, aqueles que viveram e participaram na grandiosa Marcha de Protesto, Confiança e Luta não vão esquecer tão cedo este dia. Antes continuam a sentir o forte impulso e o veemente apelo que dela brotou e que nos impele à continuação do desenvolvimento da luta no futuro imediato e ao redobrar do esforço nas grandes batalhas pela mudança que estamos a travar.

Não vão esquecer aquela exuberante alegria combatente de milhares e milhares de homens, mulheres e jovens que, alicerçados na justeza da sua luta e no valor das suas convicções, reafirmavam a necessidade e exigência da concretização de uma nova política e de uma vida melhor para si e para o povo.

Não vão esquecer aquela longa, combativa e expressiva Marcha carregada de futuro e de esperança que desceu às ruas de Lisboa para afirmar a CDU – a nossa Coligação Democrática Unitária - como a grande força da ruptura, a verdadeira alternativa de esquerda à política de direita.

Na magnífica Marcha da CDU ali estavam muitos milhares de trabalhadores e outros  portugueses de condição diversa, comunistas e não comunistas, a afirmar confiantes que “sim, que é possível dar a volta a isto” e construir um Portugal com futuro. Uma Marcha que é um sinal novo, que abre as portas a uma nova fase na luta de massas e que coloca nas mãos de cada um nós a imperiosa necessidade de contribuir, com a luta, para a construção de uma  alternativa política. 

Ali estavam naquela emotiva Marcha os que acreditam na força de um povo em luta. Ali estavam  os que têm estado e vão continuar a estar no âmago da luta contra uma política e um governo que nos últimos quatro anos promoveu a maior ofensiva contra os direitos sociais e as condições de vida dos trabalhadores e do povo. Um governo que atacou, como nenhum antes, o Serviço Nacional de Saúde e os seus profissionais, encerrou serviços, tornou mais distante e mais difícil o acesso aos cuidados de saúde, aumentou os seus custos e  colocou o direito à saúde dos portugueses nas mãos do negócio privado e do lucro. 

Um governo que fez um ataque nunca antes visto à Escola Pública e à dignidade social e profissional dos professores. Um governo que se diz de esquerda e que, desde o primeiro dia do seu mandato, desencadeou a mais vergonhosa campanha contra os trabalhadores da Administração Pública, nacional e local, os seus direitos, o direito ao emprego e aos salários. Ataque que generalizou a todos os trabalhadores portugueses com as alterações ao Código de Trabalho, para promover a facilitação dos despedimentos sem justa causa, a liberalização dos horários, a redução dos salários e remunerações e o ataque à contratação colectiva.

Um governo que fez com a sua política crescer ainda mais o desemprego e a precaridade no trabalho. Um governo que persistiu a mesma injusta política que faz de Portugal o país com as  mais elevadas taxas de pobreza da Europa e um dos mais desiguais da União Europeia.

Um governo que continuou com a degradação dos salários reais dos trabalhadores portugueses em todos os anos da sua governação, ao mesmo tempo que agravava a carga fiscal dos trabalhadores, dos reformados e das camadas populares e beneficiava o grande capital económico e financeiro, com benefícios fiscais de milhões e milhões de euros.

Um governo que se denomina de socialista, mas que num país com 2 milhões de pobres impõe critérios de actualização das reformas que vão eternizar as situações de pobreza na velhice. Um governo que levou a cabo uma reforma da Segurança Social que obriga  os trabalhadores portugueses a trabalhar mais tempo para receber uma pensão ainda mais baixa no futuro.

Um governo e uma maioria que nada faz no combate à corrupção e que permanece e corrói a democracia portuguesa. Um governo que despojou a juventude de direitos e lhe impôs como única saída os  baixos salários, os contratos a prazo e o trabalho temporário e um ensino cada vez mais caro e sem saídas.

Um governo que em resultado das desastrosas políticas de direita deu mais um passo no processo de de desindustrialização do país, de abandono da agricultura e das outras actividades produtivas que levou ao agravamento dos nossos défices crónicos e ao crescimento avassalador da dívida externa que se está transformar cada vez mais num verdadeiro garrote que estrangula o desenvolvimento e a hipotecar o futuro do país.

Foi a esta política de desastre nacional e de injustiça social do governo do PS que os muitos milhares de participantes da grande Marcha de Protesto, Confiança e Luta, apresentaram um enorme cartão vermelho de protesto. Foi a esta política que apenas serviu e continua a servir os grandes interesses e os grandes senhores do dinheiro que aquela imensa e densa Marcha disse basta! Basta de política de direita! Basta de injustiças!

Uma portentosa marcha que era em si bem a expressão daquela clamor que se ouviu  bem alto e em uníssono:  A CDU avança, com toda a confiança!

Avanço que é preciso construir já e no próximo dia 7 de Junho, com a transformação da luta num voto na CDU nas eleições para o Parlamento Europeu e que exige fazer de nós sujeitos activos para que nesta batalha e nas que se seguem nem um voto na CDU se perca - nenhum voto pela mudança e pela ruptura se desperdice e muitos mais venham reforçar a única força capaz de protagonizar uma real mudança de rumo na vida nacional e na luta por uma União Europeia ao serviço dos trabalhadores e dos povos.

Avanço tanto mais imperioso e urgente quanto sentimos que é preciso pôr fim à degradação da situação económica e social do país a que assistimos e que está a tornar insuportável e dramática a vida de milhões de portugueses. Ao contrário do que afirma José Sócrates e o seu Ministro das Finanças, a economia do país continua a afundar-se e a vida da larga maioria dos portugueses piora todos os dias com este governo do PS e com a sua política.

A recessão económica, apesar do governo vir a dizer que “as suas medidas estão a produzir efeito” é cada vez mais profunda e é cada vez mais brutal a subida do desemprego. Na passada quinta-feira, depois da preocupante evolução do primeiro trimestre, com este governo a apresentar a maior taxa desemprego desde o 25 de Abril, foram divulgados os novos dados de desemprego, agora os do Instituo de Emprego e Formação Profissional. Eles confirmam que Portugal tem agora o maior número de desempregados de sempre.

O Alentejo é, juntamente com o Algarve, uma das regiões, onde a taxa de desemprego é mais elevada, acima já dos 10%. Não há “apagão” nos ficheiros do Instituto do Emprego que possa iludir a gravidade da situação que o país tem vivido com um governo que passou a manipular as estatísticas para poder dizer que a sua promessa de criação de 150  mil empregos estava a ser cumprida.

Na verdade, este foi sempre um governo que em matéria de emprego criado viveu sempre da manipulação e até da mentira. Um governo que contava os alunos em formação como empregos criados e os que passaram a trabalhar em Espanha como emprego nacional. 

O governo do PS de José Sócrates não vai cumprir o que prometeu, porque chega ao fim destes quatro anos que leva de governo, não com mais emprego, mas sim com mais 85 mil trabalhadores mandados para o desemprego. Mas o que os números do mês de Abril provam também é que as medidas que o governo diz que está a tomar nada resolvem. As suas medidas anti-crise só tem real eficácia quando se trata de defender os interesses dos banqueiros e do grande capital.

Para os banqueiros não faltam os milhões do erário público para os salvar do jogo da roleta, mas para os milhares de reformados com pensões de miséria e para os milhares de desempregados sem qualquer subsídio já escasseiam os meios e tudo seja dificuldades. Tudo somado, do que se sabe, o governo já pôs à disposição da Banca 26 mil milhões de euros para os financeiros. Por isso, neste primeiro trimestre de 2009,  em quatro bancos privados, apesar da crise, os lucros atingiram 400 milhões de euros isto é, 4,4 milhões por dia. E ainda dizem que a crise toca a todos!

Com o aumento do desemprego e o crescimento do exército de desempregados, os grandes capitalistas, o grande capital económico e financeiro, aproveita para impor as suas exigências e acentuar a exploração. Vejam, como aproveitando a situação da Autoeuropa, Belmiro de Azevedo gostaria de impor em todo o país o que é norma nas suas empresas. Querem a troco de um emprego reduzir a zero os direitos de quem trabalha. Querem impor a sua lei de exploração sem limites. O que eles querem e ao que aspiram é obrigar os trabalhadores a abdicar dos seus direitos, com a ajuda e complacência deste governo do PS e com os seus apelos indecorosos e as suas insinuações, como as que fez o Ministro da Economia que passou também ele a ameaçar os trabalhadores com o “papão” da deslocalização. 

O que querem e desejam  é concretizar aquela antiga e eterna aspiração dos exploradores que uma canção popular rural que denunciava o trabalho árduo de sol a sol e que falava de um amo que alimentava a esperança de prender o Sol com um baracinho. O que eles gostavam e desejavam era prender o Sol com esse baracinho, para que o Sol nunca se pusesse no horizonte e se trabalhasse sem descanso e sem interrupções para os Belmiros deste país continuarem a acumular fortunas e disputar os lugares cimeiros dos rankings dos mais ricos.

O governo fala muito em novos projectos para relançar a economia e criar emprego, mas os resultados não se vêm e, na maior parte dos casos, o governo fica-se pelo anúncio e pelas cerimónias de pompa e circunstancia.

O governo há muito que, por razões eleitorais, passou a desempenhar o papel do falso dinâmico, daquele que anda sempre muito ocupado de um lado para outro, de telejornal em telejornal, uma primeira pedra na obra aqui, um novo anúncio de investimento acolá mas depois, tudo espremido, os resultados nunca se vêem. Ele é projecto das energia das ondas, a nova fábrica das vacinas, da nova empresa de painéis solares, mas que precisam de energia eléctrica ou aqui a promessa da retoma da produção mineira das Pirites Alentejanas.

A verdade é que, tal como nos muitos outros anúncios que nunca avançam, também aqui as promessas e os compromisso publicamente assumidos pelo governo nunca mais se concretizam. O país e esta região precisam de criar emprego e dinamizar a sua economia, mas a concretização dos projectos para a criação de emprego e a economia regional, como o Alqueva, naquela concepção original de aproveitamento integrado e para fins múltiplos e pelo qual os alentejanos continuam a lutar, continua confiscado exclusivamente pelo projecto imobiliário e turístico, pelos interesses dos proprietários latifundistas e pelos negócios especulativos.

O desenvolvimento do regadio que podia potenciar o desenvolvimento agrícola desta região, continua a andar a passo de caracol. 

É preciso mais concretização e menos propaganda, mais atenção à opinião e aos interesses das populações. Opinião e interesses que não são tidos em conta também na definição dos investimentos públicos, como é o caso do IP8, cujo interesse de toda a região exige o seu prolongamento até Espanha, com um perfil que sirva o desenvolvimento regional do conjunto das localidades desta região e liberta de portagens, mas o governo teima em recusar e ouvir a região.  
 
Perante a pior recessão dos últimos 30 anos e a maior subida de desemprego, o governo não está a fazer nem o necessário, nem o possível para dar a volta à situação. A política de direita não tem, nem soluções para combater a crise, nem para os problemas de fundo do país que estão na origem do nosso atraso.

Iniciamos aqui a campanha eleitoral para o Parlamento Europeu. No próximo dia de 7 de Junho os portugueses são chamados a votar. Aproxima-se a hora da maioria dos portugueses, todos aqueles que têm sido atingidos nas suas condições de vida e de trabalho, terem a possibilidade de acertar contas com uma política que agravou todos os problemas do país.

Está a chegar a hora de o povo dar o primeiro passo no processo de viragem para por um travão às políticas que estão na origem da crise e dos problemas e estão a conduzir ao contínuo empobrecimento da grande maioria dos portugueses. Está a chegar a hora dos trabalhadores, dos reformados, dos intelectuais, dos pequenos e médios empresários, dos jovens e as mulheres do nosso país tomarem nas suas mãos a decisão de contribuir, com o seu voto, com o voto na CDU, para iniciar o caminho da mudança e de ruptura com a política de direita.

As próximas eleições são uma oportunidade para condenar o Governo PS e mais de três décadas anos de políticas de direita de PS, PSD e CDS-PP. Os dias que se aproximam têm que ser para nós tempos de mobilização e de grande empenho para afirmar a CDU como a grande força de esquerda, imprescindível na luta e promoção de um novo rumo para a União Europeia e para Portugal.

Serão dias de mobilização para o esclarecimento e de mobilização para que mais votos venham para a CDU e para que nenhum voto falte na CDU! Nós temos razões para ter essa confiança!

O grande capital económico e financeiro e os que no plano político defendem os seus interesses passaram a temer que a sua política seja derrotada e que a derrota da sua política arraste a derrota dos que a têm executado. Acenam com a ingovernabiliadade do país, porque querem continuar a governar-se. Não escondem que desejam manutenção de uma maioria absoluta do PS e o domínio do PS em todos os níveis do poder, porque essa é a solução que interessa, no momento, aos grandes senhores do dinheiro. Mas o futuro tornou-se incerto e aí estão a tomar medidas e a propor, à cautela, soluções que lhes permitam manter a influência para assegurar a continuidade da política de direita no futuro.

Dizem que é preciso estabilidade governativa, mas o que querem assegurar de antemão um governo da sua confiança e capaz de retomar a  ofensiva depois das eleições. Falam cada vez mais na necessidade de refazer o Bloco Central, juntando PS e PSD,  porque receiam que o desgastado rotativismo da alternância sem alternativa entre PS e PSD já não lhes garanta o domínio da situação.

Hoje, o que receiam verdadeiramente é a mudança. O que verdadeiramente temem é que,  com o reforço da CDU, se abra o caminho para uma nova solução de governativa  e para uma nova política.


Hoje muito mais portugueses compreendem que as suas  opções não se podem reduzir à opção entre o mau e o pior. Que Portugal precisa de outro governo e de uma nova política e a União Europeia de outra orientação!

Isso constrói-se votando dia 7 de Junho na CDU, sem Falta! O voto que conta na defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país. O voto em quem honra os compromissos assumidos, em quem não diz uma coisa em Portugal e lá fora faz o contrário.

O voto em quem fez um trabalho sem paralelo no Parlamento Europeu e em Portugal, em quantidade e qualidade. O voto na única força que esteve onde estavam os portugueses com problemas para resolver em todo o país e que nunca faltou no apoio à luta dos trabalhadores e das populações.

O voto que não esquece o país, que dá voz às aspirações e direitos dos trabalhadores e dos reformados, dos pequenos e médios empresários, da juventude  e das mulheres. O voto que afirma a soberania nacional e luta por um Europa de paz e cooperação entre Estados iguais e soberanos.

O voto certo para afirmar, com confiança, um outro rumo e uma outra política, para o nosso país.
Vamos trabalhar para, com convicção, mobilizar vontades e libertar energias por uma CDU mais forte, por uma política ao serviço dos portugueses e de Portugal, que irradie na sua mensagem, nas suas propostas, no seu projecto a esperança numa vida melhor. 

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