Intervenção de Miguel Viegas, 1º Candidato da CDU pelo circulo de Aveiro à Eleições Legislativas
Mais força à CDU no Distrito de Aveiro
28 de Junho de 2009

Miguel Viegas, 1º candidato à Assembleia da República pelo Distrito de Aveiro, na sua intervenção de apresentação, refere-se aos reflexos que as políticas do Governo PS têm tido na região, como o ataque ao sector produtivo. Refere ainda que mesmo sem eleitos pelo distrito, os deputados da CDU foram os que mais fizeram pelo distrito. Afirma também que a CDU tem condições para ter um grande êxito eleitoral nas próximas eleições.

Miguel Viegas

 

Camaradas e amigos, permitam-me que comece a minha intervenção sublinhando que é para mim uma honra e uma imensa alegria estar a ser apresentado hoje como cabeça de lista da CDU pelo distrito de Aveiro às próximas eleições legislativas. Quero aqui afirmar-vos que procurarei até aos limites das minhas forças ser digno desta confiança, tudo fazendo para o engrandecimento da Coligação Democrática Unitária, espaço singular de intervenção política onde todos contam e todos são  indispensáveis.
 
Estamos hoje a cerca de 3 meses das eleições legislativas. Uma batalha que, à semelhanças de outras iremos enfrentar de cabeça erguida, com consciência tranquila de quem cumpriu escrupulosamente o seu programa eleitoral de há 4 anos. Apesar de não termos elegido nenhum deputado por Aveiro, o PCP foi o partido que mais iniciativas legislativas entregou na Assembleia da República relativamente ao Distrito de Aveiro.

Mas estas eleições acontecem no período singular da nossa história. Um período de crise sistémica com raízes profundas alicerçadas em décadas de políticas de direita. Políticas que serviram fundamentalmente os interesses do capital em detrimento dos interesses da maioria do nosso povo. Políticas de concentração da riqueza à custa da exploração dos trabalhadores e da falência de milhares e milhares de pequenas e médias empresas.

E neste período tão difícil, em que tremem os alicerces do sistema importa perguntar: qual o nosso papel? Qual o papel da CDU nestas eleições? O que é que a CDU tem a propor ao país e à região? O que é que a população de Aveiro ganha com o reforço e a eleição de deputados da CDU pelo distrito de Aveiro?

Perguntas aparentemente simples mas que exigem reflexão e algum trabalho de síntese. Vejamos então.

Em primeiro lugar, não faz sentido que dos 16 deputados a eleger por Aveiro não haja nenhum da CDU. Podemos perguntar o que fizeram neste mandato os 8 deputados eleitos pelo PS ou os 6 eleitos pelo PSD. Responder será talvez mais complicado. Em contrapartida podemos ter uma ideia do que poderia ter feito um deputado da CDU eleito pelo distrito, sabendo que, mesmo sem deputados eleitos, o nosso Grupo Parlamentar foi de longe aquele que mais questões levantou a respeito da nossa região. Tantos e tantos que não é possível sequer enumerar: serviços públicos, questões sociais e laborais, questões ambientais, ligadas à defesa da nossa agricultura e das nossas pescas. Encerramentos de empresas, despedimentos ilícitos, deslocalizações, lay offs fraudulentos etc.. Enfim: um enorme trabalho de grande qualidade que deveria envergonhar a maioria dos 15 actuais deputados que pouco ou nada fizeram ao longo destes 4 anos.

Em segundo lugar, eu diria que a região de Aveiro apresenta um conjunto de particularidade que exigem uma abordagem específica na aplicação das diversas políticas sejam elas sociais, ambientais ou de desenvolvimento económico. Fixemo-nos por exemplo no aparelho produtivo. Talvez a maior particularidade deste distrito esteja por um lado na diversidade do seu aparelho produtivo e por outro na sua estrutura. Neste Distrito, como talvez em nenhum outro convivem sector importantes tão diversos como a pescas e agricultura, em particular o sector leiteiro, ao lado de importantes sectores industriais onde mais uma vez a diversidade constitui o traço dominante. Temos assim um conjunto muito variado de ramos industriais desde a metalurgia, o calçado, a cortiça a cerâmica, o têxtil, os materiais de transporte etc. Por outro lado temos também uma estrutura onde predomina a micro empresa, com menos de 10 trabalhadores. Parece-nos evidente que estes são aspectos fundamentais que manifestamente não são tidos em conta nas políticas de apoio ao sector produtivo levadas a cabo por este governo. Os apoios são quase sempre destinados aos grande grupos económicos que continuam a engordar à conta do orçamento enquanto diariamente encerram dezenas de empresas por este país fora. É este contributo que queremos dar ao país, um contributo de quem conhece a região e os seus problemas como mais nenhuma outra força política. Posso hoje afirmar que os deputados da CDU que serão seguramente eleitos nas próximas eleições continuarão profundamente ligados às populações que os elegeram. Esta é a forma de estarmos na política e nas instituições.

Em terceiro lugar trago aqui um último aspecto e talvez até o mais importante. Camaradas, nas últimas eleições Europeias, a CDU cresceu mais  de 50% na sua massa eleitoral, relativamente às Europeias de 2004. Isto quer dizer que, com esta taxa de crescimento, que não sucedeu apenas em Aveiro, estamos hoje em condições de alterar profundamente a actual correlação de forças que permitiu ao PS impor um conjunto de políticas tão nefastas ao país e à nossa região em particular. Quanto maior for o peso da CDU na Assembleia da República maior serão as possibilidades de rotura com esta políticas que levaram o país até este caos. Maiores serão as possibilidade de retomar os caminhos que Abril abriu.

Temos um projecto para o País e para a região. Um projecto que passa pela defesa intransigente da nossa soberania. Soberania política, económica e cultural. Um projecto do qual destaco três aspectos que me parecem fundamentais:

Primeiro: Um Estado forte e soberano e com condições de garantir a toda a população um conjunto de serviços públicos de qualidade e que, simultaneamente, tenha capacidade e independência para imprimir verdadeiras políticas de desenvolvimento sócio-económicas;

Segundo: Uma economia mista, com especial relevo para as pequenas e microempresas para quem deverão ser adoptadas políticas específicas de apoio que tenham em conta a especificidade de cada sector e de cada região assim como as necessidade do país;

Terceiro: Um modelo de desenvolvimento centrado na dignificação do trabalho e que assegure uma justa repartição da riqueza criada.

A situação que vivemos não é seguramente uma fatalidade. Representa antes a consequência de escolhas deliberadas de quem nos governou nas últimas décadas. Não é fácil fazer ver às pessoas que existem outras políticas capazes de romper com este passado e rasgar novos horizontes de progresso e de justiça social. Esta crise pode permitir-nos hoje de forma mais clara passar a nossa mensagem.

Há décadas que nos pedem sacrifícios. Ontem era porque causa das contas públicas, hoje é a crise internacional, amanhã serão novamente as contas públicas. Entretanto acelera-se a concentração da riqueza nas mãos de uns poucos. Alarga-se o fosso entre ricos e pobres. E então camaradas? Não há alternativas? Então não é possível uma melhor repartição da riqueza, com salários mais justos? Serviços públicos de qualidade? Será que teremos sempre que andar para trás? Menos direitos,  menos salários, menos serviços públicos e mais caros?

Como sabem querem agora entregar a água, um bem essencial, a privados. A receita é já habitual. Cria-se uma parceria entre o estado central através da holding Aguas de Portugal e um conjunto de municípios da região. Nesta parceria a empresa Aguas de Portugal, hoje ainda nas mãos do Estado, fica com 51% do capital. Ou seja os municípios abdicam dos seus sistemas e ficam sem nenhum poder de decisão designadamente sobre preços. Amanhã com a anunciada privatização da holding Aguas de Portugal fica privatizado todo o sistema de abastecimento de águas e saneamento.

Meus amigos, são estes dois modelos de desenvolvimento que irão a votos nas próximas eleições. Um modelo liberal que, advogando a superioridade dos mercados mais ou menos regulados, mais não faz do que assegurar a supremacia do poder económico e das actuais classes dominantes. O modelo do PS e do PSD, autores morais e materiais deste código do trabalho que nos aproxima cada vez mais da escravatura. O nosso modelo é outro. Um modelo de desenvolvimento social sustentável, ao serviço do ser humano e não para servir meia dúzia de parasitas. Um modelo de sociedade que dê dignidade a quem trabalho. Um modelo que assegure a melhor gestão dos recursos visando a realização de uma cidadania plena e emancipadora. Este é o nosso modelo!

Poderemos não ganhar as eleições. Mas não tenhamos dúvidas. O rumo das políticas do próximo governo dependerão e muito do peso que a CDU terá na próxima Assembleia da República. A CDU é neste momento e não tenhamos dúvidas a este respeito a única força política detentora de uma verdadeiro projecto alternativo e de rotura com o actual modelo. Tudo o resto, com maior ou menor retórica não passa de mais do mesmo. Que ninguém se iluda!

Por isso meus amigos, vamos à luta. Temos hoje todas as condições para um grande êxito eleitoral. Mas este êxito terá que ser construído por todos nós, activistas da CDU. O voto na CDU conquista-se na luta organizada. Por isso é um voto diferente. Um voto que vale por dois porque quem vota CDU fá-lo com convicção, com a certeza de que lutando lá chegaremos camaradas. Aí reside a nossa força que tanta raiva causa aos nossos inimigos. Em cada rua, em cada fábricas, em cada lar, que ninguém se demita. Todos somos necessários e estou certo que todos juntos teremos boas razões para celebrar mais um êxito eleitoral na CDU no próximo dia 27 de Setembro.


Viva a CDU

Viva o Distrito de Aveiro

 

 

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