Intervenção de Paulo de Sá
Apresentação do 1º candidato da CDU pelo distrito de Faro
03 de Julho de 2009

ImagePaulo de Sá, cabeça de lista pela CDU às eleições legislativas pelo distrito de Faro, denunciou no seu discurso «As políticas do PS e do PSD para o Algarve, conduziram a região a uma situação de profunda crise económica e social, aumentaram as assimetrias entre o litoral e a interior serrano, levaram a um aumento das desigualdades e da pobreza. (...) no Algarve, os 5% mais ricos possuem tanto como os 60% mais pobres!».

Paulo Sá

 

 

Camaradas e amigos,

É para mim um grande privilégio ser o primeiro candidato na lista da CDU pelo círculo de Faro nas eleições para a Assembleia da República que terão lugar no próximo dia 27 de Setembro. É com imenso orgulho que aceito esta tarefa. É com grande empenho que a ela me dedicarei.

A CDU é um espaço de participação e de intervenção democrática, um espaço para onde convergem aqueles que, com a força das suas convicções e uma inabalável confiança, exigem uma ruptura com a política de direita levada a cabo pelo Governo PS/Sócrates e pelos governos que o antecederam. Pela força das suas ideias e coerência do seu percurso, pela constante presença nas lutas dos trabalhadores e das populações, pela intransigente defesa das conquistas de Abril, a CDU é a força política cujo reforço eleitoral mais garantias oferece à construção de uma política alternativa de esquerda.

Nas últimas eleições, para o Parlamento Europeu, os portugueses condenaram inequivocamente a política de direita levada a cabo pelo governo PS/Sócrates. E deram um expressivo apoio à CDU, que se traduziu num aumento de 70000 votos, na eleição de dois deputados e no melhor resultado nos últimos 20 anos. Também no Algarve, a CDU alcançou um excelente resultado: passou de cerca de 8200 votos para cerca de 12000, isto é, teve um aumento de quase 50% da sua massa eleitoral. Em termos percentuais, passou de 7.8% para mais de 10%. A CDU aumentou a sua votação em todos os 16 concelhos do distrito de Faro; em Loulé, a massa eleitoral cresceu mais de 80% e em Olhão mais de 75%. Em três concelhos, Silves, Vila Real de Santo António e Aljezur, a CDU obteve percentagens entre 15 e 19%. Em três freguesias, Sta. Bárbara de Nexe (Faro), Odeceixe (Aljezur) e Silves (Silves), a CDU foi a força política mais votada. Estes resultados da CDU, no Algarve e no país, abrem boas perspectivas para as próximas eleições legislativas. Nelas, é possível impor uma nova derrota ao Governo PS/Sócrates e à sua política de direita. É possível, com o reforço eleitoral da CDU, abrir caminho para uma política alternativa de esquerda. Com a CDU é possível um novo rumo!
 
O Algarve, tal como o resto do país, também precisa de um novo rumo. O modelo de desenvolvimento defendido e posto em prática pelo PS e PSD, assente quase exclusivamente no turismo e actividades complementares, está esgotado. Este modelo fragilizou a economia regional. Assinala-se o decréscimo da produção agrícola e do número de explorações agrícolas, a diminuição da frota de pesca e das capturas de pescado, o definhamento da indústria e do emprego industrial. No ensino, há a registar o encerramento de escolas (16, só na abertura do ano escolar de 2006/07), a inexistência de oferta de ensino secundário em vários concelhos do Algarve, o crescente abandono do ensino especial, a desvalorização da carreira docente e o ataque contra professores e educadores, o estrangulamento financeiro a que a Universidade do Algarve tem vindo a ser sujeita por sucessivos governos, o brutal aumento de propinas universitárias (quase 50% entre 2004 e 2008). Assiste-se ao desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde e à desresponsabilização do Estado neste sector. No Algarve, o número de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde é insuficiente, particularmente no Verão, quando, à população residente, se juntam centenas de milhar de turistas. Serviços de Atendimento Permanente são encerrados e 50 mil residentes não têm médico de família. Também no Algarve se caminha para a privatização da Saúde. O património natural e ambiental tem sofrido prejuízos irreparáveis, fruto de uma ganância especulativa e da desarticulação na gestão dos principais ecossistemas do Algarve. A orla costeira encontra-se sobrecarregada de construções, exposta à especulação urbanística. A rede de transportes da região, quer ferroviária, quer rodoviária, está desajustada das necessidades das populações. Os equipamentos culturais são insuficientes.

As políticas do PS e do PSD para o Algarve, conduziram a região a uma situação de profunda crise económica e social, aumentaram as assimetrias entre o litoral e a interior serrano, levaram a um aumento das desigualdades e da pobreza. Nunca é de mais lembrar que, no Algarve, os 5% mais ricos possuem tanto como os 60% mais pobres! O desemprego disparou. Em Maio aumentou 82% relativamente ao mês homólogo do ano anterior. Esta situação tenderá a agravar-se no final do Verão, já que muitos empregos são sazonais. Esta realidade desmente as afirmações proferidas por responsáveis governamentais sobre as melhorias que alegadamente já se estariam a verificar nos números do desemprego.

Mas o Algarve não está condenado a esta política e às suas nefastas consequências. É possível uma mudança! E o caminho para essa mudança passa, necessariamente, pelo reforço da influência eleitoral da CDU. O Algarve precisa de deputados na Assembleia da República eleitos pela CDU. Deputados que intervenham activa e empenhadamente em defesa dos interesses da região. Nas últimas eleições legislativas, em 2005, o distrito de Faro elegeu apenas deputados do PS e do PSD. Foram 6 do PS e 2 do PSD, mas poderia ter sido ao contrário, 2 do PS e 6 do PSD, que não se notaria grande diferença, pois as políticas de uns e de outros são irmãs gémeas. A actividade parlamentar destes deputados do PS e do PSD foi muito pobre quando comparada com a actividade parlamentar dos deputados eleitos pela CDU. Nas últimas eleições legislativas a CDU não elegeu qualquer deputado pelo distrito de Faro. Contudo, o Grupo Parlamentar do PCP, em estreita colaboração com o colectivo partidário, tomou mais iniciativas relativamente ao Algarve do que o conjunto de todos os deputados do PS e do PSD eleitos pelo distrito de Faro. As cerca de 100 iniciativas apresentadas pelo PCP sobre o Algarve incidiram sobre assuntos tão diversos como a criação da Reserva Natural da Ria de Alvor, o esvaziamento da Lagoa dos Salgados, a poluição na Ria Formosa, os cuidados de saúde no Hospital de Faro, a construção da barragem de Odelouca, a ponte internacional sobre o Guadiana em Alcoutim/Sanlúcar, a linha de muito alta tensão Portimão-Tunes, a preservação da muralha islâmica de Cacela Velha, a situação da Orquestra do Algarve, os monumentos megalíticos de Alcalar, a atribuição de quota de pesca aos armadores da Fuzeta, a grave situação dos marisqueiros de Vila do Bispo, a pesca artesanal em Monte Gordo (a chamada “Arte da Língua”), entre muitos, muitos outros assuntos. Se, apesar de não ter eleito qualquer deputado pelo Algarve, a CDU desenvolveu tão notável actividade em prol da região, imagine-se quão reforçada esta actividade poderia ser se, nas próximas eleições, o reforço eleitoral da CDU se traduzisse também na eleição de deputados.

Os Algarvios poderão dar o seu apoio à CDU com toda a confiança. O voto na CDU é um voto seguro. É um voto por uma política de esquerda. É um voto pela valorização do trabalho e dos trabalhadores. É um voto em defesa dos serviços públicos. É um voto pela promoção de um efectivo desenvolvimento regional. É um voto em defesa dos interesses do Algarve e dos Algarvios. O voto na CDU é um voto de estímulo à luta de massas, à luta dos trabalhadores, factor determinante para uma mudança de rumo e de política. A CDU é, pois, o espaço para onde deve confluir o apoio daqueles que desejam uma alternativa de esquerda.

No próximo dia 27 de Setembro, vamos dar mais um passo para derrotar a política de direita!

No próximo dia 27 de Setembro, vamos mais uma vez confirmar a CDU, no País e no Algarve, como uma grande força política, indispensável para a mudança!

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