Paulo de Sá, cabeça de lista pela CDU às eleições legislativas pelo distrito de Faro, denunciou no seu discurso «As políticas do PS e do PSD para o Algarve, conduziram a região a uma situação de profunda crise económica e social, aumentaram as assimetrias entre o litoral e a interior serrano, levaram a um aumento das desigualdades e da pobreza. (...) no Algarve, os 5% mais ricos possuem tanto como os 60% mais pobres!».
Paulo Sá
Camaradas e amigos,
É para mim um grande privilégio ser o primeiro candidato na lista da CDU pelo círculo de Faro nas eleições para a Assembleia da República que terão lugar no próximo dia 27 de Setembro. É com imenso orgulho que aceito esta tarefa. É com grande empenho que a ela me dedicarei.
A CDU é um espaço de participação e de intervenção democrática, um espaço para onde convergem aqueles que, com a força das suas convicções e uma inabalável confiança, exigem uma ruptura com a política de direita levada a cabo pelo Governo PS/Sócrates e pelos governos que o antecederam. Pela força das suas ideias e coerência do seu percurso, pela constante presença nas lutas dos trabalhadores e das populações, pela intransigente defesa das conquistas de Abril, a CDU é a força política cujo reforço eleitoral mais garantias oferece à construção de uma política alternativa de esquerda.
Nas últimas eleições, para o Parlamento Europeu, os portugueses condenaram inequivocamente a política de direita levada a cabo pelo governo PS/Sócrates. E deram um expressivo apoio à CDU, que se traduziu num aumento de 70000 votos, na eleição de dois deputados e no melhor resultado nos últimos 20 anos. Também no Algarve, a CDU alcançou um excelente resultado: passou de cerca de 8200 votos para cerca de 12000, isto é, teve um aumento de quase 50% da sua massa eleitoral. Em termos percentuais, passou de 7.8% para mais de 10%. A CDU aumentou a sua votação em todos os 16 concelhos do distrito de Faro; em Loulé, a massa eleitoral cresceu mais de 80% e em Olhão mais de 75%. Em três concelhos, Silves, Vila Real de Santo António e Aljezur, a CDU obteve percentagens entre 15 e 19%. Em três freguesias, Sta. Bárbara de Nexe (Faro), Odeceixe (Aljezur) e Silves (Silves), a CDU foi a força política mais votada. Estes resultados da CDU, no Algarve e no país, abrem boas perspectivas para as próximas eleições legislativas. Nelas, é possível impor uma nova derrota ao Governo PS/Sócrates e à sua política de direita. É possível, com o reforço eleitoral da CDU, abrir caminho para uma política alternativa de esquerda. Com a CDU é possível um novo rumo!
O Algarve, tal como o resto do país, também precisa de um novo rumo. O modelo de desenvolvimento defendido e posto em prática pelo PS e PSD, assente quase exclusivamente no turismo e actividades complementares, está esgotado. Este modelo fragilizou a economia regional. Assinala-se o decréscimo da produção agrícola e do número de explorações agrícolas, a diminuição da frota de pesca e das capturas de pescado, o definhamento da indústria e do emprego industrial. No ensino, há a registar o encerramento de escolas (16, só na abertura do ano escolar de 2006/07), a inexistência de oferta de ensino secundário em vários concelhos do Algarve, o crescente abandono do ensino especial, a desvalorização da carreira docente e o ataque contra professores e educadores, o estrangulamento financeiro a que a Universidade do Algarve tem vindo a ser sujeita por sucessivos governos, o brutal aumento de propinas universitárias (quase 50% entre 2004 e 2008). Assiste-se ao desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde e à desresponsabilização do Estado neste sector. No Algarve, o número de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde é insuficiente, particularmente no Verão, quando, à população residente, se juntam centenas de milhar de turistas. Serviços de Atendimento Permanente são encerrados e 50 mil residentes não têm médico de família. Também no Algarve se caminha para a privatização da Saúde. O património natural e ambiental tem sofrido prejuízos irreparáveis, fruto de uma ganância especulativa e da desarticulação na gestão dos principais ecossistemas do Algarve. A orla costeira encontra-se sobrecarregada de construções, exposta à especulação urbanística. A rede de transportes da região, quer ferroviária, quer rodoviária, está desajustada das necessidades das populações. Os equipamentos culturais são insuficientes.
As políticas do PS e do PSD para o Algarve, conduziram a região a uma situação de profunda crise económica e social, aumentaram as assimetrias entre o litoral e a interior serrano, levaram a um aumento das desigualdades e da pobreza. Nunca é de mais lembrar que, no Algarve, os 5% mais ricos possuem tanto como os 60% mais pobres! O desemprego disparou. Em Maio aumentou 82% relativamente ao mês homólogo do ano anterior. Esta situação tenderá a agravar-se no final do Verão, já que muitos empregos são sazonais. Esta realidade desmente as afirmações proferidas por responsáveis governamentais sobre as melhorias que alegadamente já se estariam a verificar nos números do desemprego.
Mas o Algarve não está condenado a esta política e às suas nefastas consequências. É possível uma mudança! E o caminho para essa mudança passa, necessariamente, pelo reforço da influência eleitoral da CDU. O Algarve precisa de deputados na Assembleia da República eleitos pela CDU. Deputados que intervenham activa e empenhadamente em defesa dos interesses da região. Nas últimas eleições legislativas, em 2005, o distrito de Faro elegeu apenas deputados do PS e do PSD. Foram 6 do PS e 2 do PSD, mas poderia ter sido ao contrário, 2 do PS e 6 do PSD, que não se notaria grande diferença, pois as políticas de uns e de outros são irmãs gémeas. A actividade parlamentar destes deputados do PS e do PSD foi muito pobre quando comparada com a actividade parlamentar dos deputados eleitos pela CDU. Nas últimas eleições legislativas a CDU não elegeu qualquer deputado pelo distrito de Faro. Contudo, o Grupo Parlamentar do PCP, em estreita colaboração com o colectivo partidário, tomou mais iniciativas relativamente ao Algarve do que o conjunto de todos os deputados do PS e do PSD eleitos pelo distrito de Faro. As cerca de 100 iniciativas apresentadas pelo PCP sobre o Algarve incidiram sobre assuntos tão diversos como a criação da Reserva Natural da Ria de Alvor, o esvaziamento da Lagoa dos Salgados, a poluição na Ria Formosa, os cuidados de saúde no Hospital de Faro, a construção da barragem de Odelouca, a ponte internacional sobre o Guadiana em Alcoutim/Sanlúcar, a linha de muito alta tensão Portimão-Tunes, a preservação da muralha islâmica de Cacela Velha, a situação da Orquestra do Algarve, os monumentos megalíticos de Alcalar, a atribuição de quota de pesca aos armadores da Fuzeta, a grave situação dos marisqueiros de Vila do Bispo, a pesca artesanal em Monte Gordo (a chamada “Arte da Língua”), entre muitos, muitos outros assuntos. Se, apesar de não ter eleito qualquer deputado pelo Algarve, a CDU desenvolveu tão notável actividade em prol da região, imagine-se quão reforçada esta actividade poderia ser se, nas próximas eleições, o reforço eleitoral da CDU se traduzisse também na eleição de deputados.
Os Algarvios poderão dar o seu apoio à CDU com toda a confiança. O voto na CDU é um voto seguro. É um voto por uma política de esquerda. É um voto pela valorização do trabalho e dos trabalhadores. É um voto em defesa dos serviços públicos. É um voto pela promoção de um efectivo desenvolvimento regional. É um voto em defesa dos interesses do Algarve e dos Algarvios. O voto na CDU é um voto de estímulo à luta de massas, à luta dos trabalhadores, factor determinante para uma mudança de rumo e de política. A CDU é, pois, o espaço para onde deve confluir o apoio daqueles que desejam uma alternativa de esquerda.
No próximo dia 27 de Setembro, vamos dar mais um passo para derrotar a política de direita!
No próximo dia 27 de Setembro, vamos mais uma vez confirmar a CDU, no País e no Algarve, como uma grande força política, indispensável para a mudança!
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