Pelo interesse nacional

José Casanova
 

José Casanova

Os média dominantes – que, nunca é demais repetir, são propriedade do grande capital - decidiram que apenas o CDS/PP e o BE fariam campanha no Verão. Tal decisão, como eles muito bem sabem, não só não corresponde à verdade como é uma refinada mentira. Uma mentira que serve perfeitamente os objectivos desses média de, por um lado, silenciar a intensa e ampla actividade desenvolvida pela CDU e, por outro lado, projectar eleitoralmente aquelas duas forças políticas.

Isto sem esquecerem, naturalmente, o seu omnipresente objectivo essencial – o eterno prosseguimento da política de direita – através, designadamente, da desavergonhada divulgação dessa patranha, velha de 33 anos, que é a apresentação do PS e do PSD como alternativa um ao outro. Fingindo ignorar que nestas mais de três décadas em que esses dois partidos foram governo – ora um, ora outro, ora os dois de braço dado, ora um e outro com o CDS/PP atrelado - levaram à prática a mesmíssima política de direita. E fingindo ignorar que, na situação actual, tanto o PS como o PSD o que pretendem é, tão-somente, prolongar por mais quatro esses longos 33 anos no decorrer dos quais flagelaram impiedosamente os trabalhadores, o povo e o País e mergulharam Portugal na dramática situação hoje existente.

Não surpreende, por isso, todo este foguetório mediático em torno de tudo o que, de uma forma ou de outra, directa ou indirectamente, assegure a continuidade dessa política ao serviço dos interesses exclusivos dos grandes grupos económicos e financeiros.

Nem surpreende, por isso, o cerrado cerco mediático em torno da actividade e das propostas da CDU – coligação que engloba as forças que, de facto, se têm batido, coerente e sistematicamente, contra a política de direita e lhe contrapõem, de facto, uma política alternativa e uma alternativa política. Tudo isto coloca na ordem do dia, como questão crucial, a importância da intervenção dos activistas da CDU na campanha eleitoral em curso – uma intervenção que tem sido intensa, mas que é necessário acentuar e alargar, pois só através dela, e especialmente através do contacto directo com os eleitores, é possível combater com êxito quer o silenciamento mediático, quer a desinformação organizada veiculada pelos média do grande capital em relação às propostas e aos objectivos da Coligação Democrática Unitária.

Desde já, na batalha das legislativas – a mais importante porque é a primeira e porque, como é sabido, o aumento da expressão eleitoral da CDU constituirá um passo decisivo no sentido de derrotar a política de direita e abrir caminho a uma política de sentido inverso.

Uma política que tenha como preocupação essencial a defesa do interesse nacional, que é o interesse da imensa maioria dos portugueses: dos que, porque trabalham e vivem do seu trabalho, têm direito ao trabalho com direitos; dos que já trabalharam e, por isso, têm direito a pensões e reformas dignas; dos que querem e devem entrar no mundo do trabalho e só vêem à sua frente muros, obstáculos, dificuldades que fazem das suas vidas um inferno de insegurança; enfim, de todos os que, pelo simples facto de existirem, têm direitos que ninguém tem o direito de lhes roubar.