Intervenção de Jerónimo de Sousa no Comicio em Évora
31 de Maio de 2009

Amigos e Camaradas:

Estamos na última semana da Campanha Eleitoral para o Parlamento Europeu.

Os poucos dias que faltam têm que ser para nós dias de mobilização para o esclarecimento e para o voto, para que nenhum voto falte na CDU no dia 7 de Junho.

Nós estamos nesta campanha com muita confiança nas possibilidades do reforço da CDU e temos fortes razões para assim pensar.

Realizamos aquela grande Marcha no passado da 23 que confirmou a CDU como a grande força da ruptura, a verdadeira alternativa de esquerda à política de direita.

Uma Marcha envolvendo mais de 85 mil pessoas, que ali estavam a reafirmar a necessidade e exigência da concretização de uma nova política e de uma vida melhor para todo o nosso povo e a afirmarem confiantes que “sim, que é possível dar a volta a isto” e construir um Portugal com futuro, mais justo, mais democrático e mais solidário.

A mesma exigência e mesma confiança que ontem expressaram mais de 1600 dirigentes sindicais, delegados e membros de Comissões de Trabalhadores que ontem tornaram público a seu apoio e  apelo ao voto na CDU. E fazem-no porque sabem quem tem estado com os trabalhadores nas grandes e nas pequenas lutas em defesa dos seus direitos e contra a brutal ofensiva que o governo do PS desencadeou contra os seus direitos e as condições de vida.

Fazem-no por que sabem que a CDU é a única força que não os trai, que não diz uma coisa hoje e faz outra amanhã, como o fez o PS e o seu governo em relação ao Código de Trabalho que prometeu dar os direitos retirados pelo governo do PSD/CDS, mas acabou a fazer pior que os partidos da direita, fragilizando e destruindo direitos, nomeadamente o direito à segurança no emprego, à contratação colectiva e a um horário de trabalho certo.

Fazem-no porque sabem que as nossas propostas, as propostas da CDU são propostas que vão ao encontro das aspirações a uma vida melhor dos trabalhares e dos reformados, por melhores salários, por melhores pensões de reforma e uma mais justa distribuição do rendimento nacional, pelo direito ao emprego e ao emprego com direitos.

Fazem-no porque sabem que a CDU reforçada com mais votos e mais mandatos, aqui no país e na Europa, é a sua própria luta por melhores condições de vida e de trabalho que se reforça.

Fazem-no porque sabem que a CDU com mais força, mais votos e mais mandatos, em Portugal e na União Europeia, é a sua própria força que cresce, que aumenta a sua segurança e estabilidade da sua vida, porque deste lado, do lado da CDU, está uma força que não vacila no combate às injustiças e às desigualdades e na defesa e valorização do mundo do trabalho.

Fazem-no porque sabem que um Portugal com futuro, não pode ser construído pelos mesmos que conduziram o país ao atraso, ao declínio e à crise.

Eles sabem que só aqueles, como a CDU, que têm uma clara proposta de ruptura com a política de direita aqui e na Europa, estão em condições de promover a mudança necessária para promover o desenvolvimento do país e a elevação das condições gerais de vida dos portugueses.

Estamos a fazer uma boa e dinâmica campanha, de grande adesão popular, mas precisamos de a confirmar no próximo dia 7 de Junho com o voto de cada um e de todos os que aspiram à viragem na situação política nacional e na Europa.

É por isso que nós dizemos no dia 7 de Junho o voto é na CDU sem falta!

Camaradas:

Hoje vemos os mesmos que no passado prometiam a mudança, novamente e num grande frenesim a proclamar o advento de um mundo novo - um novo rumo – para a União Europeia e para o país se o povo lhes der os votos.

José Sócrates e o PS descobriram agora que é preciso uma Europa com “mais justiça e com mais protecção social”. Descobriram agora que é preciso acabar com os off-shores e o capitalismo de roleta. Que é preciso taxar com um novo imposto europeu as operações do capital bolsista. Dizem, para Zapatero ouvir e impressionar os espanhois, que é preciso construir um mundo melhor e pôr em marcha uma agenda progressista e modernizadora.

Dizem, mas devem estar a pensar que a Europa é lá longe e nós não somos Europa, porque cá fazem tudo ao contrário do que dizem.

Eu daqui quero apelar à memória de todos os eleitores, porque é preciso saber o que valem as palavras de José Sócrates e as promessas do PS de um novo rumo.

Antes de serem governo José Sócrates e o PS prometiam também a mudança, mas o que fizeram foi dar seguimento às políticas do PSD/CDS-PP, acentuando tudo o que mais de negativo vinha dos governos anteriores.

Lembram-se que prometiam não aumentar os impostos, mas o seu compromisso durou apenas algumas semanas e fizeram exactamente o contrário do que prometeram, penalizando os trabalhadores e as camadas populares com o aumento dos impostos, ao mesmo tempo que beneficiavam o grande capital económico e financeiro com benefícios fiscais de milhões e milhões de euros.

Lembram-se que prometida mais crescimento económico e com mais emprego, mas a primeira coisa que fizeram – o PS e José Sócrates –, foi encontrar o pretexto com o intencional empolamento do défice das contas públicas para cortar no investimento e promover a mais brutal das ofensivas contra os direitos de quem trabalha e contra os serviços públicos em todos os domínios da vida nacional.

O prometido emprego, resultou no mais desastroso saldo negativo de desemprego que há memória no Portugal democrático. Com este governo do PS, o país tem agora o maior número de desempregados de sempre e o Alentejo e, particularmente, este distrito de Évora, uma das mais elevadas taxas de desemprego do país.

Uma situação cada vez mais preocupante, porque não param os despedimentos, como agora acontece aqui com a TAICO que vêm agudizar ainda mais a situação do desemprego nesta região e com o silêncio cúmplice do governo do PS e numa empresa que recebe fundos públicos.

O governo do PS não só não tem uma política para criar emprego, como não mexe uma palha para travar os despedimentos.

O governo do PS de José Sócrates diz que não é preciso tomar medidas, porque as que tomou já estão a fazer efeito, mas verdade é que o desemprego não pára de crescer e este governo nem sequer toma as medidas que se impõem para apoiar os trabalhadores desempregados uma grande parte sem direito ao subsídio de desemprego.

Medidas que temos proposto, mas que este governo de insensibilidade social tem recusado.

Este governo do PS de José Sócrates só não recusa os milhões para a Banca e para os banqueiros, já lá vão 26 mil milhões de euros para cobrir os seus negócios e a especulação financeira. Negócios que continuam em alta com os lucros nos principais quatro bancos a atingirem 4,4 milhões de euros por dia nestes três primeiros meses do ano!

Lembram-se que prometeram melhorar a vida dos reformados, mas fizeram uma reforma da segurança social que comporta a mais drástica e penalizadora das restrições e das medidas de ataque aos trabalhadores e aos reformados ao nível da União Europeia, obrigando os trabalhadores portugueses a trabalhar mais tempo para receber uma pensão mais baixa, ao mesmo tempo que  impôs  critérios de actualização das reformas que vão eternizar as situações de pobreza na velhice.

Lembram-se que prometeu mais justiça na distribuição do rendimento nacional, mas o que  fez  foi continuar a política de degradação dos salários reais dos trabalhadores portugueses em todos os anos do seu governo.

Prometeu melhorar a Administração Pública, mas as grandes medidas que tomou foram para atacar de alto a baixo os direitos e as condições de vida dos trabalhadores da Administração Pública nacional e local. Congelou salários, carreiras, agravou as condições de aposentação, criou novas formas de despedimento e alterou a natureza do estatuto de trabalhador da Administração Pública para promover deliberadamente a precariedade laboral.

Ontem os professores portugueses estiveram mais uma vez na rua, noutra grande manifestação de protesto e de exigência de respeito pela dignidade da profissão docente. Uma luta que daqui saudamos e apoiamos, porque a sua luta é justa.

É justa a sua luta contra um modelo de avaliação que é perverso e injusto. É justa a sua exigência de um Estatuto da Carreira Docente que valorize a profissão e não como o actual que tem como um dos principais objectivos estabelecer barreiras administrativas à progressão na carreira.

Nós queremos dizer aos professores que nada está perdido, que com a sua luta, mas também com o seu voto podem derrotar a vergonhosa ofensiva de um governo que se diz socialista e que protagoniza o maior ataque que foi desferido contra Escola Pública e os professores desde o 25 de Abril de 74.

Lembram-se também como apresentavam a juventude, sempre utilizada nos seus discursos como o futuro do país.

Mas hoje vê-se que era apenas um floreado da campanha, como era apenas uma preocupação que fica bem no discurso, porque na prática este foi um governo que despojou a juventude de direitos e lhe impôs como única saída os baixos salários, os contratos a prazo e o trabalho temporário e um ensino cada vez mais caro e sem saídas.

Uma vida cada vez mais precária e um presente cada vez mais inseguro. Para os jovens a resposta nunca é para hoje é sempre o amanhã que nunca chega!

É por isso que também aos jovens dizemos que existe outro caminho para garantir uma vida melhor, um outro caminho de ruptura com as políticas que têm sido seguidas, uma outra política e uma outra alternativa construída com a CDU e com o seu reforço eleitoral.

O valor da sua palavra nos compromissos que assumem PS e José Sócrates vêem-se também na sua promessa de melhores serviços públicos.

Este distrito de Évora e as suas populações têm a sua própria experiência e experiência da sua luta contra o encerramento dos serviços de saúde.

O PS prometeu garantir o direito à saúde dos portugueses, mas foi este seu governo que atacou como nenhum antes o Serviço Nacional de Saúde e os seus profissionais, que mais serviços encerrou, que mais difícil e mais distante tornou o acesso aos cuidados de saúde, mais encareceu os custos com a saúde.

Não fosse a luta das populações e a proximidade das eleições e ainda hoje continuavam a pressionar e a tomar medidas para encerrar mais serviços e a abrir ainda mais as portas aos que querem transformar o direito à saúde dos portugueses num negócio privado altamente rentável.
Prometeu muito este PS. Anda há quatro anos a apregoar a modernidade da sociedade portuguesa, mas em vez da anunciada modernidade, temos um país em recessão, em retrocesso, a produzir menos, mais pobre e mais endividado e com graves problemas sociais e um país mais desigual no plano social e regional, por responsabilidade das políticas nacionais e por responsabilidade das polítcas europeias.
É por tudo isto que daqui dizemos a todos os portugueses, quando no próximo domingo forem votar, quando olharem para o boletim de voto para escrever a cruz, que se recordem e analisem em consciência a intervenção e acção de cada uma das forças políticas aí presentes.

Que se lembrem de quem ao longo destes anos tem governado o país com as consequências que estão à vista.

Que se recordem das muitas promessas feitas, das ilusões semeadas com as suas políticas europeias e com as políticas nacionais de direita, dos sacrifícios pedidos em nome de uma vida melhor e que mais não trouxeram do que a crise e mais injustiça.

E que, vistas e lembradas todas as malfeitorias realizadas por PS, PSD e CDS-PP e pelos seus governos, não se esqueçam também daqueles que ao longo dos anos têm tido uma intervenção determinada e consequente na resolução dos seus problemas, dos que clamaram por justiça, defenderam direitos e mobilizaram trabalhadores e o povo para a luta, dos que no Parlamento Europeu, à Assembleia da República, nas autarquias locais realizaram um trabalho sem paralelo ao serviço das populações.

Que, com o seu voto, façam não só justiça ao trabalho realizado pela CDU, como assegurem com mais votos na CDU e mais mandatos a defesa dos seus próprios interesses e direitos, dando força à exigência de mais justiça social, mais e melhor emprego, mais desenvolvimento e uma vida melhor.   

Esse é o caminho para uma real e efectiva mudança que estará mais próxima quanto mais votos, mais mandatos e mais força tiver a CDU.

Camaradas:

Há por aí quem ande a questionar o valor do voto, que se calhar não valer a pena votar, porque o resultado é ter mais do mesmo. Falam como se os Partidos fossem todos iguais e tivessem todos a mesma responsabilidade pela situação a que o país chegou.

Nós não enfiamos essa carapuça. Somos e temos sido a grande força da esquerda que protagoniza a verdadeira mudança, com provas dadas, que não fala apenas, mas que age e luta e que tem um projecto de ruptura com as políticas de direita do vira disco e toca a mesma do PS e do PSD.

A solução não é não votar, é antes votar bem. É votar na CDU. Votar naqueles que há muito lutam e organizam a luta pela exigência da mudança, por uma nova alternativa política e uma política alternativa de esquerda como o defende a CDU.

A todos os que hesitam sobre se o seu voto faz falta, aqui lhes lembramos: tarde demais será, se na noite das eleições, o governo do PS ao ler os resultados eleitorais, atirando para o caixote do lixo todo o argumentário do novo rumo e de que estas eleições para o Parlamento Europeu teriam de passar ao lado da política nacional, puder encontrar neles um qualquer sinal de aprovação das suas políticas e um incentivo para prosseguir o seu ataque aos direitos de quem trabalha e ao agravamento das condições de vida dos portugueses.

Para que aí não se chegue, para que o governo do PS e os grandes interesses que o suportam não se fiquem a rir na noite das eleições, a solução só pode ser votar e votar bem, votar na CDU, o voto mais seguro e o voto que eles mais temem, porque o voto na CDU é voto na mudança a sério!

Isso vê-se na forma como esta semana PSD e PS reagem ao avanço da CDU, à sua dinâmica campanha que antevê e dão como certo o reforço eleitoral da CDU.

Vê-se como em simultâneo se unem e fazem campanha contra a CDU. PSD, por um lado a levantar os fantasmas do anticomunismo e o PS e o seu candidato a dizer que os únicos votos que contam são os do PS e os do PSD, ou seja dos partidos que têm levado o país ao fundo.

Mas eles têm razão para temer o reforço da CDU, porque com a CDU o mundo novo que eles prometem e nunca cumprem, connosco, com a CDU, é mesmo a sério!

Vejam ainda como tentam na base do pequeno conflito, na exploração do escândalo, no fait-divers da maior ou menor participação na campanha de Ferreira Leite e de Sócrates, tentam levar a água ao desgastado moinho da bipolarização do voto e disfarçar a iludir a coincidência de políticas passadas e presentes no país e na União Europeia e a falta de propostas para responder aos problemas do país e da Europa.

Querem fazer crer que tudo se resolve entre eles e que na Europa se trava um conflito insanável entre as suas famílias políticas.

Essas famílias que cá e lá rodam em exclusivo no poder e se entrecruzam nesse emaranhado de conivências, interesses comuns, solidariedades recíprocas de uma elite dirigente que roda no poder político, no banco, na empresa pública e na grande empresa do capital ao sabor das conveniências e necessidades dos grandes interesses que representam e nos quais participam.

Uma farsa que tem na escolha comum de Durão Barroso o principal regente.

Uma farsa que só pode terminar com mais força à CDU, capaz de romper com o ciclo vicioso do rotativismo da alternância sem alternativa que aqui e na União Europeia está instalado.

É por isso, camaradas, que daqui dizemos a todos aqueles e foram muitas centenas de milhar dos mais variados sectores que lutaram nos seus locais de trabalho e de estudo, encheram avenidas e praças de protesto em defesa dos seus direitos: não percam, nem desperdicem a oportunidade já no dia 7 de Junho de contribuir para a grande mudança que é preciso realizar na sociedade portuguesa, votando na CDU, na grande força da esquerda, verdadeiramente consequente e a única portadora de uma distinta alternativa para o país.

Está a chegar a hora dos trabalhadores, dos reformados, dos intelectuais, dos pequenos e médios empresários, dos jovens e das mulheres do nosso país tomarem nas suas mãos a decisão de contribuir, com o seu voto, com o voto na CDU, para iniciar o caminho da mudança e de ruptura com a política de direita.

Os dias que se aproximam têm que ser para nós tempos de mobilização e de grande empenho para afirmar a CDU como a grande força de esquerda imprescindível na luta e promoção de um novo rumo para a União Europeia e para Portugal.

Serão dias de mobilização para o esclarecimento e de mobilização para que mais votos venham para a CDU e para que nenhum voto falte na CDU!

Portugal precisa de outro governo e de uma nova política e de outra orientação na União Europeia!
Isso constrói-se votando dia 7 de Junho na CDU, sem Falta!
O voto que conta na defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país.

O voto que não esquece o país, que dá voz às aspirações e aos anseios do nosso povo.

O voto que afirma a soberania nacional e luta por um Europa de paz e cooperação entre Estados iguais e soberanos.

O voto certo para afirmar, com confiança, um outro rumo e uma outra política, para o nosso país!
Vamos em frente! Vamos ao trabalho! Vamos com convicção mobilizar vontades, levando a todo o lado aquela energia mobilizadora que pulsava na grande marcha da CDU e ampliar aquele clamor que se ouviu bem alto e em uníssono – A CDU avança, com toda a confiança! - a todos os sítios a todos os lugares, a todas as pessoas para que seja possível uma CDU mais forte, por uma política ao serviço dos portugueses e de Portugal.

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