Braga | Comício em Famalicão

«A confiança vai dar um passo a 4 de Outubro»

19 Setembro

20150919_comicio_famalicao_04

Jerónimo de Sousa terminou em Famalicão as acções de campanha de sábado, dia 19, num comício em que rejeitou «favores do PS», preferindo «o apoio do nosso povo».

Depois de uma arruada no Porto que encheu as medidas e foi para o Secretário-Geral do PCP um tónico para o que falta até à ida às urnas, a comitiva do PCP-PEV rumou mais a Norte. Na biblioteca de Vila Nova de Famalicão, o primeiro a subir ao palco foi Jorge Lomba, que com música popular portuguesa acrescentou alegria à confiança que transpirava da sala já repleta.

Mas a noite era de discursos e depois de acomodada a sala e chamados à mesa do comício candidatos pelo círculo eleitoral de Braga, membros dos organismos dirigentes regionais e nacionais do PCP, foi a vez de Mariana Silva, da direcção do Partido Ecologista «Os Verdes», manifestar confiança de que, levando as nossas propostas para a rua, «é possível alterar o nosso dia-a-dia e almejar um futuro menos sofrido». Pelos jovens, por exemplo, cuja situação de desemprego, precariedade e, para cada vez mais, necessidade imperiosa de emigrar, é uma «ferida aberta na nossa sociedade», afirmou a também candidata.

Em contacto com os trabalhadores e a população, anda permanentemente a CDU, ao contrário das restantes forças políticas. Por isso, a deputada Carla Cruz e candidata do PCP-PEV pelo distrito de Braga passou boa parte da sua intervenção a questionar onde estavam os deputados do PS, PSD e CDS quando os trabalhadores e o povo mais precisaram para defender os seus direitos e rendimentos, os postos de trabalho, os serviços públicos e as funções sociais do Estado, referiu, dando muito exemplos do distrito de Braga, particularmente de Famalicão.

Certo e reconhecido é que nas ruas e na Assembleia da República, questionando o Governo, com o povo, esteve sempre a CDU, por isso Carla Cruz deu, com ironia, as boas vindas aos eleitos pelos partidos que têm aplicado à vez a política de direita – PS, PSD e CDS.

«Sejam bem aparecidos ao distrito real, mas não fujam dos desempregados, dos trabalhadores com baixos salários», prosseguiu Carla Cruz, para quem «este é igualmente o tempo de afirmar ao que nós, CDU, vimos», disse, antes de salientar um conjunto de problemas e propostas só possíveis de conhecer por quem anda, de facto, no terreno.

«Não queremos favores do PS, queremos o apoio do nosso povo»

«Se houvesse justiça pelo trabalho desenvolvido pela Carla Cruz e, antes, pelo Agostinho Lopes, em comparação com os deputados de outros partidos que concorreram pelo distrito, a Carla Cruz já estava eleita», considerou Jerónimo de Sousa, continuando, assim, a valorizar a intervenção do PCP-PEV e a sua forma diferente de estar na política: «honrando os compromissos assumidos, a palavra dada».

Lembrando «o que já disse 30 vezes», que «estas eleições não são para eleger o primeiro-ministro, mas para eleger 230 deputados», o Secretário-Geral do Partido criticou bipolarização que tenta enfiar às pessoas «quem está mais na calha». Campanha de manipulação, essa, que corre a par de uma outra, envolvendo o Presidente da República, Cavaco Silva, designadamente em torno da necessidade de uma maioria absoluta.

«Foi com essas maiorias absolutas, com essa estabilidade que eles invocam que foi aplicada a política de direita contra o nosso povo», lembrou.

Simultaneamente, PS, PSD e CDS tentam «limpar a folha [de serviço]», e não fosse a denúncia e responsabilização feita pela CDU, apresentar-se-iam aos portugueses «lavadinhos por cima e por baixo», acusou Jerónimo de Sousa.

Caso do PS, continuou o dirigente comunista, que criticando o PCP-PEV por dirigir contra si demasiadas críticas, esquece que «hibernou» nestes quatro anos, deixando a promoção da luta e o combate ao governo da direita PSD/CDS para o PCP e a CDU.

O Secretário-Geral do Partido apontou igualmente o dedo ao PSD/CDS, frisando que «se o País está melhor como dizem», então «devolvam [aos reformados e trabalhadores] as reformas e salários que roubaram».

A demonstrar a identificação, no essencial, entre PSD/CDS e PS, Jerónimo de Sousa realçou, por outro lado, que «importa perguntar ao PS o que quer fazer em relação à reposição dos salários e pensões, o que pretendem em relação à reposição dos direitos conquistados», dando, depois, outro exemplo da opção do PS.

«Querem cortar 250 milhões nos apoios sociais e congelar as pensões de reforma», mas «o que é que um português faz com reformas de 290, 300 euros; o que é que faz à vida quando aparece uma doença, quando tem que ajudar os filhos e os netos?», questionou, antes de alertar que «apesar de o «Governo sofrer uma derrota pesada a 4 de Outubro», tal pode não ser suficiente. É preciso derrotar a política de direita, senão continuamos a cair nesta alternância sem alternativa».

«Não queremos favores do PS, queremos é o apoio do nosso povo», concluiu depois de reafirmar que a CDU «nunca faltará a medidas favoráveis ao nosso povo, a uma política patriótica e de esquerda».