Madeira | Intervenção de Jerónimo de Sousa no Jantar-Comício CDU em Ribeira Brava, Madeira

Há que colocar um ponto final no rumo de declínio nacional

22 Maio

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Quando há dois meses aqui estivemos juntos pudemos assinalar a confiança e as perspectivas que tínhamos sobre a possibilidade da CDU avançar e crescer também na Madeira.

Aqui estamos hoje a poder assinalar com justificada alegria esse importante resultado obtido pela CDU. Um resultado que testemunha o apoio crescente à CDU, a confiança que em nós depositam, o reconhecimento da nossa seriedade e do nosso compromisso com as aspirações dos trabalhadores e do povo.

Como dissemos a nossa força é a força do povo. Nenhum de todos os que confiaram na CDU, dos muitos que pela primeira vez votaram em nós (e até os muitos que o tendo desejado fazer erraram no momento do voto), encontrará razão para se arrepender da opção que fizeram.

Cá estamos, todos os dias, para continuar a defender os direitos dos trabalhadores, combater as injustiças, apresentar propostas e soluções para dar resposta aos problemas da região e do povo.

Temos agora de projectar este ambiente de confiança na CDU, de apoio crescente, na batalha eleitoral de Outubro próximo.

Dar mais força à CDU é o factor crucial para derrotar a política que PS, PSD e CDS têm imposto nos últimos 38 anos.

Há que colocar um ponto final no rumo de declínio nacional que só acrescentou exploração, empobrecimento e dependência.

É muito importante confirmar pelo voto a derrota a que o actual governo e a sua maioria – PSD/CDS – seguramente não fugirão.

Mas é preciso também com o reforço da CDU, com a obtenção de mais votos, a eleição de mais deputados da CDU, contribuir para a derrota da política de direita, e para dar força à construção de uma política alternativa patriótica e de esquerda.

Já aí os vemos, PSD e PS, a encenarem, com o apoio da comunicação social, divergências e desacordos.

A verdade é que, olhando para o que PSD e CDS propõem e o que PS apresenta no seu programa eleitoral, bem se pode concluir que, no que é estruturante e decisivo, difícil é encontrar diferenças.

Os mesmos compromissos com a UE, a mesma submissão aos constrangimentos externos, a mesma posição sobre o amarramento a uma dívida insustentável. Depois resta ou aquela diferença de ritmo: PSD e CDS propõem privatizar a 66%, o PS a 49%; uns propõem prolongar o roubo nos salários e pensões por 4 anos, o outro por 2 anos; uns admitem retirar a sobretaxa sobre o IRS em 3 anos, o outro em 2. É tudo uma questão de estilo: austeridade à bruta é a intenção de uns, austeridade inteligente contrapõe outro.

O que uns e outro ambicionam é perpetuar esta política desgraçada e que só desgraça a vida dos portugueses.

Não faltarão por aí as manobras do costume para iludir os eleitores procurando garantir que a política de direita continue, fingir que se muda para que tudo o que é decisivo continue na mesma.

Aí virá outra vez a mentira sobre a eleição para primeiro-ministro quando o que se decide é a eleição de deputados. Aí virá outra vez a mentira sobre “vocês não chegam lá”.

Tivemos aqui na Madeira um arrasador desmentido destas patranhas.

Foram 5 os votos que faltaram à CDU para eleger mais um deputado e, para com esse deputado a mais, retirar a maioria absoluta ao PSD.

Que melhor prova para cada um ver quanto o seu voto na CDU pode pesar, quanto pode contar quando unido a muitos outros. É o povo que decide. Está nas suas mãos optar entre quem os defende e quem lhes inferniza a vida. A CDU chegará onde os trabalhadores e o povo quiserem.

Como temos afirmado o País não está condenado ao declínio. Sim, há solução para os problemas nacionais. Há uma política alternativa que coloque como objectivos os direitos e condições de vida dos trabalhadores e do povo; sim, é possível, com a sua luta mas também com o seu voto, assegurar um outro caminho que rompa com o continuado rumo de desastre nacional; sim, podem contar com o PCP para dar expressão à ruptura com a política de direita e abrir caminho a uma política patriótica e de esquerda ao serviço de Portugal e dos portugueses.

Está nas mãos dos trabalhadores e do povo dar força, com o seu apoio ao PCP e o seu voto na CDU, à exigência de uma política que lhes devolva o direito à plena realização das suas vidas, que promova a melhoria das suas condições de vida e que faça a afirmação do seu direito soberano de decidir de acordo com os seus interesses e aspirações. A marcha nacional «a força do povo» todos à rua por um Portugal com futuro, será uma poderosa afirmação dessa força, da vontade, da confiança e possibilidades de cada um ser parte activa nesta exigência de ruptura e de construção de uma alternativa política.

É dando mais força ao PCP e à CDU, alargando a sua influência política e eleitoral que a construção da alternativa e a concretização da política alternativa ficará mais próxima. Sim, é dando mais força ao PCP e à CDU, que mais solidamente estarão garantidas as condições para defender, promover e afirmar os direitos do povo português.

Contamos também aqui na Madeira com esse apoio crescente nessa luta de todos.