Porto | Grande arruada no Porto com Jerónimo de Sousa

«Se isto não é povo, onde está o povo?»

19 Setembro

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Milhares de activistas e apoiantes do PCP-PEV integraram, na tarde de hoje, 19, um desfile pelo centro do Porto, numa demonstração da força e capacidade mobilizadora da candidatura da CDU e da possibilidade do seu reforço.

Aquela que foi a iniciativa com maior expressão de massas da candidatura que junta comunistas, ecologistas e independentes, arrancou da Praça da Batalha e terminou em São Bento. No percurso, por Santa Catarina e contornando o Mercado do Bolhão para descer pela Sá da Bandeira, a palavras de ordem como «sobe, sobe CDU» ou «Abril, de novo, com a força do povo», respondiam afirmativamente muitos outros, centenas seguramente, que não arredaram pé para ver passar o desfile.

Um ambiente favorável a envolver uma grande arruada que, como afirmou João Corregedor, evidencia a «pujança deste povo que tem força para derrotar os partidos da política de direita», e permite afirmar «que vamos aumentar a nossa votação, o número de deputados e a nossa influência política».

A força do povo foi, de facto, o que mais emergiu da enorme arruada da CDU. Mas essa mesma força, capacidade de mobilização e reconhecimento popular que se tem sentido nas acções de campanha, e com especial nitidez na realizada na cidade do Porto, insista-se, tem de traduzir-se em votos.

Esta foi outra ideia-chave deixada pelo dirigente da Intervenção Democrática quando lembrou que a abstenção não contribui para a construção da necessária alternativa.

No mesmo sentido, pronunciou-se o membro da Comissão Executiva do Partido Ecologista «Os Verdes» que sucedeu a João Corregedor da Fonseca na Tribuna. É preciso votar, e votar contra «os que nos querem amarrar pés e mãos e chamaram a troika», «castigar a austeridade não ficando em casa». «Votar em quem tem palavra», disse Francisco Madeira Lopes.

Mais directo ainda, Jorge Machado, cabeça-de-lista pelo distrito do Porto, reclamou legitimidade para apelar ao reforço do PCP-PEV porque é a única força que sempre esteve com os reformados, pensionistas e idosos, os estudantes e os trabalhadores, «todos os trabalhadores». Esteve «do lado certo da barricada» e «não ao lado do grande capital, como o PS, PSD e CDS».

Jorge Machado realçou, depois, mais duas fortes razões para depositar confiança na CDU no próximo dia 4 de Outubro – duas propostas eleitorais do PCP-PEV que respondem a profundos anseios e necessidades do nosso povo e do nosso País, e que têm enorme relevância num distrito esmagado pelas consequências da política de direita: a implementação de um plano de emergência social e a aposta na criação de emprego qualificado, com direitos.

Chamado a intervir num palco onde se encontravam todos os candidatos da CDU pelo círculo eleitoral portuense, Jerónimo de Sousa encerrou o comício da arruada voltando a destacar a impressionante maré humana. «Se isto não é povo, onde está o Povo?», afirmou, lembrando uma expressão que José Saramago usou para responder aos «coveiros frustados» (como ontem, 18, em Águeda, lhes chamou o Secretário-Geral do PCP), os quais, ano após ano em eleições sucessivas, têm vaticinado o definhamento do PCP e da CDU.

Passados tantos anos, a verdade é que através de estudos de opinião encomendados para impor uma falsa bipolarização político-eleitoral, continuam a tentar condicionar «a grande sondagem» que iniciativas como a ocorrida pelas ruas do Porto demonstram.

Para Jerónimo de Sousa, o desfile tem «tanto mais valor, ainda, quanto sabemos que hoje muitos portugueses desanimaram e baixaram os braços», acrescentou, para mais adiante apelar a que os portugueses não se deixem manipular, assumindo a opção consciente «a partir das suas vidas».

Se o fizerem, não permitirão que os protagonistas da política de direita ponham «o conta-quilómetros a zero». Isto é, não se deixarão enganar pelos que «dizem que o País está melhor [PSD/CDS], nem pelos que dizem que o País ficará melhor fazendo o mesmo [PS]», como já havia dito a primeira oradora da tarde. Maria João Antunes, candidata e activista da Juventude CDU.

A concluir, Jerónimo de Sousa voltou a puxar pelo ânimo dos presentes, que exortou a que se assumam todos candidatos nos dias que ainda faltam de campanha eleitoral, e insistiu que quantos mais votos e deputados tiver a CDU, mais forte será a corrente pela alternativa de progresso e desenvolvimento», mais forte estaremos para a luta que teremos de travar depois de 4 de Outubro.

«Eles têm meios poderosos que levam a um combate desigual. Mas não têm esta riqueza que aqui se expressou», a qual é «fonte de rejuvenescimento e esperança num Portugal soberano e com futuro», frisou. A força do povo, que outra?