Santarém | Grande comício em Samora Correia, Benavente

Sempre ao lado do povo

22 Setembro

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O centro cultural de Samora Correia, em Benavente, encheu-se de activistas e apoiantes da CDU que participaram no comício realizado na noite de terça-feira, 22, com a presença de Jerónimo de Sousa. O Secretário-Geral do PCP lembrou, na sua intervenção, as consequências da adesão ao euro, lembrando que desde então Portugal é um dos países da Europa e do mundo que menos cresceu. Outra coisa, aliás, não seria possível, tendo em conta que o euro é um instrumento ao serviço dos interesses dos grandes grupos económicos e das grandes potências da União Europeia, em particular da Alemanha.

O euro, acrescentou o dirigente comunista, promove o desemprego e a precariedade, estimula o endividamento externo e a fuga de capitais, submete o País à chantagem dos «mercados» e dos credores. Assim, o estudo e preparação da saída de Portugal do euro é um imperativo de um Portugal soberano, de progresso e justiça social. Não o fazer é uma irresponsabilidade. Assumindo como objectivo da política alternativa que a CDU propõe a libertação do País da submissão ao euro, Jerónimo de Sousa reafirmou que tal libertação deve ser feita com respeito pela vontade do povo português e tendo como condição fundamental o respeito pelos direitos dos trabalhadores, do povo e do País.

Após enumerar os eixos centrais da política alternativa patriótica e de esquerda que o PCP e a CDU propõe, Jerónimo de Sousa destacou a diferença existente com as outras forças políticas, também no que respeita à forma de estar na política dos eleitos, candidatos e activistas da coligação. O respeito estrito do princípio de não se ser beneficiado pelo exercício de cargos políticos dá aos eleitos da CDU a capacidade de olhar os eleitores nos olhos e mobilizá-los para os exigentes combates que há que travar por um País que retome os caminhos que Abril encetou e mostrou ser possível.

«As pessoas conhecem-nos»

O primeiro candidato da CDU pelo distrito, António Filipe, começou por saudar os activistas que lotavam por completo a sala por estarem a levar a mensagem da coligação PCP-PEV aos grandes centros urbanos e aos locais mais recônditos deste extenso distrito, com 21 concelhos. Mas, sublinhou o deputado, quando vamos a qualquer um desses locais, por mais distante que seja, «as pessoas conhecem-nos», porque as forças políticas que compõem a CDU estão sempre ao lados das populações.

Concretizando, António Filipe lembrou a presença e solidariedade dos eleitos, militantes e activistas do PCP e do PEV junto dos trabalhadores da Unicer, da Martifer, da Moviflor, da Renoldi, da DHL quando se uniam e lutavam em defesa dos seus postos de trabalho, dos seus salários e dos seus direitos. Também as populações que lutaram contra o encerramento de escolas, serviços de saúde e de finanças, balcões da Segurança Social e dos CTT, e contra a implementação de portagens na A13 e na A23. Estas e outras questões foram levadas à Assembleia da República pelo deputado do PCP. Quanto aos outros nove, eleitos por PS, PSD e CDS, disseram muitas vezes, no distrito, estarem ao lado do povo nas suas reivindicações e votaram em sentido oposto na Assembleia da República.

Soberania e democracia

Antes, interveio Sónia Colaço, quinta candidata da coligação e membro do Conselho Nacional do PEV, que denunciou as consequências ao nível ambiental e da defesa de recursos da política seguida nos últimos 39 anos por PS, PSD e CDS: o abandono da agricultura, com o que isso implica na diminuição da soberania alimentar do País; a proliferação do eucalipto, para servir a indústria da celulose; e a ameaça que paira de privatização da água, «bem essencial a qualquer ser vivo». A candidata ecologista lembrou o Dia da Mobilidade, assinalado precisamente a 22 de Setembro, e o confronto desta evocação com a realidade do distrito. Muitas carreiras foram suprimidas e quilómetros de linhas férreas foram destruídos.

Já João Luís Madeira Lopes, vice-presidente da Intervenção Democrática e número dois da lista da CDU por Santarém, garantiu que o 25 de Abril «não se fez para isto». Que liberdade é esta, questionou, que empobrece e que abandona a população do País? Reafirmando o orgulho da ID em pertencer à CDU, João Luís Madeira Lopes garantiu que a coligação PCP-PEV é uma força essencial para defender a democracia, que se encontra ameaçada pela política de direita.