Porto | Comício na Maia

Tempo de encetar um caminho novo

15 Setembro

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No próximo dia 4 de Outubro, duas opções estão colocadas ao povo português: dar mais força à CDU e à luta pela ruptura com a política de direita e à concretização a uma política patriótica e de esquerda ou, por outro lado, «deixar as mãos livres a PS, PSD e CDS para que estes prolonguem e intensifiquem a política que se conhece». Foi desta forma que Jerónimo de Sousa explicitou, no comício realizado na terça-feira à noite na Maia, a importância decisiva das eleições legislativas. Para o Secretário-Geral do PCP, «não há hesitação: é do lado dos trabalhadores, do povo e do País que nos colocamos.» Já os partidos da política de direita já mostraram com quem estão, acrescentou: com os que impõem exploração, empobrecimento, subordinação e submissão à União Europeia e aos interesses dos monopólios que servem.

Após realçar que é chegado o tempo de encetar um caminho novo, Jerónimo de Sousa dirigiu-se aos que anteriormente votaram noutros partidos, aos que reconhecem que a coligação PCP-PEV faz falta à defesa dos direitos e aos que sabem que os partidos não são todos iguais para que «confiem, não hesitem» e votem na CDU, a força que «jamais trairá a confiança dos que, vítimas da política de direita, aspiram a uma real mudança», que transporta consigo um «caudal imenso de esperança de que sim, é possível uma vida melhor num Portugal de justiça, soberania e progresso».

Antes, o primeiro candidato da CDU pelo círculo eleitoral do Porto, Jorge Machado, tinha já denunciado as consequências da política de direita no distrito e no País, marcada pelo elevado desemprego, pela emigração de meio milhão de pessoas, pela pobreza que atinge dois milhões e 700 mil portugueses, pelo aumento da exploração do trabalho e pela destruição dos serviços públicos. O actual deputado, garantindo que este rumo não é inevitável, sublinhou em seguida as propostas do PCP e da CDU para, nas suas palavras, «dar um pontapé nesta crise». Modernizar e diversificar a produção no Vale do Sousa e Baixo Tâmega, no quadro de uma política de reindustrialização do País, e apostar decisivamente na pesca (para que se inverta a tendência de redução da frota, agravada nos últimos anos) são duas das mais decisivas medidas.

Ao dirigente sindical e candidato da CDU João Torres coube intervir logo após um dos mais marcantes momentos do comício: a entrega ao Secretário-geral do PCP de um postal gigante simbolizando os 2266 dirigentes e delegados sindicais e membros de Comissões de Trabalhadores que manifestaram, no distrito do Porto, o seu apoio à CDU. O sindicalista, valorizando a intensa luta dos trabalhadores e das populações do distrito nos últimos anos, pelos seus direitos, postos de trabalho, salários e serviços públicos, apelou ao voto na CDU para que «castiguem quem tanto os castigou» nos últimos anos, ou seja, o PS, o PSD e o CDS. Muito embora tenham sido «mal tratados, humilhados e espoliados», os trabalhadores portugueses «têm sorte» porque contam com um partido que é seu, o Partido Comunista Português.