Santarém | Confiança e determinação em almoço no Couço

Votar e ganhar mais votos

22 Setembro

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«Estamos em casa.» Foi assim que o Secretário-Geral do PCP definiu o sentimento de estar uma vez mais no Couço, no grande almoço que reuniu 300 pessoas na Casa do Povo daquela freguesia do concelho de Coruche. Jerónimo de Sousa lembrou, então, a profunda e antiga ligação dos trabalhadores e do povo do Couço ao PCP, a quem chamam, desde os negros tempos do fascismo, «o Partido».

É que nessa altura, lembrou, não havia outros partidos: uns tinham sido dissolvidos pela ditadura, outros desistiram e renderam-se. Só o PCP resistiu e lutou pela liberdade e a democracia, lado a lado com tantos comunistas e democratas do Couço: assim se explica, garantiu Jerónimo de Sousa, o «amor ao Partido» por parte do povo da freguesia, que em todas as eleições realizadas desde o 25 de Abril deu expressivas maiorias ao PCP e às coligações que ele integra. Nas últimas legislativas, mais de metade dos votos expressos foram na CDU.

Intervindo perante muitos dos que, ao longo dos anos, travaram importantes e heróicas batalhas – como a campanha presidencial de Arlindo Vicente e Humberto Delgado, em 1958; a luta pela jornada de oito horas de trabalho nos campos, em 1962; ou a Reforma Agrária, a seguir ao 25 de Abril –, Jerónimo de Sousa sublinhou a importância das eleições legislativas de 4 de Outubro e a imperiosa necessidade de pôr fim à política de direita e de encetar um caminho novo, de progresso, justiça social e soberania. «Não se contentem por a CDU ganhar aqui no Couço. Isso não chega, é preciso ganhar mais e mais votos», apelou o Secretário-Geral do PCP.

Opção decisiva

Após reafirmar a opção que está colocada ao povo português nestas eleições – prosseguir a política de direita ou concretizar uma alternativa patriótica e de esquerda –, Jerónimo de Sousa criticou PSD e CDS por procurarem uma vez mais enganar os eleitores com a mistificação de que «o pior já passou» e que o País está «no bom caminho». Se está efectivamente no bom caminho, afirmou, «então devolvam os salários, as pensões e as prestações sociais roubadas».

Quanto ao PS, realçou o dirigente comunista, bem pode tentar «pôr o conta quilómetros a zero» e sacudir responsabilidades, pois o povo não esquece o que fizeram os seus governos e que a sua assinatura está no pacto assinado com a troika estrangeira, que infernizou a vida dos portugueses. Mas não é só o passado a estar contra o PS, alertou Jerónimo de Sousa. As suas propostas são, também, reveladoras do que pretende para o País: o congelamento das reformas por quatro anos, a «condição de recursos» para as prestações sociais e a facilitação dos despedimentos aproximam uma vez mais o PS da coligação PSD-CDS.

A terminar, o Secretário-geral do PCP realçou que, no próximo dia 4, quem não for votar está a contribuir para a continuação da política de direita. A opção de voto, apelou, deve partir da avaliação da vida concreta de cada um, «do salário que não sobra, do emprego que não há, da reforma que não chega, dos filhos e dos netos que emigram».

Voto respeitado

Antes, interveio António Filipe, primeiro candidato da coligação PCP-PEV pelo distrito de Santarém, que nestas eleições elegerá menos um deputado (que passa para o círculo eleitoral de Setúbal). Na legislatura que agora terminou, lembrou, o PCP e a CDU estiveram com a população do Couço e do distrito de Santarém nas lutas em defesa do emprego, dos serviços públicos e de investimentos fundamentais ao seu desenvolvimento. «Nós praticamos a proximidade e prestamos contas do que fazemos», garantiu, lembrando que outros há para quem a «proximidade» é apenas uma palavra destinada a justificar o desvirtuamento da proporcionalidade das eleições e não uma prática corrente.

Ao contrário dos deputados dos partidos da troika (PS, PSD e CDS), que tantas e tantas vezes fazem o oposto do que prometem, os deputados da CDU cumprem os seus compromissos: por esta razão, «quem votou na CDU não se arrepende, pois o seu voto não foi traído», valorizou António Filipe. Muitos dos que votaram no PS, PSD ou CDS e se sentem enganados votarão agora na CDU, garantiu o candidato.