Uma grande saudação a todos vós e a toda juventude que cá vive e trabalha no nosso País.
“Semear em Março, para colher Abril” que magnífica palavra de ordem, é disto mesmo que precisamos: colher desse Abril que está vivo, que é parte de cada um de vós, que é vosso, desse Abril que está em cada luta, no combate à injustiça, que tem em vocês, na Juventude a sua força mais irreverente.
Abril está vivo, vocês são as suas sementes, a maior garantia do presente e do seu futuro. Abril é um dos maiores feitos da nossa história colectiva, foi feito pelas mãos e pelas vontades de jovens como vocês.
O País tem futuro, conhecemos as suas capacidades, os seus meios e acima de tudo conhecemos e confiamos nesta força que é a mais acesa chama da Revolução, a juventude.
O que Abril nos mostra é que a juventude e o nosso povo é capaz de se libertar de todas as amarras e que é capaz de todas as transformações, por muito poderosos que sejam aqueles que o exploram e oprimem.
O ataque é grande, a revisão histórica é muita, mas,
Abril, as suas conquistas e valores estão profundamente entranhados na juventude.
Veja-se esta iniciativa, veja-se o vosso desfile, tão combativo, aqui está a juventude como ela é, solidária, combativa, criativa e lutadora.
Bem podem dizer que a CDU é dos mais velhos.
A CDU precisa e conta com os mais velhos e só tem orgulho nisso.
Mas olhem bem para esta praça, vejam bem a força da Juventude que percorreu estas ruas, aqui está o presente e o futuro de Abril, aqui está a CDU.
Aqui está a juventude que toma nas suas mãos o seu destino, e constrói todos os dias com outros o direito que têm a uma vida melhor.
Essa vida melhor, para a qual não precisamos de inventar a roda, na Revolução, na Constituição e nos valores de Abril está o presente e o futuro de Portugal,
está o caminho dessa vida melhor a que todos temos direito.
Abril é escola pública e democrática, onde os estudantes assumem um papel na organização de todo o sistema de educação e de ensino, mas também na participação dos estudantes nos órgãos de gestão.
Abril é uma escola onde não faltam professores e assistentes operacionais, e com as obras necessárias, sem frio nem calor, com pavilhões e outros equipamentos de actividade física e ao desporto escolar.
Abril são preços de refeições acessíveis e cantinas públicas.
Abril é a exigente avaliação contínua e que tenha em conta as necessidades de cada aluno.
Abril é manuais escolares gratuitos, essa conquista só possível pela força da CDU. Abril é a garantia que todos, independentemente do dinheiro, do apelido que tenham, e do local onde nasceram, têm acesso aos mais elevados graus de ensino.
Abril são residências e bolsas, Abril não combina com propinas, com Bolonha, com RJIES; subfinanciamento, Abril não combina com taxas, taxinhas e emolumentos.
Abril pôs fim às lágrimas de crocodilo dos que choram com a emigração dos jovens, mas que são os mesmos que recusam os aumentos salariais.
Abril é salário, sim salário e não rendimentos. Rendimentos são prémios, são o chamado estímulo à produtividade, é ficar na incerteza se há ou não a tal bonificação quando cada um sabe que as contas são pagas todos os meses e não esperam pelos prémios que um dia irão chegar.
E a questão que se coloca nestes dias, é se há dinheiro para o tal 15 mês, se há disponibilidade para atribuição de “prémios” porque razão esse dinheiro que existe não vem como certo no salário.
Sim, esses salários que fazem falta agora e não lá para o fim da década.
A única forma de aumentar salários é aumentar os salários, não é como alguns andam a tentar vender, com a diminuição de impostos ou de contribuições.
Os impostos são para garantir o direito à saúde, à educação, à habitação, à creche, ao transporte.
As contribuições são dinheiro dos trabalhadores para apoio em caso de doença, de desemprego, para a reforma.
Essa lógica é a dos que querem que hoje se diminuam impostos e contribuições e que amanhã se acabem, mas Abril não é o salve-se quem puder, Abril é solidariedade é resposta colectiva a necessidades colectivas.
Abril é um sistema público e solidário de Segurança Social,
o garante de quando é preciso na doença, no desemprego, na maternidade e paternidade, o contributo solidário de todos os trabalhadores para acudir todos e cada um de nós.
É isto que é Abril, uma mais justa distribuição da riqueza que é criada por quem trabalha, Abril é a contratação colectiva, é a redução do horário de trabalho,
Abril é estabilidade e condições para poder decidir em liberdade a ter um projecto de vida sem ter de optar entre ficar na casa dos pais ou a emigrar.
Abril é combate à precariedade, Abril não convive com o facto de a maioria dos jovens terem um contrato precário apesar de ocuparem um posto de trabalho efectivo,
Abril não suporta a discriminação salarial em função do género e do tipo de contracto.
Da mesma forma que Abril foi o fim do trabalho infantil, vamos, mas é que vamos mesmo, com mais força à CDU e com a vossa luta, por fim à chaga da precariedade.
Abril é direito à Habitação, é o fim do favorecimento dos lucros da banca, da liberalização das rendas e dos despejos, da precariedade dos contratos, da transformação da habitação num activo imobiliário.
Abril é um ambicioso programa de disponibilização de habitação pública.
Abril é ambiente, desse ambiente do qual a nossa constituição é tão pioneira.
É assegurar a todos o direito a viver um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado.
Abril é transporte colectivo, é o garante à mobilidade e à defesa do ambiente.
Mais futuro, mais ambiente.
O que exige, a redução do valor do passe intermodal para 20 euros e a criação de um passe inter-regional com o valor máximo de 40 euros.
Abril é o fim de todas as formas de discriminação.
Abril não tolera, é mesmo intransigente, face a qualquer discriminação com base na nacionalidade, na cor da pele, na etnia, na religião, na identidade ou orientação sexual.
A única intolerância que Abril comporta é contra o racismo e a xenofobia, contra quaisquer formas de violência sobre as mulheres, sobre os mais fracos, sobre aquele que é diferente, sobre o estrangeiro, o homossexual, ou o transexual.
Em Abril não há espaço para o discurso de ódio contra os imigrantes, daqueles que aqui vêm ter à procura de um mundo melhor, mesmo que seja escondido debaixo da capa das quotas para lhes garantir condições.
Abril é arte, é cultura, é música, é dança, é poesia, é teatro, é escrita, é criatividade e é o direito de todos e cada um a fazê-la e a fruí-la.
Abril é paz, a que todos os jovens aspiram e anseiam, sem a qual mais difícil se torna a esperança num mundo melhor.
Abril é o direito a essa vida melhor.
E como dizia o Poeta, esse extraordinário poeta de Abril
“Das portas que Abril abriu,
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora,
que este Abril não se cumprisse!”
Aqui estamos, aqui está a CDU esta força que tem em Abril a sua referência e a sua inspiração.
Aqui estamos, portadores do seu projecto, conquistas e valores.
Abril é tudo isto, e muito ainda há por fazer e cumprir, nessa luta de todos os dias, nas escolas, empresas, locais de trabalho e em todo o lado.
Nessa luta de todos os dias que assim também será no dia 10 de Março.
Levem essa luta imensa até ao voto na CDU.
Precisamos de mais força, de mais votos, de mais eleitos da CDU no próximo dia 10 porque essa força que tivermos é condição para se respeitar a Juventude, para se cumprir Abril.
Aqui não há traições, aqui está a garantia, aqui está o voto que lhes faz frente.
E não se espere nada do PS e sabemos bem o que querem PSD e CDS, mas também Chega e IL, querem voltar a 2011, aos tempos da Troika, a esses tempos em que eram deuses e senhores.
Esses tempos dos cortes das reformas, dos salários, do maior aumento de imposto, do subsídio de Natal, esses tempos sombrios para a juventude.
O voto na CDU é o voto das soluções.
E Será pedir muito?
Não, é apenas exigir que se cumpra a transformação, a irreverência, a solidariedade, a criatividade, a força da juventude, é apenas que se cumpra esse Abril que, por muito que lhes doa e dói, está vivo, está firme, é jovem e que aqui está.
Dizem-nos que não há dinheiro.
O problema não é a falta de dinheiro nem de riqueza, mas sim a forma como ela é distribuída.
O que está em causa no próximo dia 10 de Março é o confronto entre salários, direitos, combate à precariedade, horários regulados, creche gratuita para todas mas mesmo todas as crianças,
Escola pública de qualidade, alojamento estudantil, Acção Social Escolar, habitação acessível, direito à saúde, cultura e os interesses dos grupos económicos, os tais dos 25 milhões de euros de lucros por dia.
Sabemos a força do nosso adversário, conhecemos bem a sua força e os seus instrumentos.
Que ninguém espere que do inimigo venha alento e esperança.
Não, daí só virão maus comentários e sondagens que nos empurram sempre para baixo.
Já assim foi na Madeira e nos Açores e a verdade, e essa é que é a verdade, é que a CDU cresceu, por muito que isso lhes doa.
Sejamos actores da ruptura que se exige, vamos à conversa, ao contacto, ao esclarecimento, à mobilização, tal como estão a fazer.
Vamos construir em cada escola, em cada empresa, em cada bar e café, vamos construir por baixo aquilo que nos querem roubar por cima.
No dia 10 de Março, o voto do estudante, o voto de que trabalha nas plataformas digitais, o voto dos que tem contracto precário, o voto dos que não tem acesso a residência, o voto de quem não se aguenta no ensino superior, o voto dos estudantes do ensino profissional,
o voto dos que se vêem obrigados a abandonar a sua casa e família e abandonar o País, o voto dos que se sentem justamente discriminados, o voto dos jovens trabalhadores, o voto dos que ambicionam uma vida melhor,
o voto dos que perderam a esperança, o voto da juventude, cada um desses votos vale tanto como o voto dos que se acham os donos disto tudo, mas vai valer ainda mais se ele for o voto na CDU.
O voto na força da juventude, o voto do presente, o voto de Abril, o voto de futuro.
Mais votos, mais deputados da CDU, mais força a esta força imensa que é a juventude, aos seus sonhos e aspirações.
O voto na CDU é o voto de protesto e de proposta; é um voto de combate à direita e aos projectos reaccionários.
Ninguém como nós tem um património de mais de 100 anos de combate à direita e à política de direita, fomos nós, com o nosso povo, com os trabalhadores, fomos nós com a juventude que derrotámos a besta, 48 anos de luta olhos nos olhos do fascismo,e hoje cá continuamos na luta e com gente séria e honesta com vontade e a força do povo para travar os que se acham donos disto tudo e pôr o País no trilho que marca a nossa história, no trilho dos valores de Abril, sempre, sempre com a juventude na primeira linha do combate.
Confiança, confiança, confiança.
Viva a luta da juventude!
Viva a CDU!