Castelo Branco

Intervenção de Mónica Ramôa no comício de encerramento da campanha na Covilhã

2 Outubro

IMG_6771

Covilhã 02 de outubro de 2015

Amigas, amigos, camaradas,

Esta grande e fantástica arruada CDU que hoje encerra, na Covilhã, a campanha eleitoral para as eleições legislativas de 4 de outubro, teve início há uns meses atrás, aqui mesmo nesta cidade. Este percurso que trilhámos em conjunto, foi o caminho contra a resignação, na esperança de podermos construir um território de beleza e qualidade de vida, mais harmonioso e mais justo. Um território com futuro. Um território onde as pessoas que cá vivem e trabalham e todas as que para aqui queiram vir, tenham um futuro de bem-estar, justiça, democracia e liberdade.

Esta arruada espelha bem a magnífica campanha que fizemos no distrito. Uma campanha de esclarecimento, de diálogo, de alegria e confiança, uma campanha de … olhos nos olhos! Pois se os olhos são o espelho da alma, os nossos só podem espelhar trabalho, honestidade e competência.

Esta campanha, assim realizada, só foi possível graças ao empenhamento, dedicação e esforço de muitos ativistas da CDU. Por isso, em nome da lista pelo circulo eleitoral de Castelo Branco, de candidatos da CDU à Assembleia da República, … do fundo do coração e com muito orgulho, agradeço aos ativistas de Vila de Rei, da Sertã, de Proença-a-Nova, de Vila Velha de Ródão, de Oleiros, de Penamacor, de Idanha-a-Nova, de Belmonte, do Fundão, da Covilhã e de Castelo Branco, por tornarem possível este magnífico crescendo de esclarecimento, entusiasmo, confiança e força que caraterizou a nossa campanha. Agradeço também e muito particularmente, à Juventude CDU, pelo sua firmeza e alegria … bordou a nossa campanha com linhas feitas de futuro!  “Que seja agora o futuro a que têm direito!”.

Durante esta campanha pairou como tempestade ameaçadora, o fenómeno das sondagens. Fenómeno, porque fez instalar-se, nos portugueses, o medo, a resignação e a descrença na possibilidade de mudança. Mas não há sondagem ou estudo de tendência que corte a raiz à realidade.

A realidade são 38 anos perdidos em governos PS, PSD e CDS. A realidade são anos de austeridade estéril e arrogância desmedida.

A realidade são os milhares de empregos destruídos, são os mais de um milhão e meio de desempregados sem esperança de ter emprego… a realidade é a destruição da escola pública de qualidade, inclusiva… a realidade é a destruição de todos e cada um dos serviços sociais do estado, como o SNS …. A realidade é o acesso à justiça ser cada vez mais longínquo …. A realidade é a pobreza quase generalizada da população portuguesa… a realidade é a baixíssima taxa de natalidade …. a realidade são os nossos jovens terem, quase exclusivamente, oportunidades de trabalho escravizantes… A realidade são os territórios desumanizados e desertificados… a realidade são os 500 mil portugueses que abandonaram Portugal … a realidade é que 41 anos após o 25 de Abril, há cada vez mais crianças com fome. E esta realidade, não há sondagem nem estudo de tendência que a desfaçam!

Não posso, neste momento deixar de vos trazer aqui, uma adaptação (perdoe-me o poeta!) de um poema magnífico, intitulado “Uma cidade”, do poeta fundanense Albano Martins.

Um distrito pode ser

Apenas um rio, uma frágua, uma serra

com lençóis de neve, de vento

e de sol. Pode

ser um cacho

de uvas numa garrafa, um pomar,

uma bandeira

de mil bordados enfeitada, uma água

cristalina, um teixo. Pode ser um cavalo com

flancos de granito amarelo.

Um distrito pode ser

Um bando de águias e abutres

Poisado em perfeitos cristais. E pode

Ser

A terra da transumância, do adufe

e das marafonas, da ciência e do conhecimento.

Um distrito pode ser

Um arco-íris à janela, um sorriso,

Uma cabeça coberta de cãs…

Mas um distrito também pode

ser

uma esperança acesa

num dia de outubro.

Este distrito pode ser

Um coração,

Um olhar contra a indiferença,

uma pedrada no charco.

O nosso distrito pode ser

Um murro!

É por um distrito assim, com voz, com a garantia da defesa de quem cá vive e trabalha, como um  murro contra a desertificação, a desumanização e a pobreza, que a CDU trabalha, luta e assume o compromisso perante a população do distrito de Castelo Branco. Na certeza de que o nosso empenho e trabalho em defesa, do distrito, de quem trabalha e de quem vive do seu trabalho, por um país melhor,  não se esgotará a 4 de outubro!

Viva a CDU!