Lisboa | Intervenção de Corregedor da Fonseca no Comício no Coliseu de Lisboa

A CDU vai correr com a direita do Poder indo de encontro das legítimas aspirações das massas populares

20 Setembro

20150920_comicio_coliseu_lisboa_13

Os dados estão lançados. Não há que duvidar: a coligação da direita mantém as suas desastrosas políticas. E já sabemos ao que vem o Partido Socialista.

Aquele conjunto de forças políticas insiste, cada um por seu lado, em apresentar programas que encerram, em certos aspectos, propostas de tal ordem enganosas que chegam a atentar contra a inteligência dos portugueses.

A CDU vê-se na obrigação de as denunciar, de as criticar, de as combater, porque se viessem, por hipótese, a ser aplicadas a grave situação para que todos eles conduziram o País atingiria níveis ainda mais dramáticos e insustentáveis.

Este posicionamento da CDU é coerente com os seus princípios democráticos e patrióticos. Todos quanto acompanham a CDU, todos quantos confiam na CDU, vibram com a sua afirmação cívica. Os portugueses sabem que não alimentamos quaisquer oscilações de opinião, que não vacilamos no nosso comportamento político. Não hesitamos em enfrentar o tumulto de ideias que podem pôr em causa a própria Democracia de Abril.

A solidez das posições assumidas pela nossa Coligação Democrática Unitária opõe-se, sem tergiversar, aos que, com as suas políticas, ofendem os trabalhadores, ofendem as classes mais desprotegidas, ofendem a generalidade do Povo português numa consistente demonstração da ideologia neoliberal que perfilham e que voluntariamente se vergam às ordens, aos ditames, dos meios capitalistas nacionais e internacionais.

PSD/CDS, Passos Coelho/Paulo Portas, com o perverso apoio do militante social-democrata que ainda exerce as funções de Presidente da República, escarnecem, é o termo, escarnecem do Povo.

Numa moda parola, copiada de outras paragens capitalistas, ostentam na lapela dos seus casacos emblemas com a bandeira nacional. Nós na CDU não precisamos desse enfeite para sermos patriotas. Para eles, a palavra Pátria parece ser já uma figura de retórica. Caso contrário não subordinavam Portugal a uma crescente e mui perigosa perda de soberania, perda de independência!

É gente leviana esta que tem dirigido os destinos do País. País que tanto carece de governantes sérios, inteligentes, dedicados por inteiro, à defesa intransigente dos interesses nacionais.

Quanto ao PS, aí o temos no seu melhor. Com ténues diferenças de carácter social em relação à direita, os socialistas capricham em apresentar cenários e mais cenários, não conducentes com a realidade, num amontoado de palavras sem que esse palavreado alardeado por António Costa reflita a mínima intenção do PS em enveredar por um caminho que conduza à tão necessária, como ingente, transformação da nossa sociedade para relançar o País de forma a que não haja mais lugar a injustiças e marginalizações sociais.

Está claro para todos nós: o PS dá prioridade aos seus continuados compromissos assumidos com o Fundo Monetário Internacional, com o Banco Central Europeu, União Europeia e Alemanha que tão lamentáveis consequências originaram. Da leitura do que intitula de programa eleitoral extraímos o seguinte:

  • Uma palavra do PS sobre as grandes questões estruturantes para o País? Não!
  • Uma palavra do PS sobre a renúncia ao Tratado Orçamental que constitui um verdadeiro garrote? Não!
  • Uma palavra do PS sobre a renegociação da dívida? Não!
  • Uma palavra do PS sobre a necessidade de se reverterem as privatizações de empresas estratégicas e essenciais à nossa economia? Não!
  • Uma palavra do PS, não ambígua, sobre a dinamização efectiva do sector produtivo nacional, com investimento público, tendo em conta as micro, pequenas e médias empresas, que vise a criação de emprego? Não!
  • Uma palavra do PS sobre o controle público de sectores primordiais como a banca? Não!
  • Uma palavra do PS sobre a ruptura com as políticas de direita? Não!

O rol de exemplos negativos que encontramos no programa do PS é imenso e nada tranquilizador.

A crise na sociedade é tão vasta, tão grande, que não se compadece com políticas de fachada como as enunciadas pelo PS.

Avançamos para a campanha eleitoral num momento em que se acentuam outros factores de extrema gravidade para a nossa Democracia:

  • Partidarização do Estado;
  • Governamentalização das instituições;
  • Limitação de direitos constitucionais, económicos, sociais e culturais;
  • Desrespeito pela Constituição;
  • Enfraquecimento premeditado da Segurança Social com o intuito de a privatizar;
  • Clientelismo e corrupção;
  • Atrofiamento da Democracia.

São monstruosas as injustiças perpetradas contra os trabalhadores.

Neste momento é de realçar a acção do movimento sindical unitário, da CGTP, a quem saúdo na pessoa do seu incansável secretário-geral, Arménio Carlos. CGTP que tem sido inexcedível na sua constante luta em defesa da dignidade e dos direitos dos trabalhadores, dos reformados e dos pensionistas.

Portugal está martirizado. Não é possível aguentar mais. Só com a clara ruptura com as políticas de direita que prevalecem desde há quase quatro décadas, só com uma política alternativa, progressista, de esquerda e patriótica como a que a CDU preconiza será possível encaminhar o nosso País para a senda do desenvolvimento social em todas as suas facetas.´

É preciso dar uma resposta clara à direita no dia das eleições. Mas antes disso temos a imensa tarefa de prosseguir sem descanso, nos contactos com as populações. Esclarecer os cidadãos desiludidos, da justeza das nossas propostas e fazer-lhes sentir que a abstenção só convém à direita.

Dizer ao eleitorado que o voto na CDU conta sempre, não só para reforçar a nossa influência política, mas também porque com o nosso crescimento eleitoral impediremos decisivamente a criação de maiorias absolutas – que o PS não cessa de acenar – maiorias que levaram o País, ao longo dos anos, para um generalizado empobrecimento.

A CDU considera que, no meio da tragédia social que tanto afecta a esmagadora maioria da população, Passos Coelho chega ao despudor de, numa atitude tão pretensamente populista como insultuosa, declarar que será o primeiro a assinar uma subscrição pública a favor dos roubados do BES! É preciso não ter vergonha.

Pois bem, amigos, nós na CDU não precisamos de nenhuma subscrição para derrotar a direita. Não precisamos de qualquer subscrição para aumentar votos e o número dos nossos deputados.

Porque a CDU respeita os valores de Abril.

Porque a CDU conta com o esforço dos seus milhares de activistas, de independentes, de milhares de militantes do Partido Ecologista Os Verdes e do Partido Comunista Português, forças imprescindíveis para a preservação e reforço da Democracia de Abril, que efusivamente saúdo em nome da Associação Intervenção Democrática.

A CDU vai correr com a direita do Poder indo de encontro das legítimas aspirações das massas populares.

Viva CDU

Viva Portugal