Beja | Ambiente de confiança envolve Jerónimo de Sousa em Aljustrel e Cuba

CDU cresce e avança

11 Setembro

20150911_contacto_populacao_aljustrel_02

Recepções vibrantes e calorosas, com forte participação popular marcaram  a passagem de Jerónimo de Sousa pelos concelhos de Aljustrel e Cuba. Nestas acções de campanha o Secretário-Geral do PCP apelou ao voto na CDU e deixou uma forte mensagem de confiança – «cresce e avança», realçou –, confiança alicerçada no seu inigualável património de trabalho e luta, sempre ao serviço dos interesses nacionais, dos trabalhadores e do povo português.

Reforço da CDU em votos e deputados que é condição para «abrir um caminho novo» e «afirmar a alternativa» à política de direita que tem vindo a afundar e empobrecer o País, disse o líder comunista perante as mais de duas centenas de pessoas que enchiam ao fim da tarde o Largo do Mercado na cidade mineira.

Este é de resto um dos dois únicos cenários que estão colocados no próximo dia quatro de Outubro. O outro – e a opção entre eles está na mão dos portugueses, lembrou o Secretário-Geral do PCP –, é prosseguir o «projecto ruinoso seguido por PS, PSD e CDS-PP, juntos ou à vez».

Em sua opinião, esta é a questão central que «determinará muito da evolução do nosso futuro» e com a qual os eleitores serão confrontados dentro de pouco mais de três semanas. Eleições legislativas que não são para eleger o primeiro-ministro – essa é «uma aldrabice», alertou – mas para eleger 230 deputados, esses sim que decidirão sobre o futuro governo.

Daí a importância de ter mais votos e eleger mais deputados da CDU, com a certeza de que cada voto e cada deputado a mais é um voto ou deputado a menos do PS ou do PSD, ambos responsáveis pela gravíssima situação em que o País se encontra.

Jerónimo de Sousa, a este propósito, não esteve com meias medidas e classificou mesmo de «trágico» o balanço destes últimos quatro anos, entendendo que o mesmo é ilustrativo das consequências do pacto de agressão assinado por aqueles partidos, mais o CDS-PP, com a troika estrangeira.

«Um País mais endividado (nem o défice nem a dívida foram resolvidos), brutal corte de salários, congelamento e corte de pensões, carga fiscal brutal, mais de 500 mil forçados a emigrar, mais 800 mil novos pobres», eis algumas das feridas abertas por esta política que o líder do PCP não deixou de identificar, mostrando-se particularmente chocado com o facto (vindo a lume nesse mesmo dia) de uma em cada três crianças no nosso País estar mal alimentada.

Empobrecimento do País e dos trabalhadores que «não foi obra do acaso nem castigo divino», mas sim o resultado premeditado de uma política que transferiu a riqueza para os poderosos, para os grupos económicos e a banca, afirmou Jerónimo de Sousa, que, antes, numa pergunta retórica, se questionara já quanto à trajectória do dinheiro – «para onde foi?» – sabendo que este não derreteu nem foi queimado.

O escândalo do Novo Banco é de resto um caso paradigmático dessa realidade, com os portugueses a arcar com sacrifícios para encher os bolsos aos banqueiros. Jerónimo de Sousa admitiu estar-se em presença de um «filme que não é novo» e advertiu para o risco de serem os trabalhadores e o povo a pagar mais um gigantesco buraco. Acusou ainda o Governo de tentar esconder do povo os «reais custos» das suas decisões e considerou que «estão por apurar os impactos do fundo de resolução».

Foi aliás aqui chegado que as críticas ao PS subiram de tom, com o líder comunista a acusá-lo de propor no essencial a mesma política» e a inquirir onde estava aquele «quando o povo foi fustigado» e era o PCP a situar-se na «linha de frente» ao lado dos que estavam a lutar contra a exploração.

«Nas horas difíceis quem marcou pela ausência, quem virou as costas foi o PS que desertou do combate, comprometido que estava com esta política», acusou, sob fortes aplausos dos presentes.

A mesma ideia viria a ser retomada pelo líder comunista, três horas depois, sob o mesmo entusiástico aplauso das 350 pessoas que estiveram num jantar que encheu o salão dos Bombeiros de Cuba, presidido por João Português, que conquistou a Câmara de Cuba ao PS nas últimas autárquicas, e que contou com a presença dos candidatos da CDU, entre os quais o primeiro candidato, João Ramos, que interveio, e Pedro Amieiro.

Depois de um momento cultural com a actuação de muito grande nível do Grupo Coral Raízes do Cante, de Cuba, intervindo no final, Jerónimo de Sousa pôs em evidência a similitude de posições entre PS e PSD, assinalando que ambos convergem e se identificam quanto ao que é estrutural, como o Tratado Orçamental, a questão da dívida pública ou os direitos dos trabalhadores. Não é por acaso que sobre qualquer destes planos o que há no programa do PS são «brancas», anotou, em tom muito crítico, concluindo, por isso, que tanto um como o outro «têm responsabilidades» pela entrada da troika no País e pelos males que se seguiram.

Depois de lembrar que a CDU é constituída por «gente séria que está na política para servir o País e não para se servir da política», portadora de propostas para o País, que está ao lado do trabalhadores e do povo, gente que honra a palavra e os seus compromissos, foi com palavras de grande confiança que o dirigente máximo do PCP concluiu a intervenção nesta sua passagem pelo Baixo Alentejo, convicto de que a «CDU vai crescer».

Mais, frisou, que «está em condições de assumir todas as responsabilidades, designadamente governativas, atribuição conferida por força do povo e não por qualquer favor do PS».