Setúbal | Crescimento da CDU patente em marcha e comício em Almada

Força da produção e da soberania

26 Setembro

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Se alguém pudesse ainda ter dúvidas de que a CDU está a crescer e a construir dia após dia um resultado eleitoral positivo nas legislativas de 4 de Outubro, o comício e a «marcha pela produção e a soberania», realizados hoje em Almada, foram mais do que suficientes para as dissipar: as mais de três mil pessoas que encheram o Complexo Municipal dos Desportos, que partiram do portão do Arsenal do Alfeite e percorreram ruas e avenidas até ao local do comício e as manifestações de apoio que receberam ao longo de todo o percurso testemunharam esse crescimento.

Valorizando as centenas de acções realizadas em todo o País, envolvendo muitos milhares de activistas da coligação PCP-PEV, Jerónimo de Sousa realçou que «aqui temos estado, todos e cada um de nós, a conquistar décima a décima, voto a voto, deputado a deputado um resultado que acrescente mais força à que obtivemos nas eleições de 2011». A CDU, garantiu o dirigente comunista, está a crescer, transformando todos os dias «respeito e simpatia» em expressão eleitoral efectiva.

Perante uma plateia entusiasmada e entusiasmante, Jerónimo de Sousa dirigiu-se aos se incomodam com a identificação que a CDU faz do PS, PSD e CDS como «responsáveis pela crise que o País atravessa e pelo conjunto de graves malfeitorias que tem sido impostas aos portugueses e ao País». «Somos nós que os juntamos ou são eles que se juntam», questionou, lembrando a coincidência de opções políticas desses três partidos nas questões essenciais, como a assinatura do memorando da troika, dos três PEC, do Tratado Orçamental, do ataque aos direitos dos trabalhadores e aos serviços públicos.

Produção é questão estratégica

Antes, o primeiro candidato da CDU pelo círculo eleitoral de Setúbal, Francisco Lopes, valorizou o carácter estratégico que a defesa e valorização da produção nacional assume, no distrito e no País, para a construção de uma política alternativa. O local escolhido para iniciar a marcha pela produção e a soberania – o «portão verde» do Arsenal do Alfeite – reveste-se de um simbolismo particular, ao constituir ao mesmo tempo uma homenagem às gerações de revolucionários ali forjados e à luta da classe operária pelos seus direitos e, ao mesmo tempo, e um retrato cru das consequências da política de privatização, desmantelamento e destruição dos sectores produtivos nacionais, levada a cabo por sucessivos governos PS, PSD e CDS.

Comprometendo-se, e às forças que compõem a CDU, com a luta em defesa do Arsenal do Alfeite, da EMEF, da CP Carga, da Transtejo e da Soflusa, Francisco Lopes lembrou que a política patriótica e de esquerda que a CDU propõe assenta precisamente na defesa e valorização da produção nacional e no aproveitamento dos recursos e potencialidades da região. O mar e os estuários são, desde logo, duas delas.

Após denunciar a degradação do Serviço Nacional de Saúde no distrito – patente nos 200 mil utentes sem médico de família, nos centros de saúde degradados e na situação caótica das urgências hospitalares – o candidato realçou ainda a retirada, nos últimos cinco anos, de 100 milhões de euros às autarquias da região. Tal como até aqui, garantiu, a CDU continuará a lutar pela valorização do poder local democrático e pela devolução das freguesias roubadas às populações. «Haja o que houver, venha o que vier, os trabalhadores e o povo podem contar com a CDU», reafirmou.

Condições para governar

A terceira candidata da coligação pelo distrito, a dirigente do PEV Heloísa Apolónia, considerou «notória» a força crescente da CDU. Tal deve-se, garantiu, ao reconhecimento do trabalho dos eleitos, candidatos e activistas da coligação, não só na campanha eleitoral mas sobretudo no dia a dia, por defender direitos e condições e vida e por falar verdade ao povo. Outros, como o PSD e o CDS, prometeram em 2011 não cortar salários nem aumentar impostos; fizeram precisamente o contrário quando se encontraram no Governo. Agora, alertou, fazem novas promessas…

Vivina Nunes, da Intervenção Democrática e também candidata pela CDU, sublinhou a necessidade de interromper o «caminho de destruição» do País, patente na carga fiscal insuportável, nos cortes de salários e pensões, na destruição dos serviços públicos e funções sociais do Estado e nas privatizações. Já Paulo Costa, da Juventude CDU, denunciou as condições degradantes de muitas escolas do distrito, a precariedade na generalidade das empresas e o abandono de muitos estudantes do Ensino Superior por falta de meios económicos. «Sozinhos não fazemos nada, mas unidos podemos mudar o País», garantiu.

No comício, apresentado pelo mandatário regional Alfredo Monteiro, falou ainda o presidente da Câmara Municipal de Almada, Joaquim Judas, que valorizou a escolha do concelho para acolher este comício: «aqui estão as marcas desta política, a destruição do tecido produtivo, que está na base desta crise.» Garantindo que o País não precisa de um governo, como o actual, que é «forte com os fracos e fraco com os fortes», o autarca garantiu que a forma exemplar como as forças que compõem a CDU exercem o poder em muitas autarquias do País provam que «estamos em condições de governar».