Faro | Intervenção de Paulo Sá no comício em Faro

Há soluções para os problemas nacionais e para os problemas da região algarvia

25 Setembro

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Bem-vindos a este magnífico comício da CDU. Uma casa cheia; uma casa a abarrotar! Esta é, sem dúvida, a maior iniciativa que alguma força política fez até agora, nesta campanha eleitoral, no Algarve. Estamos a fazer uma grande campanha eleitoral. Estamos a construir um grande resultado eleitoral para o próximo dia 4 de Outubro!

Nas últimas semanas temos assistido, aqui no Algarve e por todo País, a um fenómeno pouco habitual. Os candidatos e deputados da coligação PSD/CDS e do PS a acotovelarem-se para falarem com os trabalhadores e com o povo, num frenesim de visitas a instituições, a empresas, a mercados e aos mais diversos eventos. Só agora descobriram, em pleno período eleitoral, que há sérios problemas que afligem o Algarve e os algarvios.

Perante isto não podemos deixar de perguntar: Por onde é que andaram nos últimos quatro anos?

Onde estavam quando os trabalhadores dos hotéis do Grupo Carlos Saraiva ou do Clube Praia da Rocha ficaram com salários em atraso? Onde estavam quando no Hospital de Faro se atrasaram exames médicos a pacientes oncológicos? Onde estavam quando as estações dos CTT de Boliqueime e de Alte foram encerradas? Onde estavam quando o Ministério da Educação encerrou a escola da Meia Praia em Lagos e impediu a constituição de turmas em escolas de Monchique ou de Tavira? Onde estavam quando o Governo reduziu drasticamente o financiamento d’A Companhia de Teatro do Algarve? Onde estavam quando as rendas do Bairro Social de Vila Real de Santo António foram brutalmente aumentadas? Onde estavam quando os Bombeiros de Silves e Messines enfrentaram sérias dificuldades financeiras?

Não estavam! Não tinham tempo para contactarem com os trabalhadores e o povo! Andavam atarefadíssimos a implementar o Programa da Troica de liquidação de direitos laborais e sociais, de confisco de rendimentos dos trabalhadores e de destruição das funções sociais do Estado.

Sim, camaradas e amigos, PS, PSD e CDS só se lembram dos problemas dos algarvios e do Algarve em período de eleições.

Agora, é só prometer, mesmo que seja o oposto do que andaram a fazer nos últimos anos. Agora PS, PSD e CDS prometem criar emprego, quando a política dos PEC e da Troica que apoiaram e aplicaram foi uma autêntica máquina trituradora do emprego. Agora prometem reduzir o preço das portagens na Via do Infante ou mesmo aboli-las, quando nos últimos quatro anos votaram contra todas propostas do PCP que iam nesse sentido. Agora prometem a rápida conclusão das obras de requalificação da EN 125 quando atrasaram deliberadamente essas obras. Agora defendem um financiamento adequado da Universidade do Algarve, quando no passado a castigaram duramente com sucessivos cortes nas transferências do Orçamento do Estado. Agora até prometem um investimento de 100 milhões de euros nas pescas, quando nas últimas décadas, uns e outros, afundaram este sector.

Camaradas e amigos, é o vale tudo dos partidos da troica interna, na tentativa de caçar o voto dos algarvios para poderem continuar a aplicar a política de exploração e de empobrecimento.

Da nossa parte, apresentamo-nos aos algarvios nestas eleições de cabeça bem erguida. Não aparecemos apenas em período eleitoral.

Nos últimos quatro anos estivemos sempre no terreno, contactando com a realidade regional, em profunda ligação aos trabalhadores e às populações. Realizámos, em todos os concelhos do Algarve, de Alcoutim a Aljezur, mais de três centenas reuniões, visitas e contactos com as mais diversas entidades. Estivemos presentes nas lutas dos trabalhadores e das populações, manifestando-lhes a nossa activa solidariedade e levando as suas justas reivindicações à Assembleia da República. Dirigimos ao Governo quase 300 perguntas e requerimentos e apresentámos 32 projectos de lei de e de resolução sobre múltiplos aspectos da realidade algarvia. Lutámos contra todas e cada uma das chamadas medidas de austeridade que arruinaram o País e empobreceram os portugueses.

A diferença entre a CDU, por um lado, e o PS, PSD e CDS, por outro, não podia ser mais evidente.

Eles praticam a política de direita de liquidação de direitos, de confisco de rendimentos do trabalho e de ataque às funções sociais do estado na Saúde, na Educação, na Segurança Social e na Cultura. Nós lutamos pela ruptura com essa política de direita e pela afirmação de uma política patriótica e de esquerda, de valorização do trabalho e dos trabalhadores, de defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado.

Eles assumem todos os condicionalismos e constrangimentos da União Europeia que arruínam o País e empobrecem os portugueses. Nós lutamos pela libertação do nosso País da submissão a esses condicionalismos e constrangimentos, para que Portugal possa trilhar o caminho da justiça social e do progresso.

Eles entregam empresas estratégicas ao grande capital nacional e transnacional. Nós lutamos pelo fim das privatizações e pela recuperação para o sector público dos sectores básicos estratégicos da nossa economia.

Eles prometem uma coisa e depois da eleições fazem exactamente o oposto. Nós respeitamos os nossos compromissos, respeitamos a palavra dada.

No dia 4 de Outubro os algarvios saberão reconhecer estas profundas diferenças, penalizando aqueles que lhes desgraçaram a vida e dando mais força à CDU.

No Algarve, também se sentiram as dramáticas consequências da política de direita levada a cabo por PS, PSD e CDS. A região afundou-se numa profunda recessão económica, bem maior do que a registada a nível nacional. Tivemos, anos a fio, a maior taxa de desemprego do País. Multiplicaram-se as falências de micro e pequenas empresas. Degradaram-se os cuidados de saúde prestados pelo Serviço Nacional de Saúde, assim com a qualidade da Escola Pública. Muitos jovens, sem qualquer perspectiva de futuro, viram-se forçados a emigrar. Alastrou a pobreza e a miséria.

Mas o País e o Algarve não estão condenados a ter o seu presente e o seu futuro hipotecados pela política de direita. Há soluções para os problemas nacionais e para os problemas da região algarvia!

Apresentamos aos trabalhadores e às populações do Algarve um compromisso eleitoral, onde, além de propostas de âmbito nacional, se incluem propostas que se aplicam de forma específica à nossa região e cuja necessidade é sentida de forma mais premente pela população.

Entre estas propostas gostaria de destacar:

  • a reversão do processo de fusão dos hospitais de Faro, Portimão e Lagos num único centro hospitalar e a manutenção de todos os serviços e valências existentes nesses hospitais;

  • a atribuição de médico de família a todos os utentes inscritos nos centros de saúde do Algarve;

  • a criação de uma rede pública da educação pré-escolar com capacidade de resposta para todas as crianças a partir dos 3 anos de idade;

  • o reforço do financiamento da Universidade do Algarve;

  • a recuperação do aparelho produtivo regional na indústria, na agricultura e nas pescas;

  • a imediata abolição das portagens na Via do Infante e a rápida conclusão das obras de requalificação inicialmente previstas para a EN 125;

  • a reposição das freguesias extintas em 2013;

  • a requalificação do sistema lagunar da Ria Formosa e o seu pleno aproveitamento.

Os trabalhadores e a população do Algarve conhecem o nosso percurso de verdade e de respeito pela palavra dada. Sabem que honraremos os compromissos eleitorais que assumimos e que lutaremos para os concretizar, aqui no Algarve e também na Assembleia da República. Sabem que o voto na CDU nunca foi nem nunca será traído e que estaremos sempre ao lado dos trabalhadores e da população do Algarve na defesa dos seus direitos e na concretização das suas aspirações. Sabem que o voto na CDU é um voto seguro, um voto que faz a diferença.

Camaradas e amigos,
apesar de todo o trabalho realizado em defesa do Algarve e dos algarvios, apesar da intensa luta que travámos contra a política dos PEC e da Troica, apesar da justeza das soluções que apresentamos para o Algarve e para o País, não podemos subestimar a determinação dos partidos da política de direita de, mais uma vez, tentarem vender gato por lebre.

O seu arsenal de mentira e manipulação é imenso, como se tem visto, por exemplo, com as portagens na Via do Infante. Distribuem profusamente por todo o Algarve documentos em que prometem reduzir ou mesmo eliminar as portagens na Via do Infante. Se queriam mesmo reduzir o valor das portagens, ou até eliminá-las, por que razão não o fizeram nos últimos quatro anos? Porque é só se lembram disto em véspera das eleições? Por que razão chumbaram todas as propostas da CDU para a eliminação das portagens? É mais uma tentativa, miserável, por parte do PS, PSD e CDS, de enganar os algarvios, prometendo-lhes aquilo que sabem que não irão fazer.

Temos ainda pela frente, na última semana de campanha eleitoral, um intenso trabalho de esclarecimento.

Àqueles que, esmagados pela política de direita, metem todos, incluindo a CDU, no mesmo saco, temos de esclarecer que lutámos tenazmente contra todas as malfeitorias da política de direita.

Lutámos contra o corte de salários, reformas e prestações sociais, contra o saque fiscal aos rendimentos dos trabalhadores, contra as alterações à legislação laboral destinadas a aumentar a exploração; contra o aumento dos preços de bens e serviços essenciais, contra o agravamento do IVA na electricidade, no gás, nos bens alimentares e na restauração; contra a extinção em massa das freguesias, contra os cortes em serviços públicos na área da saúde, da educação, da segurança social e da cultura, contra a entrega de empresas estratégicas ao grande capital estrangeiro, contra o favorecimento da banca e dos grandes grupos económicos.

Àqueles que ainda pensam que o PS é uma alternativa ao PSD e CDS, temos de esclarecer que estes três partidos sempre convergiram na aplicação da política de direita, que não basta mudar de executante, o que é preciso é mesmo mudar de política.

Àqueles, que tendo votado no PS, PSD ou CDS se sentem traídos e pensam que a solução é a abstenção, o voto em branco ou nulo, temos de esclarecer que o caminho para a ruptura com a política de direita e a afirmação de uma política alternativa passa necessariamente pelo reforço eleitoral da CDU.

Àqueles que concordando com as propostas da CDU, hesitam em votar em nós porque – dizem – nunca lá chegaremos, temos que esclarecer que as eleições do dia 4 de Outubro não são eleições para escolher um primeiro-ministro mas sim para escolher 230 deputados, nove dos quais aqui pelo Algarve.

Cada voto a mais na CDU, cada deputado a mais para a CDU, é um voto e um deputado a menos para os partidos da política de direita.

Aqui no Algarve e por todo o País cresce o apoio à CDU. Não há sondagem manhosa ou notícia mentirosa em autoproclamados jornais de referência que consiga desmentir esta realidade.

Estamos a construir, por todo o País, em centenas de iniciativas realizadas por muitos milhares de activistas e amigos da CDU, uma grande campanha eleitoral de esclarecimento e mobilização. Partindo dos 7,9 por cento obtidos nas últimas legislativas, estamos a construir um grande resultado eleitoral. Estamos a trazer cada vez mais portugueses para o voto na CDU, para a luta contra a política de direita, para a luta por uma política alternativa, patriótica e de esquerda.

Camaradas e amigos, vamos então à luta!

Viva a CDU!