Setúbal | Sessão pública no centro do Montijo

Mais votos e deputados para outra estratégia

17 Setembro

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A CDU, pelas vozes de Francisco Lopes e Jerónimo de Sousa, reafirmou a determinação em romper com a estratégia que favorece os grandes grupos capitalistas e criticou o PS por «varrer para debaixo do tapete» o Tratado Orçamental, a dívida e os custos da dívida.

Na baixa do Montijo o fim de tarde foi animado com a música da CDU, que improvisou um palco móvel e uma plateia com meia centena de cadeiras numa das ruas mais movimentadas da cidade. Ali estiveram deputados, candidatos, apoiantes e activistas da coligação PCP-PEV, que foram distribuindo documentos, cumprimentos e conversa, apelando ao voto no dia 4.

A chegada do Secretário-Geral do PCP foi saudada com aplausos e gritos ritmados «CDU! CDU!», «A CDU avança com toda a confiança!». Carlos Jorge Almeida, vereador e candidato na lista para as próximas eleições legislativas, deu início à sessão, dando conta de que a campanha da CDU no distrito tem encontrado «enorme aceitação e entusiasmo». Chamou para junto de si dirigentes e candidatos do PCP e do PEV, o cabeça de lista no distrito e o Secretário-geral do Partido. Deu a palavra a Francisco Lopes, que começou por afirmar a confiança, convicção e determinação de quem está na actual batalha eleitoral.

O dirigente e deputado do PCP explicou os graves problemas do País como «consequências da política de exploração e empobrecimento, uma política de classe, ao serviço do grande capital, que nunca esteve tão bem como hoje».

Defendeu que é necessário fazer frente à estratégia que favorece os grupos monopolistas e apontou o caso concreto das hesitações e recuos do Governo quanto à construção de um novo aeroporto na Margem Sul. Na privatização da ANA (Aeroportos e Navegação Aérea), a Vinci assumiu compromissos nesta matéria e tais posições do Governo visam aliviá-la da sua obrigação, acusou Francisco Lopes. Exigiu que a multinacional francesa seja chamada à responsabilidade na «construção faseada da nova infraestrutura aeroportuária», que deverá situar-se nos terrenos do campo de tiro de Alcochete.

Os votos na CDU e o aumento do número de deputados darão mais força a «uma candidatura com provas dadas» e servirão para «impor uma derrota histórica» ao PSD e ao CDS, salientou Francisco Lopes.

Jerónimo de Sousa lembrou que tinha intervindo no mesmo local há quatro anos, produzindo afirmações que tiveram sequência na actividade dos deputados eleitos nas listas da CDU. Hoje, os que então votaram na coligação PCP-PEV só se podem orgulhar de tal opção, pois o seu voto foi respeitado.

A propósito dos pesados sacrifícios impostos à maioria dos portugueses e que o Governo alega terem sido para todos, o dirigente comunista e primeiro candidato da CDU em Lisboa destacou a notícia de que o Estado português deu aos bancos, desde 2008 (início da crise financeira) e até ao final de 2014, apoios no valor global de cerca de 19,5 mil milhões de euros (11,3 por cento do PIB). «Para estes não houve sacrifícios, as grandes fortunas cresceram à custa dos verdadeiros sacrificados», comentou.

No dia 4, «temos que derrotar este Governo, porque governou contra o povo», mas «temos que derrotar a política de direita», na qual o PS se envolveu. Jerónimo de Sousa voltou a lembrar que «o memorando de entendimento, verdadeiro pacto de agressão, tem três assinaturas, de PS, PSD e CDS» e indicou as propostas programáticas do PS como resposta à interrogação se este poderá ser alternativa, em particular as que se referem a Segurança Social e a direitos laborais, cujo conteúdo se identifica com a política do PSD e do CDS.

Ao confiar nesta União Europeia para encontrar solução para os problemas criados pelo garrote do Tratado Orçamental, pela dívida pública e pelo elevado serviço de dívida, o PS está apenas a varrê-los para debaixo do tapete, pois «essa UE de coesão social e solidariedade não existe e nunca existiu», como recentemente se viu na Grécia.