Beja | Jerónimo de Sousa com a população em Moura

Merecemos dois deputados por Beja

24 Setembro

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«Se o trabalho realizado fosse a medida, então podemos dizer que aqui merecíamos eleger dois deputados», afirmou o Secretário-Geral do PCP ao final da tarde de quinta-feira, 24, em Moura.

«Deixa estar. É neste que está a dar».«Olha, olha, eu ali de punho no ar!». O entusiasmo com que muitos dos que haviam estado, escassos minutos antes, na iniciativa da CDU, realizada no centro de Moura, prolongou-se para dentro do café vizinho do Largo General Humberto Delgado e durante a procura do canal televisivo que em cima do acontecimento emitiu as primeiras imagens. Afinal [sobretudo, infelizmente], não é todos os dias que a vila alentejana – qualquer cidade, vila ou lugar do interior do País, melhor dizendo – tem direito a uns minutos de atenção televisiva. Justifica-se, pois, o escrutínio e curiosidade imediatos.

E o entusiasmo mais se justifica porque, mesmo considerando que o PCP-PEV é a única força política que se mantém quotidianamente com a população de Moura (tendo mesmo a maioria nos órgãos autárquicos municipais), essa presença constante e perseverança da CDU raramente merece destaque ou sequer notícia, nem em horário nobre nem noutro, mais plebeu, por assim dizer.

Estamos porém em campanha eleitoral e Jerónimo de Sousa veio à raia alentejana, constatando, no encontro com a população, que «está mais gente que há quatro anos quando aqui estive», dirá mais tarde.

A antecedê-lo nas intervenções políticas, Santiago Macias, presidente da Câmara Municipal de Moura, chamou para a mesa do mini-comício dirigentes nacionais e locais do PCP e do Partido Ecologista «Os Verdes», bem como candidatos pelo círculo eleitoral de Beja. Posteriormente, o autarca manifestou-se contra o que chamou de «folclore político» e destacou como inteiramente justo o reconhecimento da CDU como a força mais coerente na análise e nas soluções para Portugal, exemplificando, em seguida, com as posições e propostas do Partido sobre a necessidade de renegociar a dívida, sobre as consequências da moeda única para o nosso povo e para o nosso País, ou relativamente à necessidade de pôr o Portugal a produzir.

«Hoje muitos dizem: “afinal tinham razão”», lembrou ainda Santiago Macias.

O mote estava dado e o cabeça-de-lista da CDU pela região, João Ramos, prosseguiu no mesmo sentido, salientando a luta dinamizada pelo PCP-PEV em defesa da população do distrito contra os encerramentos e pela manutenção dos serviços e valências de saúde, pela requalificação da rede viária, ou ao lado dos rendeiros da Herdade dos Machados pelo direito a trabalhar a terra. Dinâmica, assinalou, que se traduziu em propostas concretas apresentadas na Assembleia da República.

Justifica-se, por isso, considerou ainda o deputado e primeiro candidato por aquele circulo eleitoral, que «são precisos no distrito mais deputados que defendam a população». Coloca-se com pertinência o reforço da CDU, única força que «apresenta soluções e um pensamento estratégico para o desenvolvimento da região», e, nesta fase de campanha eleitoral, «não manda os seus compromissos pelo correio. Vai ao terreno e dá a cara», continuou.

João Ramos apelou, por fim, à mobilização dos «desiludidos [com a política de direita e os políticos que a têm aplicado]» e salientou que «não é preciso ser comunista para votar no PCP-PEV. Só é preciso ter vontade de acabar com este vira o disco e toca o mesmo».

A concluir a iniciativa, Jerónimo de Sousa também valorizou o trabalho e intervenção da CDU e do deputado eleito pelo distrito de Beja em 2011, afirmando mesmo que «se o trabalho realizado fosse a medida, então podemos dizer que aqui merecíamos eleger dois deputados».

Tecendo críticas assertivas ao PSD/CDS e ao Governo Passos/Portas, de quem, frisou, não é de esperar nada de novo e, bem pelo contrário, apenas a acentuação da mesma política desgraçada; e lembrando que «muitas vezes estivemos sozinhos no combate ao Governo e à política de direita», o Secretário-Geral do Partido rejeitou dar razão aos que lamentam que o PCP denuncie o papel e objectivos do PS.

«Durante quatro anos até a esperança nos quiseram roubar, dizendo: “não lutem, não vale a pena”. O povo português não foi nessa conversa e temos confiança de que isso se vai traduzir no próximo dia 4 de Outubro», finalizou.