Braga | Sessão pública em Guimarães

«Nada está perdido para todo o sempre»

15 Setembro

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A forte chuva que caiu durante toda a tarde obrigou a transformar o que seria uma acção de rua de contacto com a população numa sessão pública na sede da centenária Associação Familiar Vimaranense. O Secretário-Geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e a primeira candidata da CDU pelo círculo eleitoral de Braga, Carla Cruz, eram os oradores anunciados, mas não foram os únicos: antes das suas intervenções, quatro jovens partilharam os difíceis obstáculos com que se deparam no dia-a-dia, em resultado do agravamento da política de exploração e empobrecimento imposta pelos sucessivos governos PS, PSD e CDS, agravada particularmente nos últimos anos dos PEC e do Pacto de Agressão da troika.

Duas das intervenientes partilharam o quão difícil é sustentar uma família só com um ordenado, ainda por cima baixo, sendo que uma delas, para além de uma família numerosa, tinha um filho com um problema de saúde que requer avultados recursos financeiros para o tratamento. Os cortes aplicados pelo Governo nos apoios sociais agravaram sobremaneira a já difícil vida desta família. Diferente era o caso de um jovem trabalhador da Bosch, que após 15 anos de trabalho precário finalmente conseguiu o seu primeiro contrato efectivo. Mas, como ele próprio relatou, este não resultou da dádiva de nenhum governo ou de qualquer patrão, mas da sua luta e do seu sindicato: o desfecho de um recurso judicial na sequência de um despedimento ilegal forçou a empresa a reintegrá-lo com contrato efectivo.

Carla Cruz e Jerónimo de Sousa partiram destes relatos para acusar o Governo e o PS de terem infernizado a vida à generalidade dos trabalhadores e da população do distrito. Ao mesmo tempo que, notou o Secretário-geral do Partido, os 20 maiores grupos económicos viram crescer as suas fortunas. Manifestando a sua solidariedade para com as dificuldades sentidas pelos trabalhadores e o povo do distrito – que viu partirem para a emigração muitos dos seus jovens – Jerónimo de Sousa apelou a que se vença o desânimo e se lute pela defesa e reconquista dos direitos. Porque, como a história já mostrou, «nada está perdido para todo o sempre».