Declaração de Jerónimo de Sousa

Os dados sobre a evolução do défice e da dívida deitam por terra as mentiras do governo

23 Setembro
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Hoje foram tornados públicos os dados do INE sobre a evolução do défice e da dívida que deitam por terra as mentiras do governo.

Dados que confirmam a falência e o desastre de uma política que tem condenado os portugueses a uma crescente exploração e empobrecimento, particularmente dos trabalhadores e reformados, e conduzido o País para o declínio e a dependência.

Ficámos a saber que o défice de 2014 das contas públicas se situará em 7,2%. Ou seja, três anos passados de saque ao povo e ao País temos um défice idêntico ao de 2011. E, pasme-se, a tal dívida que Passos Coelho diz que anda a abater, afinal tem vindo a crescer 8 milhões de euros por dia, em 2015,  dados divulgados anteontem pelo Banco Portugal.

Depois de anos de roubo de salários e reformas e pensões, aumento brutal impostos sobre o trabalho, de cortes e mais cortes na saúde dos portugueses, na educação, na segurança social, na cultura – estes números são uma contundente prova daquilo que com clareza denunciamos e prevenimos: que a actual política, prosseguida por PSD e CDS e que o PS acompanha, assente na ditadura do défice e de submissão aos critérios do Euro e do Tratado Orçamental é um desastre nacional.

Quatro anos passados de andarem a extorquir salários, pensões e direitos, a conversa sobre o êxito dos sacríficos deste governo do PSD/CDS esfumou-se. Mais uma vez os interesses da banca e os seus negócios e fraudes falaram mais alto que os interesses do povo e do País.

Hoje os portugueses têm razão para olhar perplexos e com indignação para os resultados desta política de afundamento nacional.

Está hoje cada vez mais claro que o combate ao défice não é mais que o pretexto para justificar a política de retrocesso económico, social e civilizacional determinada pelo grande capital, um pretexto para transferir dos trabalhadores e do povo para a especulação financeira os seus magros rendimentos.

Amanhã, se os portugueses os deixarem, cá estarão com os mesmos argumentos de ontem e de hoje a renovar a necessidade de novos e mais brutais sacrifícios para baixar o tal défice e assim continuar a espiral de ataque à já fragilizada vida dos portugueses.

O que esperariam os portugueses, se os deixassem, é que nos próximos quatro anos, lá regressariam mais roubos e a continuação do assalto aos rendimentos dos trabalhadores e do povo.

É isso que, pela sua mão ou pela mão de outros, amarrados aos mesmos objectivos de imposição do combate ao défice, erigido em elemento central e estruturante da política de direita.

Perante esta realidade, mais uma vez, a vida deu razão ao PCP.

Portugal não pode continuar sujeito e amarrado aos constrangimentos do Tratado Orçamental e da Governação Económica e de uma dívida insustentável que inviabilizam o desenvolvimento soberano do País e condenam Portugal e os portugueses à ruína.

Hoje, mais do que nunca, se impõe romper com este rumo e com aqueles que o querem perpetuar.

Só a CDU assume uma política de ruptura com as políticas e orientações da União Económica e Monetária e com os seus instrumentos de domínio neocolonial. Só a CDU defende e assume a libertação do País do colete-de-forças de uma política que não deixa espaço à renegociação da dívida e afirmação de política alternativa patriótica e de esquerda, com coragem e coerência inscreve os interesses do País e do povo português como objectivo nuclear.