Tomada de posição da Intervenção Democrática

Por ocasião da apresentação do Programa Eleitoral da coligação PSD/CDS

30 Julho

A Associação Intervenção Democrática-ID encara com profunda indignação o programa eleitoral da Coligação PSD/CDS, que tem suportado o governo neoliberal que provocou a mais grave crise económica, social, cultural e política que tragicamente atinge a generalidade da sociedade portuguesa, que empobreceu o País e enfraqueceu sobremaneira a soberania e a independência nacionais.

Numa confrangedora conferência de Imprensa, Passos Coelho e Paulo Portas comportaram-se sem qualquer tipo de vergonha ao, por um lado, autoelogiarem a sua lamentável governação e, por outro lado, não tiveram pejo em, uma vez mais, avançarem com falsas promessas numa repetição teatral do que sucedeu na campanha eleitoral de há quatro anos, quando prometeram o que nunca viriam a cumprir. Antes pelo contrário, agravaram fortemente problemas criados, deixados sem solução, por anteriores governos, como sucedeu com os do Partido Socialista.

Irmanados, os principais dirigentes dos dois partidos do espectro mais à direita da vida política nacional, e que em nada se diferenciam, mentem deliberadamente. Sem um mínimo de seriedade, tentam manipular, enganar a opinião pública quando a realidade é bem cruel para as classes mais desprotegidas socialmente, para os desempregados que atingem cifras assustadoras, para os trabalhadores, reformados e pensionistas a quem não hesitaram em espoliar das suas parcas, mas legítimas, fontes de rendimento, para micro e pequenos empresários a enfrentar acrescidas dificuldades.

Repugna ver políticos deste jaez no Regime Democrático de Abril, que vertem ódio à Constituição da República, que sempre desrespeitaram e  querem modificar, como está expresso naquele texto eleitoral. Para atingir esse objectivo namoram o Partido Socialista que, aliás, foi  também responsável pelas revisões constitucionais que adulteram a Lei Fundamental do País. PSD/CDS enunciam mais injustiças sociais e a sua disponibilidade para continuarem a subordinar-se às ordens das instituições capitalistas internacionais, que tão dramáticas consequências têm provocado.

A Associação Intervenção Democrática-ID alerta os eleitores portugueses para a gravidade daquele programa político que mais não é senão o somatório ameaçador de medidas que, se alguma vez fossem executadas, manteriam os cortes nos salários, nas reformas e pensões, a delapidação do nosso sector produtivo, as negociatas altamente prejudiciais para o País, relacionadas com as privatizações de empresas públicas estratégicas e rentáveis, que terão de ser profundamente analisadas juridicamente e que, se fôr caso disso, chamar à justiça os seus responsáveis. E não hesitam em acentuar que querem privatizar a Segurança Social, velha aspiração dos dominadores meios económicos e financeiros.

Enfim, PSD/CDS têm a estultícia de sonhar com um resultado eleitoral que lhes proporcione continuar na sua senda de empobrecer Portugal, enquanto favorecem grupos e famílias capitalistas cada vez mais ricos, como recentemente foi tornado público, enquanto grassa a pobreza em centenas de milhares de famílias, num universo que abrange mais de dois milhões e meio de cidadãos.

Mas o eleitorado está atento e não deixará de dar a resposta adequada a estes políticos neoliberais, escorraçando-os definitivamente do poder.

E o programa eleitoral mais firme, mais consequente, mais rigoroso, mais credível e susceptível de conduzir o País para uma mudança efectiva de política, para uma patriótica política de esquerda é, sem margem para dúvidas, o da Coligação Democrática Unitária, CDU que se mantém, com patriotismo e firmeza sem limites, na defesa intransigente dos interesses nacionais e dos inalienáveis direitos dos trabalhadores e do Povo em geral.