Lisboa | Comício em Queluz

A CDU sempre esteve do lado certo

14 Setembro

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Cerca de 500 pessoas participaram segunda-feira, 14, num comício da CDU em Queluz, Sintra, sublinhando a confiança no reforço eleitoral do PCP-PEV no próximo dia 4 de Outubro.

A iniciativa que juntou activistas e apoiantes da Coligação Democrática Unitária dos concelhos de Sintra e Amadora iniciou-se com a declamação de excertos de «As Portas que Abril Abriu», de José Carlos Ary dos Santos, «que sendo um dos mais fiéis relatos do muito que o nosso povo conquistou e realizou com a Revolução, conserva ensinamentos e comporta valores que queremos afirmar e projectar no futuro de Portugal», ouviu-se em off.

Ao momento cultural protagonizado pelos actores André Levy, Carla Janeiro, André Albuquerque e Mafalda Santos, seguiram-se as intervenções políticas, a primeira das quais a cargo de Fernando Correia, da Intervenção Democrática, candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa.

Ainda galvanizados pelos versos do «poeta da revolução», os participantes ouviram depois Jerónimo de Sousa abordar muitas das questões centrais que marcam a campanha.

Durante cerca de 40 minutos, o Secretário-Geral do PCP e cabeça-de-lista da CDU pelo distrito de Lisboa lembrou que os portugueses estão confrontados com a escolha entre a continuidade ou a ruptura com o caminho de desastre e ruína nacional; rechaçou a bipolarização entre PS e PSD, a falsa ideia de que está em causa a escolha do próximo primeiro-ministro e a não menos falsa teoria da utilidade de concentração de votos no PS, e garantiu que quantos mais votos e, consequentemente, mais deputados tiver o PCP-PEV, mais próxima estará a alternativa capaz de derrotar a alternância e a política de direita.

Derrotar a política de direita e não apenas o PSD/CDS é, aliás, um dos propósitos e desafios colocados nestas legislativas. Nesse sentido, Jerónimo de Sousa voltou a lembrar as responsabilidades partilhadas pela troika nacional na imposição e execução do pacto de agressão nos últimos quatro anos e acusou de enganosa a propaganda dos partidos do Governo quando repetem que «agora é que vais ser» ou «o pior já passou».

Mostrou, ainda, exemplificando com a prática recente mas também sublinhando as evasivas programáticas dos «socialistas» em matéria de trabalho, crescimento económico e produção nacional, renegociação da dívida pública e assumpção da soberania, serviços públicos ou segurança social, que o PS não é verdadeira alternativa. E dai concluiu que PS, PSD e CDS são «farinha do mesmo saco».

Numa resposta directa ao PS, o dirigente comunista e candidato à Assembleia da República manifestou o orgulho que comunistas, ecologistas e milhares de independentes que convergem na CDU, têm no protesto que promoveram e integraram. Justamente quando tudo e todos, PS incluído, convidava à resignação perante as «inevitabilidades».

O que não quer dizer, insistiu, que, como diz o PS, a CDU se deixe acantonar no rótulo de «força do protesto», querendo com isso o PS apoucar a alternativa protagonizada pelo PCP-PEV, estreitar e condicionar a escolha dos portugueses, e «capitalizar [nas urnas] o descontentamento» para com a actual situação.

«Andamos nisto há 39 anos», lamentou Jerónimo de Sousa, antes de recordar que PS, PSD e CDS já rodaram no governo do País, sozinhos ou coligados, de todas as formas e feitios, a maior parte das vezes constituindo maiores absolutas. Qual o resultado? – perguntou: o País andou para trás e a vida dos portugueses piorou, constatou.

«A CDU está disposta a assumir todas as responsabilidades que o povo português lhe queira atribuir, incluindo governativas», mas para executar uma política concreta e «não para ser jarrão da política de direita», prosseguiu o Secretário-geral do PCP, para quem a opção feita ao lado dos trabalhadores e do povo mostra que «a CDU sempre esteve do lado certo», facto que motiva e dá confiança num bom resultado eleitoral.