Lisboa | Intervenção de Fernando Correia no Comício em Queluz

Os portugueses têm de dizer, basta de mentiras, de farsas e do faz de conta

14 Setembro

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Em nome da Associação Intervenção Democrática saúdo o Partido Comunista Português, o Partido Ecologista “Os Verdes” e os muitos independentes que integram este grande espaço de intervenção politica que é a Coligação Democrática Unitária – a CDU.

A sociedade portuguesa vai ser chamada a pronunciar-se num momento em que o País sofre com a mais dura crise humana, económica e política desde que vivemos em democracia e que comporta profundas incertezas para a vida individual e colectiva dos cidadãos.

A Intervenção Democrática entende que há que inverter, com urgência, esta situação porque os portugueses atingiram o limite da sua resistência.

As eleições são o momento para se alterar a lógica política que tem prevalecido.

É mais premente que nunca, uma alternativa progressista e de esquerda e não a mera alternância de partidos que no fundo desenvolvem estratégias políticas idênticas – dada a proximidade das propostas avançadas – quer pela coligação de direita, quer pelo PS, nomeadamente quanto à forma de encarar as questões europeias, a dívida pública e os problemas económicos e sociais.

O País precisa de ver adoptada uma estratégia política que assegure as mudanças que urge introduzir e não a continuidade das políticas prevalecentes nas últimas décadas. O País precisa de uma política de esquerda que permita o desenvolvimento social em todas as suas vertentes.

A ID defende uma política de justiça social, com a preservação das funções sociais do Estado, que respeite os direitos laborais, reponha os cortes salariais, as reformas e pensões, e aplique uma política eficaz de ambiente, impedindo a privatização da água, considerada pela ONU, como um bem comum da Humanidade.

Defendemos também, que esta política alternativa não se submeta às imposições externas e renegoceie a dívida, para permitir relançar o País em estrito respeito pela democracia, pela Constituição e pelos valores humanistas de Abril.

A Coligação Democrática Unitária reúne todas as condições que favorecem a possibilidade de Portugal enveredar por uma nova política. A CDU pode contribuir para que, finalmente, se concretize uma política alternativa.

Os portugueses estão fartos dos cortes nos salários e nas pensões, dos insuportáveis aumentos de impostos sobre os rendimentos do trabalho, do crescente e assustador desemprego – que empurra os jovens para a emigração -, dos ataques ao Serviço Nacional de Saúde e à Segurança Social, visando a sua privatização e a venda de empresas públicas ao desbarato.

Os portugueses têm de dizer, basta de mentiras, de farsas e do faz de conta, derrotando a 4 de Outubro, o actual governo PSD/CDS-PP e o projecto de alternância sem alternativa preconizado pelo PS.

Esta é uma campanha traiçoeira, em que, quer a coligação PSD/CDS-PP, quer o PS tentam fazer crer que, o que está em causa é a eleição do 1º Ministro.

A disputa eleitoral é apresentada à opinião pública como um jogo entre dois adversários, em que apenas um deles sairá vencedor, ocultando que se trata da eleição de 230 deputados à Assembleia da República.

Em sintonia com esta enorme operação de desinformação, as sondagens tentam fazer crer que PS e PSD/CDS-PP estão empatados, manipulando as consciências, numa tentativa de polarizar os votos nestas forças políticas.

Mas, a 4 de Outubro, no momento de exercer o direito de voto, os portugueses não vão esquecer quem os prejudicou e pretende continuar a prejudicar.

Se tantas pessoas reconhecem que, na Assembleia da República, são os deputados do PCP e dos Verdes que dão voz aos problemas e que apresentam soluções; se reconhecem que a CDU é uma força coerente e séria que cumpre as suas promessas.

Se tantas pessoas reconhecem que a CDU nas autarquias desempenha um trabalho honesto e competente em prol das populações.

Se tantas pessoas reconhecem a justeza das propostas da CDU para o País, nomeadamente a exigência da renegociação da dívida, o aumento da produção nacional na indústria, na agricultura, nas pescas e a criação de emprego.

Então temos que ganhar as pessoas para votar na CDU. Para que a CDU tenha mais votos e elega mais deputados tornando-a numa força incontornável nas soluções para o País.

Temos igualmente que esclarecer os portugueses que estão desiludidos, devido às políticas seguidas pelos governos PS, PSD e CDS-PP. Há que combater a abstenção e o voto em branco que só favorecem a continuação destas políticas.

Até às eleições na rua, nos cafés, nos locais de trabalho é preciso falar com as pessoas, ouvi-las, recordar que os políticos não são todos iguais e que a CDU, pela sua prática faz a diferença.

Dar esperança e confiança que há luz ao fim do tunel e que essa luz está na política alternativa que a CDU protagoniza.

Viva a CDU!
Viva Portugal!